placardpt
    História
    Clubes

    Bayern München

    Texto por João Pedro Silveira
    l0
    E4

    A 27 de Fevereiro de 1900, um grupo de atletas do Münchner TurnVerein 1879 descontente com o rumo do clube, que consideravam "controlado" pelos ginastas que desconsideravam a prática futebolística em prol da sua modalidade, reuniu-se no Restaurante Gisela, com o objetivo de redefinir o futuro do clube e dar prioridade ao futebol. Os comensais discordavam quanto a que decisão tomar. Enquanto um grupo queria manter o clube unido, outra fação, liderada por Franz John, queria fundar um novo clube centrado na prática do futebol.

     
    O urso Berni, a mascote do clube bávaro
    Após uma longa e acalorada discussão, Franz John, juntamente com mais 18 sócios, abandonou o MTV 1879 para fundar o Fußball-Club Bayern München. 
    O primeiro encontro do novo clube foi disputado em Março de 1900 contra o 1. Münchner FC 1896 e o Bayern começou a sua gloriosa caminhada com uma promissora vitória por 5x2.
     
    Em pouco tempo, o Bayern tornou-se um dos melhores clubes de Munique e do sul da Baviera. Contudo, foi durante muito tempo incapaz de discutir a liderança do futebol bávaro com as equipas da Francônia - norte da Baviera -, como o 1. FC Nuremberg e o SpVgg Fürth, que constantemente se superiorizavam aos clubes de Munique.
     
    Por problemas de tesouraria, e com o objectivo de usufruir de melhores instalações, em duas situações distintas o Bayern fundiu-se com outros clubes da cidade. A primeira vez seria em 1906, com o Münchner Sport Club. Como parte da "negócio" da fusão, o Bayern passou a vestir de preto. 
     
    Seria como secção de futebol do MSC que o Bayern conquistou o seu primeiro título de campeão do sul da Baviera, em 1909.
    Em 1914 a Alemanha entrou na I Guerra Mundial e o futebol germânico - como no resto do continente - ressentiu-se. As competições ficaram condicionadas e a larga maioria dos praticantes da modalidade foram deslocados para os horrores das trincheiras da frente ocidental, ou o frio gélido da frente russa.
     
    O Bayern da República de Weimar à ascenção do nazismo
     
    Taça de Campeão alemão conquistada pelo Bayern em 1927. Este imponente e detalhado troféu, encimado por uma figura que representa a deusa Victória, encontra-se em exposição no museu do clube
    O Bayern continuava a viver à sombra dos vizinhos do norte e foi precisamente no ano em que o conflito começou que o SpVgg Fürth se tornou a primeira equipa bávara a conquistar o campeonato alemão.
     
    No período que durou entre o início da I Guerra mundial e 1930, os dois grandes clubes do norte - Fürth e Nuremberg - conquistaram entre si 8 campeonatos nacionais alemães, demonstrado a sua enorme superioridade sobre o Bayern e restantes clubes do sul, que se encontravam então a anos luz das potências futebolísticas do norte.
     
    Em 1926, o Bayern torna-se campeão do sul da Alemanha pela primeira vez, repetindo o feito duas épocas depois, podendo então participar no campeonato nacional que englobava os vencedores das diversas ligas regionais.
     
    Mas seria só em 1931 que o sucesso do clube "superou" finalmente as fronteiras do estado natal. Liderados pelo austríaco Richard "Dombi" Kohn, os bávaros chegam à grande final do campeonato alemão pela primeira vez. Em Nuremberga, os vermelhos bateram o Eintracht Frankfurt por 2x0 e festejaram o seu primeiro título nacional. A grande Taça de Campeão da Alemanha foi levada para Munique, onde foi apresentada a uma multidão delirante. O grande troféu encimado pela representação de Victoria, a deusa romana da vitória, conhecida por Niké entre os gregos.
     
    O III Reich e o Judenclub
     
    Contudo, os tempos não corriam de feição ao Bayern. A 30 de Janeiro de 1933, o Presidente Hindenburg nomeou Hitler como Chanceler da Alemanha, dando por terminado o regime democrático convencionalmente conhecido por República de Weimar. Nascia o III Reich. 
     
