Se bem que na Liga Portuguesa hoje não coexistam, Varzim Sport Club e Boavista Futebol Clube, dois clubes nortenhos centenários, multidesportivos e conhecidos de longa data, vão encontrar-se, aos 20 de Outubro, na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal. Os Lobos do Mar – por vezes erradamente chamados de Varzim FC – obtiveram as suas melhores prestações na prova em 1977/78, 1979/80 e 1984/85, tendo alcançado as meias-finais. Por seu turno, as Panteras conquistaram o troféu em cinco ocasiões distintas: 1974/75, 1975/76, 1978/79, 1991/92 e 1996/97. Na verdade, o Boavista é a quarta formação mais titulada da competição, tendo ademais perdido na final em 1992/93.
Entre Primeira Liga Portuguesa, Taça de Portugal, Liga Portuguesa 2 e a extinta II Divisão Zona Norte, Axadrezados e Varzinistas travaram mais de 40 jogos oficiais, e o equilíbrio é notório: 16 vitórias do Varzim e 15 triunfos do Boavista, com 10 empates pelo meio e um total de 102 golos marcados – 51 para cada lado.
Em cinco jogos realizados entre os dois conjuntos na prova-rainha do futebol português, foram marcados vinte golos, sendo que houve sempre pelo menos três em cada partida. Os Axadrezados seguiram em frente por duas vezes, a primeira das quais em 1969/70: ganharam a primeira mão por 3x0, perderam a segunda pelo mesmo resultado, e depois, novamente com os mesmos números, levaram a melhor no tira-teimas. Os dois clubes voltaram a encontrar-se na competição, uma temporada mais tarde, e as Panteras seguiram uma vez mais em frente, com triunfo por 5x1. Todavia, o último encontro entre as equipas para a Taça de Portugal, em 1984/85, valeu mesmo apuramento para os Lobos do Mar, com vitória por 3x2.
Ao fim de oito jornadas na Liga 3 2024/25, o Varzim soma três derrotas, duas das quais no seu campo. Em quatro partidas caseiras, regista um saldo nulo de golos, tendo sofrido em cinco ocasiões e marcado em outras tantas. Dois desses tiros certeiros foram desfechados por Ivanildo Nhaga, ponta-de-lança guineense que enverga a camisa ‘9’. Por outro lado, ambos os desaires registados na Póvoa – frente ao Fafe e contra o Amarante – ocorreram por dois golos de diferença. Sendo que três dos cinco golos encaixados no seu reduto nasceram de remates desferidos à entrada da grande área.
Já o Boavista, volvido igual número de rondas na Liga Portuguesa, hoje ocupa o 14.º posto da tabela classificativa, tendo vencido somente o jogo inaugural, fora de portas, diante do Casa Pia. De resto, nas restantes partidas em que jogaram como forasteiros no campeonato, os Axadrezados só conheceram dois resultados: perderam duas vezes por 1x0, e empataram 2x2 em duas ocasiões. Ou seja, apresentando um saldo de golos similar ao do Varzim: cinco marcados e seis sofridos. Aliás, só por uma vez, na condição de visitantes, as Panteras não consentiram tentos adversários: precisamente no embate inaugural frente aos Gansos. Por outro lado, três dos cinco golos que apontaram nessas partidas tiveram como autor Miguel Reisinho, invariavelmente de grande penalidade.
Assim, atendendo às prestações de ambos os conjuntos no âmbito da presente temporada, é de prever que o Boavista não saia derrotado, pelo menos em tempo regulamentar. Apesar da vantagem histórica dos Poveiros em partidas caseiras frente aos Axadrezados na Taça de Portugal, a verdade é que os dois triunfos em questão remontam a temporadas nas quais ambos os clubes eram primodivisionários. O único aspeto porventura favorável aos Varzinistas diz respeito ao facto de, em virtude das debilidades financeiras, as Panteras estarem atualmente obrigadas a incluir no plantel principal vários atletas provenientes da equipa de Juniores Sub-19. Ora, uma vez que o lugar ocupado na Liga Portuguesa não é o mais satisfatório, a equipa técnica liderada por Cristiano Bacci pode optar por alguma rotatividade. Em todo o caso, admitindo que o Boavista entre em campo com os seus jogadores mais cotados, é expectável que marque, pelo menos, dois golos, e também que vença a partida.
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