Olimpija Ljubljana

Oficialmente, a data de fundação do «novo» Olimpija Ljubljana é de março de 2005, mas a história do clube é bem mais antiga e remonta ao ano de 1911, quando se montavam os alicerces do futebol na Eslovénia e, particularmente, em Liubliana.

De um crescimento lento ao tetracampeonato, passando por variadas nomenclaturas e por vezes contando no plantel com craques conhecidos do futebol português, mas sempre com uma constante: o eterno verde e branco.

O início e a ascensão

No dia 9 de maio de 1911 reuniram-se aqueles que seriam os fundadores do clube que precedeu o atual Olimpija: o Ilirija. Albin Kandare foi escolhido como o primeiro presidente, mas uma derrota por 18x0 no jogo de estreia, frente aos estudantes do Hermes, clarificou que seria necessário muito trabalho para colocar a equipa ao nível dos adversários locais.

A solução foi... demasiado direta. Um a um, o Ilirija convidou os jogadores do Hermes e pouco depois já todos jogavam pelo clube de capital eslovena, em 1913, mesmo a tempo de jogar contra o Slavia de Praga, o primeiro adversário profissional do clube.

O Ilirija e o NK Slovan eram, nessa altura, os únicos clubes na cidade mas, durante a guerra, o futebol foi interrompido. Só depois da guerra, em 1919, o Ilirija voltou à atividade, num período em que emergiram outros clubes na cidade: Šparta, Svoboda, Jadran, Primorje, e Slovan apareceram em Liubliana, tal como outros clubes de grande dimensão fora da cidade: o futebol esloveno estava em clara ascensão.

Futebol jugoslavo e a festa do campeão

Depois da Segunda Guerra Mundial, o futebol esloveno foi reanimado e o clube, então com o nome de NK Enotnost, disputou o campeonato jugoslavo, pouco antes de passarem finalmente a ser conhecidos como Olimpija.

Caiu ao segundo escalão, depois de pouco sucesso no principal, mas regressou em 1964/65 para lá permanecer durante 19 anos, iniciando o período de maior sucesso do clube.

Em 1970 chegaram à final da Taça, que perderam com um golo decisivo do Estrela Vermelha de Belgrado no minuto 120. Mesmo perdendo, conseguiram a qualificação para a Taça das Taças, no que seria uma estreia europeia para o clube.

Resultado da dissolução da Jugoslávia, a independência eslovena permitiu ao Olimpija voltar a disputar um campeonato onde tinha uma chance de lutar pelo título, e foi isso que fez. Em 1991/92, na primeira edição da nova prova, o Olimpija sagrou-se campeão esloveno sob o comando de Lučjo Pertič.

O clube venceria as três edições seguintes, mas viu o pentacampeonato negado pelo Gorica, que colocou um ponto final na mais dominante e melhor versão da história do clube.

O fim, antes de um novo início

O fim da temporada de 2003/04 viu o Olimpija terminar em segundo lugar na Liga, mas não foi suficiente para manter os patrocínios e investidores interessados. Com a saída destas partes, o clube entrou em sérias dificuldades financeiras e foram forçados a vender quase todos os jogadores. O clube ainda iniciou a nova temporada, mas não conseguiu o licenciamento correto e acabou por ser dissolvido e cessar operações, depois de um sexto lugar.

Das cinzas renasceu a atual versão do Olimpija Ljubljana, inicialmente com o nome de NK Bežigrad. Acaba por conseguir licença para utilizar o mesmo nome, mas trata-se de um clube diferente segundo a federação eslovena, sendo amplamente criticado um pouco por todo o país, devido ao «1911» que ostenta no símbolo atual.

Com uma equipa recheada de antigas glórias a regressar de reforma, o Olimpija conquistou três promoções consecutivas para chegar desde o quinto ao segundo escalão e voltou a repetir o feito com o título da segunda divisão, confirmando o regresso ao topo em 2009.

O regresso do campeão

De volta à primeira liga, o Olimpija voltou a fixar-se como um clube de topo no país ao terminar em quarto lugar na primeira temporada. 

@Olimpija Ljubljana

Na história do «novo» Olimpija, há dois nomes que saltam à vista do adepto português. Em primeiro lugar é o de Jan Oblak, que agarrou a titularidade no emblema esloveno aos 16 anos, antes de se transferir para o Benfica por quatro milhões de euros, que em 2009 foram a transferência mais valiosa do clube.

O outro é Andraz Sporar, que viria a jogar no Sporting e SC Braga. O avançado não foi formado no clube, mas vestiu a camisola do Olimpija entre 2012 e 2016 e só saiu com o registo de melhor marcador da história moderna do clube: 50 golos, os mesmos de Rok Kronaveter.

O palmarés do eterno verde e branco de Liubliana conta apenas duas ligas e três taças, a última em 2020/21, mas os adeptos de um dos maiores clubes do futebol esloveno não esquecem a longa história de anteriores versões, que culminou com o tetra nos anos 90.