    Pouco depois, em abril, as leis de restauração da função pública, criadas para visar a comunidade judaica, entravam em vigor. Em 1935, as «Leis de Nuremberga» pioraram a situação da comunidade judaica, obrigando a que muitos judeus abandonassem a Alemanha. Nessa primeira leva, que incluiu personagens afamados como Einstein, econtrava-se também "Dombi", que se refugiou na vizinha Suíça e mais tarde nos Países Baixos, onde continuou a treinar.
     
    Mais tarde, seria a vez do Presidente Kurt Landauer, também ele de ascendência judaica - que teve de renunciar à presidência do clube, refugiando-se igualmente em terras helvéticas.
     
    Durante o III Reich foi um clube mal-visto pelas grandes figuras do nazismo, que nunca aceitaram a presença de judeus no clube da Baviera
    As presenças de Dombi e Landauer fizeram com que o clube tivesse sido alcunhado de Judenclub [clube de judeus] pelos nazis. 
    Despojado da liderança, malquisto pelo regime que nesses anos favorecia o «pró-nazi» TSV München 1860, o clube acabou por cair na 2ª Divisão Bávara pela primeira vez no seu historial.
     
    Durante a II Guerra Mundial [1939/45], o Bayern viu a sua sede ser destruída num bombardeamento em 1944. O mesmo aconteceu ao campo de Grünewalder Strasse, bombardeado e destruído um ano antes, obrigando o clube a mudar de casa até 1945. 
     
    Regressado entretanto à 1ª Divisão bávara, a Gauliga, o Bayern conquistaria novamente o troféu em 1944, ganhando acesso ao Campeonato Alemão.
    Mas seria precisamente em 1944 que os aliados desembarcavam na Normandia, apertando definitivamente o cerco a Hitler e ao seu Reich para durar mil anos...
     
    A Alemanha é invadida pelos aliados nos primeiros meses de 1945 e, curiosamente, seria um jogo entre o mal-amado Bayern e o TSV 1860, em Munique, a última partida oficial disputada durante o Reich, no dia 23 de Abril de 1945.
    A 30 de abril, Hitler suicidava-se no seu bunker em Berlim e dias depois o almirante Karl Dönitz assinava a capitulação alemã. 
     
    Pós-guerra e os anos de travessia do deserto
     
    Terminada a II Guerra Mundial, todos os clubes desportivos alemães foram dissolvidos pelo Conselho de Controlo Aliado. Os jogadores e dirigentes do clube tiveram que pedir uma licença para a nova fundação, que foi primeiramente negada. Após saturadas negociações, o clube ressurgiu. O primeiro encontro do pós-guerra seria disputado frente ao FC Wacker, também ele de Munique.
     
    As dificuldades faziam com que o futebol fosse uma "não-prioridade" da nova Alemanha. O Bayern vivia com imensas dificuldades, até que em junho de 1947 Kurt Landauer voltou do exílio, sendo eleito presidente e dando inicio ao seu quarto - e último - mandato, que durou até 1951.
     
    Tal como antes da II Guerra Mundial, a não existência de uma liga nacional obrigava os diversos clubes a disputarem campeonatos regionais que englobavam um ou mais estados.
    Durante os anos que se sucederam ao conflito, o Bayern disputou sem grande sucesso a Oberliga Süd, competição que incluía equipas dos estados da Baviera, Baden-Württemberg e Hesse.
     
    Depois de terminar alguns campeonatos em terceiro e quarto lugar, acabou por cair na Oberliga Süd 2, onde ficou apenas uma época em 1956.
    No ano seguinte, conquistaria o seu segundo troféu nacional ao conquistar a Taça da Alemanha, batendo na final o Fortuna Düsseldorf.
     
    Gerd Müller (esq.) e Franz Beckenbauer (dir.), as duas principais figuras do Bayern que passou de clube regional a potência continental
    Outra data marcante destes anos de transição foi o dia 16 de Outubro de 1962, quando os bávaros se estrearam nas competições europeias, jogando a 1ª eliminatória da Taça das Cidades com Feiras contra o FC Basel, da Suíça, que venceram por 3x0. A estreia levou os vermelhos até aos quartos-de-final, onde seriam eliminados pelo NK Dinamo Zagreb.
     
