Mau jogo, bom resultado para o FC Porto em Aveiro. Contra um Tondela a mostrar bem mais do que o último lugar diz, a equipa de Lopetegui acabou a sofrer e valeu a inspiração de Iker (depois do erro contra o Dynamo) a segurar o que tinha sido construído com a magia de Brahimi. Lopetegui foi expulso, mas os dragões seguem na perseguição ao Sporting.
Foi uma vitória sem brilho do FC Porto, num jogo longe de ter sido brilhante e no qual os dragões não tiveram grande descanso muito porque o Tondela se apresentou numa postura bastante interessante.

Manuel Mota expulsou Lopetegui ©Global Imagens / Ivan del Val
E começamos por aí. Por um Tondela arrumado num sistema contido, claro, mas desperto para qualquer situação. Uma delas, a da posse, também fez parte do cardápio, pois os homens de Rui Bento, ao contrário do que é hábito das equipas menos poderosas frente aos grandes, não tiveram qualquer receio de a ter no pé.
Com linhas a variar entre o baixo e o intermédio, o conjunto beirão, outra vez em casa emprestada, foi audaz e atrevido, o que, só por isso, merece nota de destaque. Só que, à audácia, o FC Porto, que pareceu algo perdido na ideia de jogo, respondeu com a inspiração individual. Brahimi, num lance mágico, encontrou a gaveta da vantagem.
Penálti, Iker e... «palhaços»
O segundo tempo foi, para o adepto tondelense, de esperança contínua e, para o adepto portista, desesperante. Num lento arrastar de jogo, a equipa de Lopetegui, que já não estava no banco por ter sido expulso, foi sempre dando a ideia de jogo controlado.
Só que Rui Bento, que operou três substituições de uma vez só, não se fiou no desequilíbrio de nomes e ordenou à equipa uma intenção clara de procurar os pontos. Os portistas perceberam isso e, do banco, veio Maicon para dar mais músculo.

Herrera fez 90 minutos outra vez ©Global Imagens / Ivan del Val
Uma decisão que motivou assobios dos adeptos e que quase corria mal. O brasileiro fez grande penalidade e Chamorro teve nos pés um lance que podia ser de história para o Tondela, mas acabou de ser simplesmente mais uma página para o longo livro de sucessos de Casillas, a segurar a vantagem.
O FC Porto aguentou, segurou e ganhou, mas não se livrou de críticas vindas da bancada e de cânticos a entoar «palhaços, joguem à bola». Um sinal claro de que nem tudo está bem no reino do dragão e, sobretudo, que a exigência que vive na veia portista é muito maior do que um simples 0x1 e 3 pontos. É preciso mais.