Já ouviu falar em vidas que davam um filme? Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro, nasceu na ilha da Madeira a 5 de fevereiro de 1985. Sem precisar de grandes apresentações, o zerozero convida-o a entrar no filme de vida de um dos maiores jogadores do Mundo.
Ronaldo e uma carreira à sua maneira
Ama o futebol como se ama um amor. Vive o mundo da bola como o tem para viver, sente o que tem para sentir.... e joga. Joga tanto e tão bem e que há até quem o já tenha no patamar de lenda. Ronaldo sabe – como sempre soube - que isto do futebol, como tudo, podia ser passageiro. E, por isso, faz – como sempre fez - questão de o tornar eterno aos nossos olhos.
O 'puto maravilha', filho de um roupeiro e de uma cozinheira, nasceu com o dom que só os grandes têm: força mental, rapidez e classe para ter uma bola nos pés. Cristiano mostrou seu talento com a bola desde cedo na equipa do Andorinhas, onde jogou dos 6 aos 9 anos. Em 1995, passou para o Nacional e a sua categoria não passou despercebida aos caça talentos do Sporting. Foi, pois, contratado para os escalões de formação de Alvalade e tinha o mundo para conquistar... sempre à sua maneira.
Não foi em vão que Ronaldo foi apresentado no Real Madrid ao som dos portugueses Xutos & Pontapés e a música: 'À minha maneira'.
Com Ronaldo é mesmo assim: E as forças que me empurram. E os murros que me esmurram. Só é para lutar, À minha maneira (à minha maneira). À minha maneira!
Tal como as grandes lendas do futebol e da historia mundial, Ronaldo não reúne todas as preferências. Lá diz o velho ditado português: «Nem Deus agradou a todos». Desta forma, as críticas pouco importam. Ronaldo segue a vida dentro e fora dos relvados e faz golos decisivos na mesma proporção em que encanta miúdos e graúdos.... sempre à sua maneira.
A chegada ao Teatro dos Sonhos
O filme deste ainda jovem prodígio vem sendo feito de saltos. O primeiro aconteceu quando deixou a ilha da Madeira para jogar num dos maiores clubes de Portugal – Sporting. Com o leão ao peito encantou tudo e todos. O outro, esse, deu-se em 2003. Com apenas 18 anos, Sir Alex Ferguson (um dos mais renomados treinadores do futebol mundial) viu talento, categoria e classe naquele menino ainda com algumas borbulhas na cara mas com um sangue tão lusitano. Não hesitou em leva-lo para Old Trafford e a casa dos red devils foi mesmo o Teatro dos Sonhos para os adeptos da bola.
No lado vermelho de Manchester, Ronaldo ganhou, desde logo, a alcunha de CR7 mas ele queria mais (sempre mais). A sua missão sempre foi clara: nunca virar a cara ao sonhos e à ambição. Foi assim, sempre assim, que foi tentando tocar onde o sol mais brilha. Mas o palco de Manchester ficou pequeno para tamanho talento. Abriram-se, pois, as portas do Real Madrid. O esplendor do Santiago Bernabéu queria a classe do lusitano Ronaldo. Ele foi em busca de tocar (outra vez) a glória.
Chegar, ver e vencer em Madrid
Após a sua transferência em 2009 do Manchester United para o Real Madrid, num acordo no valor de 94 milhões de euros, tornou-se no jogador mais caro alguma vez transferido no planeta da bola.
As fintas, as jogadas magistrais, as arrancadas, os livres... fizeram dele um ídolo no planeta futebol. Dia após dia, fazem-se cânticos, estamparam-se camisolas, criam-se mais e mais páginas de apoio pela Internet. Ronaldo cresce a cada dia e é o mais renomado inquilino da casa branca.
A nível coletivo, saiu de Espanha com quatro Ligas dos Campeões, três Mundiais de Clubes, duas Supertaças europeias, duas Ligas Espanholas, duas Taças do Rei e duas Supertaças espanholas.