    Após o fracasso da participação germânica no mundial de 1962, a federação alemã resolveu criar uma liga nacional, que veio substituir as cinco ligas regionais. A Bundesliga foi disputada pela primeira vez em 1963/64. O Bayern, contudo, não participou, pois na edição da Oberliga Süd de 1962/63 que daria acesso à Bundesliga do ano seguinte, ficou em terceiro lugar, atrás do TSV 1860 e Nurnberg.
     
    O ano zero: Beckenbauer e a nova vida do Bayern
     
    Em 1963/64, participou numa série da Fußball-Regionalliga, onde ficou em 2º lugar. Foi também nessa época que vestiu pela primeira vez a camisola do Bayern um jovem de nome Franz Beckenbauer. Naqueles dias, poucos imaginariam o impacto do jovem na história do clube, que até então só tinha ganho um campeonato e uma taça da Alemanha...
     
    No ano seguinte, o Bayern conseguiu ganhar a sua série e ascender à Bundesliga onde se estreou em 1965/66 com um brilhante terceiro lugar.
    O sucesso na estreia só foi ensombrado pelo campeão desse ano ter sido o rival TSV 1860, que conquistava pela primeira vez a Bundesliga. Contudo, na Taça a vitória sorriu ao Bayern que assim logrou a qualificação para a Taça dos Vencedores das Taças.
     
    1967 seria um ano marcante na história do clube. Na sequência da vitória na Taça um ano antes, a equipa participa e conquista a Taça das Taças batendo o Glasgow Rangers na final.
     
    A primeira Bundesliga chegaria em 1968/69, que, juntamente com a conquista da Taça da Alemanha, valeu a primeira dobradinha do palmarés bávaro. O mais surpreendente nesta época histórica é o facto de o Bayern só ter usado 13 jogadores em toda a campanha.
     
    Depois de perder o campeonato para o Borussia Mönchengladbach, o Bayern foi buscar o selecionador Udo Lattek para o lugar do jugoslavo Branko Zebec, que só conseguiu conduzir os bávaros a conquista da Taça nessa época.
     
    Mas um ano depois, já com a presença de Paul Breitner e Uli Hoeneß no plantel, o Bayern inicia o caminho para o primeiro Tri da sua história (1972,1973, 1974).
     
    1974: A primeira Taça dos Campeões
     
    Antes da glória europeia, o Bayern encontrou a sua nova casa. Terminadas as Olimpíadas de Munique de 1972, o clube mudou-se de armas e bagagens para o novo estádio, onde foi muito feliz até 2005.
     
    Jogadores do Bayern festejam a conquista da segunda Taça dos Campeões Europeus no Parc des Princes em Paris (1975)
    Em 1974, chega pela primeira vez à final da Taça dos Campeões. No Heysel, em Bruxelas, o jogo arrasta-se para o prolongamento sem golos. No tempo extra, os espanhóis do Atlético de Madrid foram superiores e quando Luis Aragonés marcou o golo aos 114 minutos, o destino parecia selado...
     
    Mas Hans-Georg Schwarzenbeck tinha outros planos. Com um remate de longe ganhou um lugar na história do Bayern e empatou o jogo no último minuto, obrigando a um jogo de desempate dois dias depois, no mesmo estádio.
     
    Sepp Maier, Paul Breitner, Schwarzenbeck, Franz Roth, Gerd Müller, Uli Hoeneß e o capitão Franz «o Kaiser» Beckenbauer fizeram história e esmagaram os madrilenos com um concludente 4x0. O Bayern era rei da Europa!
     
    Se dúvidas houvesse sobre a capacidade do Bayern, ficaram dissipadas um ano depois, quando após uma campanha irrepreensível os vermelhos bateram o Leeds United na final disputada em Paris.
     
