Natural de Angola, avançado centro do Benfica, por cinco vezes «coroado» como o melhor marcador do Campeonato Nacional da Primeira Divisão, 288 golos em 281 jogos, uma marca impressionante. Marcava golos de toda a forma e de todo lado, mas as suas cabeçadas é que ficaram na retina, pois talvez tenha sido o mais elegante a marcar de cabeça da história do campeonato português.
Aos centros de José Augusto ou de Cavém, José Águas elevava-se aprumado, com um sorriso fitando a bola, como quem diz: «Esta já está!», e é que estava mesmo.
Águas tinha sempre um lugar marcado na área. Com a noção exata do melhor momento para o salto, fugia aos defesas e aparecia no lugar certo para dar a «estocada final.»
Não havia no seu tempo (teria havido alguma vez?) avançado centro tão perfeito e elegante a faturar de cabeça.
Peyroteo tinha a força nos pés, José Águas a arte na cabeça.
Cinco vezes Campeão Nacional, duas vezes Campeão Europeu, vinte e cinco jogos na Seleção Nacional com 11 golos marcados. Estreara-se na Seleção B, no
Portugal 3x1 França, com os três golos da sua autoria.
O segundo jogo oficial pelo seu
Benfica fora no Campo Grande com o Braga (8x2). Águas marcou quatro golos. Foi a 1 de outubro de 1950, José Águas ia fazer 20 anos a 9 do mês seguinte.
Findada a carreira no
Benfica, foi convidado pelo Áustria FK de Viena. Tinha 33 anos, uma honra. Na cidade do Danúbio jogou ainda uma época antes de «pendurar as botas.»
Regressado a
Portugal, era o treinador do Atlético, campeão nacional da 2ª Divisão em 1967/68.
Cumprir o dever era o lema de José Águas. Com a mesma dedicação com que servia um escritório no Lobito, era o mesmo dentro da camisola nº 9 do
Benfica: leal com os adversários, prestigiado capitão de equipa, exímio finalizador como ponta de lança.