Podia ser o nome de um filme de terror, mas não. É a crónica de um jogo onde Villas-Boas voltou a bater o amigo Jesus, onde Hulk voltou a irritar a Luz com a sua melhor versão, onde Artur Moraes voltou a inventar. O Benfica começa da pior forma a fase de grupos, ainda que com uma atitude merecedora de mais.
«Espero que este tenha sido o último disparate do Artur», disse um adepto do Benfica logo abaixo do posto de reportagem do zerozero.pt no Estádio da Luz, quando o relógio marcava 18 minutos. O Zenit já estava em vantagem e aquela expulsão deixava os de Jorge Jesus a precisar de uma exibição magistral para evitarem a derrota. Falta de atitude nunca houve e esse é o maior aplauso a dar às águias, mas é correto dizer que, a partir daquele momento, o jogo praticamente terminou.
Não foi aí, porque a barreira desvio o tiro de Hulk. Foi depois no canto, quando Witsel cabeceou para uma defesa de Paulo Lopes já depois da linha. O árbitro de baliza ainda hesitou, mas tomou a decisão correta, para desespero de um Estádio da Luz que estava a gostar da sua equipa a jogar.
Em boa verdade, estava a ser um bom jogo. O Benfica, quase sempre pela direita, tentava que Salvio e Maxi criassem desequilíbrios por aí. Isto porque Gaitán tardava a surgir (a presença de Hulk inibia que Eliseu subisse) e Witsel estava a ser implacável a 'secar' Enzo Pérez. Era no meio-campo que os russos estavam a ganhar o controlo do jogo, acertando depois com os tempos de passe para as costas da defesa encarnada.
Em todo o caso, o Benfica foi melhor com dez. Mais entrega, mais atrevimento, mais chama. Tentava os habituais furos pelas alas, mas também os remates de meia distância, não muito usuais com Jorge Jesus, mas com o sentido de testar um Lodygin que também não vive um momento propriamente muito tranquilo.
Atitude merecia prémio
Para a segunda parte, água na fervura. Jesus poderá ter passado a mensagem de que era importante um risco mais controlado e os encarnados baixaram a pressão quando o adversário tinha a bola. Além disso, Villas-Boas também terá pedido mais bola e um ritmo de jogo mais pausado, só acelerado por Hulk e Danny.
Salvio era outro dos que não baixava os braços, Lima também tentava e Gaitán ia mostrando classe, só que a bola teimava em não entrar. Atenção, o Zenit também tinha as suas oportunidades e só mesmo Paulo Lopes conseguiu travar novo golo de Hulk, sacudindo para o poste.
A dança do tempo trazia as substituições e novo afrouxamento de ritmo, normal para um Benfica desgastado por tudo o que deu. Faltaram golos, apenas.
0-2 | ||
Hulk 5' Axel Witsel 22' |