    Um ano depois em Glasgow, frente aos franceses do Saint-Étienne, um golo de Roth selou o Tricampeonato europeu do Bayern, que levava os bávaros a entrar num clube restrito de onde só faziam parte Real Madrid e Ajax.
     
    Campeão crónico, as finais europeias perdidas e a vitória na UEFA
     
    No fim da década, em 1979/80, regressaram os títulos nacionais. Uma geração com jogadores como Karl-Heinz Rummenigge, Dieter Hoeneß, Klaus Augenthaler e Roland Wohlfarth levou o gigante de Munique a conquistar seis "pratos" de campeão alemão na década de 1980.
     
    Em 1982, em Roterdão e contra os ingleses do Aston Villa, conheceu pela primeira vez o sabor da derrota numa final da Taça dos Campeões.
    Crónico campeão da Alemanha Federal, o Bayern voltaria à grande final da Taça dos Campeões cinco anos mais tarde, num jogo em Viena contra o FC Porto, onde era apontado pela crítica como o grande favorito. Para surpresa geral, depois do golo inaugural de Kögl, na segunda parte os portugueses deram a volta ao resultado e venceram por 2x1, conquistando o troféu pela primeira vez.
     
    Nos anos 90, o clube conquistou mais quatro Bundesliga, além de uma Taça UEFA conquistada em 1996 com Beckenbauer no inusitado papel  de treinador-presidente. Ao conquistar pela primeira vez a Taça UEFA, o Bayern conseguiu tornar-se juntamente com a Juventus e o Ajax um dos três clubes que conseguiram vencer as três competições principais da UEFA: Taça dos Campeões, Taça das Taças e Taça UEFA.
     
    Após a vitória na final contra o Bordeaux, Beckenbauer abandonou o papel de treinador, mantendo-se contudo como Presidente do clube até ao ano de 2002.
     
    O desastre de Nou Camp
     
    Três anos antes, em 1999, na cidade de Barcelona, o Bayern tinha vivido o momento mais dramático da sua história quase centenária. 
     
    Na final da Liga dos Campeões contra o Manchester United, um golo madrugador de Mario Basler aos seis minutos tinha deixado aberto o caminho para que a quarta taça das orelhas pudesse brilhar nas vitrinas do museu do clube.
     
    O jogo prosseguiu com o domínio dos bávaros e não fosse o guarda-redes Peter Schmeichel, o Bayern poderia fechar a história da partida bem antes do final. E quando o gigante dinamarquês estava batido foram os ferros que impediram os golos de Jancker e Scholl. A sorte parecia não querer nada com os bávaros...
     
    Perto do fim, quando o Presidente da UEFA já se preparava para descer as escadas, a pensar em entregar a Taça aos Bávaros e ao capitão Lothar Matthäus, eis que ao minuto 91 um canto apontado por David Beckham no lado esquerdo do ataque dos red devils cai no meio da área, Schmeichel foi lá à frente ajudar a provocar a confusão, a bola sobra para Giggs que remata fraco, antes de Teddy Sheringham desviá-la para o fundo das redes e fazer o empate.
     
    Apanhados pelo turbilhão de emoções, os alemães deixam-se bater dois minutos depois num novo canto. Beckham marca o canto, Sheringham desvia de cabeça e o norueguês Ole Gunnar Solskjær fuzila a baliza de Oliver Khan, dando a volta por completo ao texto.
     
    Pela segunda vez os bávaros viam escapar uma final que venciam por 1x0. Mas nenhuma derrota terá sido por certo tão dramática como a de Nou Camp a 26 de Maio de 1999.
     
    Kahn, a glória em San Siro e a desilusão no Bernabéu
     
    Em Milão, dois anos mais tarde o Bayern voltava ao grande jogo, tendo por adversário os espanhóis do Valencia. Frente-a-frente os dois vencidos das duas últimas finais da Champions
     
    Se os valencianos queriam mudar a sua história e conquistar a sua primeira "taça das orelhas", os alemães, por sua vez, haviam curado as feridas de 1999 e tinham transformado a dor em força. A derrota não voltaria a repetir-se!
     
