O FC Porto deixou dois pontos em Moreira de Cónegos, numa partida com uma excelente segunda parte. Duas vezes em vantagem, a equipa azul e branca foi permissiva perante um Moreirense ansioso, mas com muita alma e querer. Os dragões isolam-se na classificação, mas podem ver o Sporting fugir, caso a equipa de Jorge Jesus ganhe no Bessa.
Livre que enganou
Duas oportunidades
Lopetegui mexeu em três peças relativamente ao jogo contra o Benfica, sendo que o grande destaque foi a inclusão de Osvaldo no onze, pela primeira vez.
O excelente livre direto de Maicon, aos 18 minutos, trazia um golo que já se adivinhava. Mesmo com uma entrada interessante do Moreirense, logo se percebeu que existiam, no relvado, dois estados de espírito bastante díspares.
Confiante e imperial, o FC Porto dominava. Longe de encantar, a equipa de Lopetegui parecia sempre ter tudo controlado. Tremido e ansioso, o Moreirense mostrava desconforto nas poucas vezes em que tinha a bola em seu poder. Tirando Vítor Gomes e João Palhinha, a equipa revelava uma insegurança própria de quem arrancou mal o campeonato.
Lesão de Brahimi
Quase no fim da primeira parte, o argelino lesionou-se depois de lance com Sagna e saiu para dar lugar a Varela. Apresentou queixas no joelho, mostrou estar desapontado e é dúvida para o Chelsea.
Por tudo isto, 0x1 ao intervalo justificava o que era o jogo. Mas não dava margem para afirmações de que tal estaria resolvido.
Na palavra, Miguel Leal terá encontrado o suplemento anímico para que a equipa regressasse do balneário renovada na atitude. Não se pode dizer que o medo tenha desaparecido na sua totalidade, mas a confiança foi outra no reatar do desafio, já sem o lesionado Brahimi.
Lopetegui arriscou, mas não foi feliz ©Vítor Parente
Essa confiança, aliada a um regresso sonolento do dragão, convencido de que o jogo estaria de feição, acabou por ser traiçoeira para o conjunto forasteiro. Iuri Medeiros dava finalmente emoção ao jogo.
Aparece Corona
O golo teve efeitos imediatos na equipa portista. Lopetegui mexeu, lançou Tello e tirou Herrera (outra vez apagado), puxando Corona para a zona central, onde claramente o mexicano subiu numa produção que, até então, estava a ser discreta.
A equipa cresceu no imediato e o Moreirense baixou muito rápido as linhas (talvez cedo demais) e sujeitou-se a uma pressão intensa. Boateng ficava na frente, com o resto dos jogadores a baixar para o último terço, face a um FC Porto a puxar dos galões para chegar à vitória.
O espanhol, que nem é de muitos riscos, arriscou, tirou Marcano e lançou Aboubakar para o lado de Osvaldo. Um FC Porto que, em 3x3x4, conseguiu chegar ao golo, mas que depois acabou por ser prejudicial. Danilo recuou para central e a equipa ficou descompensada, consentindo o empate com muita alma do Moreirense.