Não foi um cenário encorajador que Petit veio encontrar no Rio Ave. Luís Freire deixou a equipa em 14º lugar, dois pontos acima da linha de água e nove pontos, fruto de duas vitórias e três empates à 10ª jornada. Para quem deixou antever mais alguma ambição para além da tradicional luta pela manutenção, depois do grego, Evangelos Marinakis, ter tomado conta da SAD do clube e investido quase 6 milhões em contratações no último mercado de verão, era preciso reagir e foi essa a mensagem que se procurou fazer passar com a mudança de treinador.
Petit conhece perfeitamente a missão que vai ter pela frente, por já ter vestido em mais de uma ocasião o fato de “bombeiro” para resgatar clubes do precipício, como é o caso do Rio Ave. Entre os milagres operados ao longo da carreira pelo treinador que chega agora a Vila do Conde destacam-se o de Tondela, em 2015/16, evitando a descida dos beirões na última jornada. Duas temporadas depois, Petit repetiu o feito aos comandos do Moreirense, que segurou na I Liga, para, em 2019/20 garantir à B SAD mais uma temporada entre os “grandes”.
Para trás ficam ainda passagens por Boavista, Paços de Ferreira e Marítimo e uma experiência recente pelo Brasileirão, onde orientou o Cuiabá, que deixou em agosto, com balanços mais ou menos regulares, mas quase sempre em contextos adversos, que raramente contribuíram para que pudesse desenvolver um trabalho diferente, que não fosse o de evitar uma despromoção.
Desta vez, o Rio Ave surge como um clube a atravessar um mau momento, mas, à partida, com infraestruturas e uma SAD com capacidade para garantir melhores condições de trabalho e a estabilidade necessária para chegar a bom porto. Para tal, a decisão de substituir o treinador nesta altura dá margem de manobra mais do que suficiente para voltar a endireitar o barco vilacondense.
Habituado a trabalhar as vertentes táticas, organizacionais e psicológicas, Petit surge como o antidoto certo para recuperar um Rio Ave que terá a oportunidade de se reforçar em janeiro se, de facto, não houver argumentos no plantel que lhe permitam dar a volta à situação, sem retocar o grupo, mas a verdade é que este também é um treinador que já não estranhará se tiver de se desenrascar com o aquilo que tiver dentro do balneário.
A vitória contra o Boavista (0-2) já veio dar alento e deixou o emblema de Vila do Conde a respirar melhor na classificação, agora com 12 pontos e aponta para uma equipa que promete crescer. Para tal, Petit vai beneficiar da paragem para os compromissos internacionais das seleções, para começar a trabalhar a equipa mais à sua imagem e conhecer melhor os jogadores à disposição, pelo que será de esperar uma equipa do Rio Ave diferente nas próximas semanas, que deverá ganhar maior consistência à medida que o tempo for passando.
Agora com 12 pontos e dois terços do campeonato pela frente, tudo é ainda possível para o Rio Ave que, feitas as contas, tem os lugares europeus a oito pontos de distância, pelo que o cenário está longe de ser tão catastrófico como alguns que Petit já teve de recuperar.
Contra o Boavista, ainda que a jogar fora de casa, o Rio Ave conseguiu ser uma equipa pragmática e já se fez notar o “efeito Petit”, que tinha a vantagem de começar este seu percurso contra uma equipa que conhece como ninguém, aquilo de que eram capazes, pontos fortes e fracos, e a forma como poderá contornar as adversidades colocadas pelo ambiente no Bessa. Ora tudo funcionou como se previa e o Rio Ave promete voltar a criar problemas à concorrência.
No próximo jogo, os vilacondenses recebem o Moreirense, oitavo classificado e a fazer um campeonato positivo, o que lhes confere o favoritismo das casas de apostas. Além disso, se for um novo utilizador na plataforma da Betclic e aplicar o código promocional VIPZERO, pode receber uma aposta sem risco até 50€.