    Tudo começou bem para os espanhóis com o golo de Mendieta aos 3´. Os vermelhos não abanaram e procuraram retificar o resultado.
    Depois do intervalo, também na concretização de uma grande penalidade, Steffan Effenberg voltava a colocar o Bayern na corrida.
     
    O jogo foi para prolongamento e o nó teimava em não se desatar, seguiu-se o desempate através da marcação de penalties. Oliver Khan, decidido a entrar na história do futebol, defende as grandes penalidades de Zahovic, Carboni e Pellegrino. 25 anos depois o Bayern voltava ao topo da Europa.
     
    Além de uma nova Champions, o novo século trouxe mais seis Bundesligas e cinco Taças ao museu do clube. O Bayern reforçou a condição de crónico campeão alemão, distanciando-se dos rivais no número de troféus conquistados.
     
    Em 2006, a Alemanha recebeu nova edição do Campeonato do Mundo. A cidade de Munique construiu um novo e belíssimo estádio, o Allianz Arena, para onde se mudaram o Bayern e TSV 1860 no ano anterior à realização do campeonato mundial. 
     
    A fechar a década, em 2010, chegou a 8ª final da Champions, em Madrid, contra o Inter de Milão. Uma nova geração comandada pelo holandês van Gaal com Lahm, Schweinsteiger, Müller, Ribery, Robben e Ólic eliminou Fiorentina, Manchester United e Lyon para chegar ao grande jogo.
     
    No Bernabéu, foram impotentes contra a superioridade dos italianos. Dois golos do argentino Milito selaram o destino da partida e os bávaros perdiam a "quinta". O Bayern parecia encarnar um novo papel, por norma não reservado às equipas alemãs, o de especialista em finais perdidas.
     
    Domínio completo na Alemanha
     
    Em 2011/12, Louis van Gaal deu lugar a Jupp Heynckes, depois do Bayern perder a Bundesliga para o rival Dortmund. A«máquina» afinava-se, mas os «amarelos» voltaram a levar a melhor em 2012.  
     
    A época foi um somar de frustrações, com o clube a terminar a segunda época consecutiva sem conquistar um troféu. Perderam também a final da Taça para o Borussia Dortmund, mas a grande e dolorosa derrota chegou na final da Champions, perdida no próprio estádio, contra o Chelsea, no desempate através de grandes penalidades. 
     
    Ao contrário do que é comum no mundo do futebol, os diretores bávaros apostaram em Heynckes, confiantes que a segunda época só ia confirmar o retorno do Bayern ao topo. O timoneiro de Mönchengladbach liderou então o Bayern à época perfeita - mesmo depois de saber que seria substituído pelo espanhol Pep Guardiola no fim da época. 
     
    Bundesliga, Taça e Liga dos Campeões conquistadas com mérito, com a coroa de glória a ser conquista em Wembley, onde na final germânica, o Bayen bateu o Borussia Dortmund por 2x1. O futebol avassalador e espetacular dos alemães conquistava a crítica e o Mundo. 
     
    Fechou-se (ou parecia) o capítulo Heynckes e abriu-se o marcante capítulo Guardiola. A passagem do treinador espanhol pela Alemanha, não só mudou o futebol do Bayern, mas também o futebol da Seleção alemã. A herança do ex-Barcelona era pesada, a nível de títulos e de estilo de jogo, no entanto Guardiola foi Guardiola. No seu primeiro ano, o novo timoneiro venceu Supertaças alemã Mundial de Clubes, Campeonato e Taça da Alemanha, mas falhou a conquista da Champions e da Supertaça alemã. Contudo, acima dos títulos conquistados, destacou-se o futebol praticado pelos bávaros. A acutilância ofensiva herdada sofreu algumas alterações e deu lugar a um 'tiki-taka à alemã', ou seja, a capacidade de ter bola misturada com a frieza germânica na hora de fazer balançar as redes adversárias.
     
    Este estilo foi 'levado' para a Seleção germânica e, coincidência ou não, a Alemanha sagrou-se campeã mundial em 2014. 
     
