Luís Filipe Madeira Caeiro Figo começou a sua carreira no pequeno Pastilhas, clube da Cova da Piedade onde vivia. Cedo despertou o interesse do Sporting que o foi buscar para as suas escolas em 1984.
Fez todo o seu percurso nos escalões de formação leoninos, sendo regularmente chamado às seleções jovens. Fez parte das equipas de Carlos Queiroz que ganharam o Campeonato da Europa de sub-16 (1989) e o Mundial de sub-20 (1991).
Estreou-se nos seniores do Sporting a 1 de abril de 1990 lançado por Raul Águas num jogo contra o Marítimo.
O ano seguinte podia ser o ano da afirmação de Figo na primeira equipa leonina, mas a preparação para o Campeonato do Mundo de Juniores provocou uma época atípica para os sub-20 portugueses, com longos estágios que impediram a afirmação dos jogadores nas principais equipas dos clubes de onde provinham.
Estrela em Alvalade
Figo acabou por não fazer nenhum jogo na primeira divisão nessa época, mas em 1991/92 já com Marinho Peres como treinador que conquistaria o seu lugar como titular na equipa.
Rapidamente tornou-se uma das coqueluches dos adeptos sportinguistas e uma das estrelas emergentes do campeonato português. Não surpreende ninguém que seja convocado para a seleção nacional A. Estreia-se contra o Luxemburgo como acontecera com Eusébio e curiosamente pela segunda vez na história o Luxemburgo não perdia com Portugal...
No Sporting, numa equipa recheada de esperanças, vê o campeonato fugir para o Benfica (1994) e FC Porto (1995), despede-se dos leões com uma vitória na final da Taça curiosamente contra o mesmo Marítimo que tinha defrontado na estreia.
A saída do Sporting foi complicada, com acusações dos dirigentes leoninos e pressões dos adeptos, com a tensão a atingir o pico numa conferência de imprensa em que alguns adeptos ameaçaram verbalmente o jogador. A situação complicava-se em Alvalade depois de se saber que tinha assinado por dois clubes: Parma e Juventus o que faz com que fique impedido de jogar em Itália, ruma então a Espanha e ao Barcelona, que vence a corrida ao Real Madrid pela sua contratação.
No fim da época, no Jamor com a Taça na mão, o pior momento já parecia ter passado, mas o caminho estava marcado, Figo rumava à «Cidade Condal»
Pela seleção, depois do falhanço na qualificação para o mundial de 1994, Portugal apura-se para o Euro 96. A seleção das quinas faz uma prova meritória, vencendo o seu grupo e praticando um futebol elogiado por toda a Europa. Para tristeza de Figo e dos companheiros, cai nos quartos às mãos da República Checa.
Segue-se o seu período áureo no Barcelona, onde vence campeonatos e a Taça das Taças, além da Supertaça Europeia e eleito o melhor jogador da Liga Espanhola. Tal é o seu sucesso no clube que tem honra de usar a braçadeira de capitão do mítico clube catalão.
Após o Euro 2000, onde Portugal chega às meias-finais para perder no golo dourado com a França, Figo protagoniza o momento desportivo do ano ao assinar pelo Real Madrid que paga a cláusula de rescisão no valor de 60 milhões de euros. A notícia caiu como uma bomba em Barcelona. O clube fica órfão do seu ídolo, que vê partir precisamente para o seu grande e odiado rival. Em Barcelona Figo tornava-se no "pesetero", uma traição que jamais seria esquecida.
Se é verdade que sai de Barcelona com juras de ódio eterno, por aqueles que até aqui o idolatravam, não é menos verdade que é recebido na casa blanca como um herói, um “convertido” à causa merengue.
O ano de estreia em Madrid é um sucesso, dez golos marcados, 11 assistências, mais um título de campeão nacional. Pelo meio vence a Bola de Ouro do France Football, prémio atribuído ao melhor jogador do mundo.No ano seguinte não é tão feliz na liga espanhola, mas é peça fundamental na conquista da nona taça dos campeões europeus pelo Real.
São os tempos dos galácticos. Figo, Zidane, Roberto Carlos, Raúl, Beckham, Ronaldo... Mas é o português que recebe o prémio de Melhor Jogador do Mundo da FIFA.
Não é só no clube que Figo vive momentos históricos na carreira. Na seleção, no Euro 2004, jogando perante o seu povo, Figo capitaneia a equipa em campo (Couto era o capitão, mas estava no banco) em direção à final no Estádio da Luz. A 4 de julho de 2004 a Grécia vence Portugal e deixa os portugueses desconsolados. Figo chega a abdicar da representação nacional, mas regressa a tempo do mundial de 2006, na Alemanha, onde é novamente o capitão. Figo emula Eusébio na fama e Coluna, o capitão de 66, na liderança. Portugal chega pela segunda vez na sua história à meia-final do mundial.
Já em Madrid, a aquisição de estrelas acaba por deixar para segundo plano a contratação de jogadores de equipa e o Real Madrid paga muito caro a afamada política de “Zidanes & Pavones”. Sem títulos, o clube procura novas soluções, novos jogadores. Figo percebe que o seu tempo em Madrid está esgotado.
É então que se muda para o Inter de Milão. Durante os últimos quatro anos da carreira conquista outros tantos campeonatos em Itália e ainda chega a ser treinado por José Mourinho.
2009 marca o ponto final da sua carreira, sem nunca ter voltado a vestir a camisola do Sporting, um dos poucos sonhos não realizados na sua longa e fantástica carreira.