Se, no início da partida, se perguntasse a Lopetegui ou a qualquer adepto se um 2x2 em Kiev era um mau resultado, certamente que a resposta era «não». Só que, pela forma como os dragões se comportaram, acabou por ficar um certo sentimento de injustiça, num grande jogo de Aboubakar.
Alta pressão
Lopetegui na bancada
O treinador espanhol cumpriu o jogo de suspensão e foi Rui Barros a figura no banco.
A primeira parte foi, do ponto de vista da intensidade, muito interessante. Duas equipas apostadas em pressionar alto e não esperando para ver construção de jogo do lado contrário. Duas equipas bem definidas quanto ao que queriam do jogo e a forma de o abordar.
Um dos pontos decisivos foi o lado esquerdo da defesa portista. Marcano cumpriu castigo e Martins Indi ocupou a sua vaga, alinhando entre Maicon e o lateral Layún, também ele a apanhar as rotinas da equipa. Aí esteve o fator de desequilíbrio na equipa de Lopetegui, que desde a bancada viu o surgimento do golo ucraniano por esse lado.
Valeu que a reação foi imediata. Também desse lado, mas na vertente ofensiva, Layún foi perfeito a deixar um adversário por terra e a meter a bola na cabeça de Aboubakar. Um golo que, a avaliar pelo fio de jogo a seguir, significou uma mudança de domínio, com os dragões a ganharem a confiança perfeita para assumirem o jogo, o que não estava a acontecer de forma continuada até então.
É verdade que, outra vez na esquerda, houve demasiado espaço concedido a Garmash, que deu a Casillas a fotografia da noite. Mas, com exceção a esse momento, os dragões tiveram o controlo do jogo. O Dynamo não teve o pulmão do início do desafio e viu-se obrigado a baixar linhas. Cada vez mais, e falando já da segunda parte, os azuis e brancos eram os mandões do jogo.
Tello voltou a não entrar bem
O espanhol foi a primeira aposta de Lopetegui, só que não esteve ao seu melhor nível.
Ainda assim, nem tudo era perfeito. Faltava profundidade à equipa e um verdadeiro transportador de jogo. Por isso, a entrada de Tello para a saída de Herrera e o recuo de André André foram nesse sentido. Uma opção que pareceu correta por Lopetegui, mas que foi quebrada pelas substituições do Dynamo logo em seguida.
Vantagem desperdiçada
Quando o jogo voltou a estar equilibrado, eis que Aboubakar (quem mais?) encontrou espaço na área para o tiro que parecia ser o da vitória. Parecia, mas não foi. O FC Porto foi incapaz de manter a bola controlada longe da sua baliza, acusou alguma ansiedade e permitiu que os ucranianos (que também tiveram o seu mérito), chegassem ao empate, num lance enrolado e de difícil análise.
Um empate que, ainda assim, foi positivo para os dragões nas contas do grupo.