Novo capítulo na vecchia signora
Em 2018, Ronaldo abandonou Madrid e partiu em busca de um novo desafio. A Juventus, outrora vítima de vários golos do capitão da Seleção das Quinas, mostrou-se recetiva para o receber e protagonizou mais uma mega-transferência: 100 milhões de euros.
A nova aventura em solo italiano começou da melhor maneira, com golos e uma Supertaça italiana conquistada. Mas seria muito mais... Foi o artilheiro do clube em todas as temporadas que o representou, conseguindo também o pleno nas conquistas da Serie A. A única coisa que não caiu para o lado bianconeri foi a Liga dos Campeões.
Apesar desse sucesso desportivo a nível interno, no verão de 2021 a Juventus optou por terminar a sua ligação a Cristiano Ronaldo e quem o acolheu foi um dos clubes que, aliado ao Sporting, o atirou para as luzes da ribalta: o Manchester United. Os red devils pagaram 15 milhões de euros pelo avançado português e trouxeram-no de volta a Old Trafford e à Premier League.
O seu regresso à Premier League foi tudo, no entanto, menos calmo. Individualmente Cristiano Ronaldo até correspondeu e foi o melhor marcador do Manchester United enquanto lá esteve, totalizando 27 golos e cinco assistências em54 jogos, divididos por época e meia. Contudo, «chocou» com o técnico neerlandês Erik ten Hag quando os resultados não apareceram e a saída foi a solução encontrada, com direito a declarações fortes de parte a parte
Depois de entrar no Mundial 2022, no Catar, sem clube, após rescindir com o Manchester United, foram vários os cenários apontados ao experiente avançado, mas o escolhido acabou por ser algo surpreendente: a Arábia Saudita. Aí, assinou pelo Al Nassr, com um contrato megalómano, servindo em grande parte como porta-estandarte para o futebol saudita, visto que foi a partir da sua contratação que houve um grande investimento desportivo naquele país, com várias estrelas a juntarem-se a CR7 nos meses seguintes.
Apesar de se tratar de um campeonato com argumentos qualitativos mais reduzidos do que os principais campeonatos europeus, Cristiano Ronaldo não desiludiu e teve um ano de 2023 em grande, acabando mesmo esse ano civil como o melhor marcador mundial masculino. Foram 54 golos, superando nomes como Kylian Mbappé (52), Harry Kane (52) e Erling Haaland (50). Tudo aos 38 anos de idade.
Glória de Quinas ao peito
Cristiano Ronaldo é o melhor (e mais marcante) jogador da história da Seleção Nacional. Tornou-se no jogador com mais internacionalizações pela Seleção A e no maior artilheiro da história de Portugal, superando Pedro Pauleta, Eusébio e Luís Figo. Serviu os portugueses nos Europeus de 2004, 2008, 2012, 2016 e nos Mundiais de 2006, 2010, 2014 e 2018.
Numa caminhada épica, Ronaldo capitaneou Portugal até à conquista do Campeonato da Europa de 2016, título que festejou efusivamente. Chorou, discursou, mostrou sentimentos e emoções traduzidos em lágrimas, tal como em 2004, mas que dessa vez foram de alegria.
Mais tarde, em 2019, foi também ele quem capitaneou Portugal na conquista da primeira edição da Liga das Nações, em que a seleção das Quinas venceria a Holanda por 1x0, num jogo disputado no Estádio do Dragão. Apesar de não ter marcado nesse jogo, foi fundamental nessa caminhada, ao marcar um hat-trick na vitória por 3x1 frente à Suíça, nas meias-finais da prova.
Depois de liderar Portugal à conquista dos seus primeiros títulos internacionais, o astro português tornou-se no melhor marcador de sempre a nível de seleções, superando os 109 golos do iraniano Ali Daei. A contagem vai aumentando desde aí...