    O domínio interno do emblema de Munique continuou, embora com algumas 'falhas' nas Taças e Supertaças alemãs, bem como no 'calcanhar de Aquiles' de Guardiola no Bayern: a Liga dos Campeões. Em 2016/17, Pep Guardiola partiu para um novo desafio e Carlo Ancelotti assumiu o leme, dando continuidade à veia vencedora nas provas domésticas.
     
    No entanto, na época seguinte o técnico italiano acabou por sair numa fase precoce da temporada, muito criticado pelos resultados e pelos métodos de treino. Para o seu lugar veio o 'reformado'... Jupp Heynckes, que assumiu o comando até ao fim da época e manteve os bávaros na trilha do sucesso, conquistando o inédito hexacampeonato, nunca alcançado na Liga Alemã. No último jogo da sua carreira, Heynckes não conseguiu vencer a Taça da Alemanha, que acabou por ir para o Eintracht Frankfurt, clube de onde veio o novo treinador do clube da Baviera.... Niko Kovac.
     
    O treinador croata não quis acabar com o domínio interno que os bávaros vinham habituando os seus adeptos e em 2018/19 conquistou tudo o que havia para conquistar na Alemanha: a Supertaça, a Taça da Alemanha e, mais importante, o também inédito heptacampeonato, numa edição onde o Borussia Dortmund deu luta até ao fim, mas na qual o Bayern acabaria por ser campeão com mais dois pontos que os seus rivais amarelos e negros. O único ponto negativo a destacar foi a eliminação nos oitavos de final da Liga dos Campeões, aos pés do futuro campeão Liverpool.
     
    Esse domínio não passou, no entanto, para o arranque da época seguinte e a inconsistência exibicional dos bávaros - mais até que a de resultados - levou a direção do clube de Munique a terminar a ligação a Kovac depois da goleada sofrida frente ao Eintracht Frankfurt (5x1), em fevereiro. A solução encontrada para assumir a equipa veio de dentro e o treinador adjunto Hans-Dieter Flick assumiu a equipa até ao final da época, convencendo com a qualidade de jogo demonstrada e que transpareceu para o sucesso desportivo. Isto porque o Bayern de Flick venceu 13 dos 16 jogos disputados até ao final da época, conquistou o octacampeonato, venceu a Taça da Alemanha novamente e a isso ainda juntou a conquista da Liga dos Campeões, com os germânicos a bater o Paris SG (0x1), no Estádio da Luz.
     
    Face a esse sucesso, a direção do Bayern decidiu dar continuidade ao comando de Flick nos bávaros e mais uma vez o treinador alemão provou ser uma aposta segura, concluindo um grande período à frente do gigante bávaro com a conquista da Supertaça Europeia, do Mundial de Clubes, da Supertaça Alemã e ainda do eneacampeonato, o nono campeonato alemão consecutivo conquistado pelo Bayern Munchen na Alemanha. A nível individual, o principal destaque dessa equipa era Robert Lewandowski, avançado polaco que entre 2019/20 e 2020/21 marcou um total de 103 golos em 87 jogos, além de 17 assistências. Este casamento de sucesso entre Flick e o Bayern terminou, contudo, no final de 2020/21, com a seleção da Alemanha a recrutar o treinador e, por isso, os bávaros apostaram num dos treinadores "da moda" para 2021/22, o jovem (34 anos na altura) Julian Nagelsmann.

    Comentários

    Gostaria de comentar? Basta registar-se!
    motivo:
    AN
    1986/87
    2018-09-19 17h49m por angryagain
    O melhor momento foi em 86/87 no Pratter em Viena:

    Taça dos Campeões Europeus
    FC Porto 2-1 Bayern (Madjer, Juary)
    Melhor Clube De Sempre
    2016-02-13 16h17m por JefeLider
    Melhor Clube Da Historia Do Futebol Mundial O Clube Que Mais Gosto De Ver Jogar
    FC Bayern Munchen Melhor Do Mundo
    2016-01-14 17h23m por JefeLider
    Clube Muito Grande Com Grande Palmares e Grande Historia Mia San Mia
    MA
    FC Bayern Munchen The Best
    2015-03-22 21h58m por Macho_CelticFC
    FC Bayern Munchen melhor clube do mundo da historia do futebol forte clube melhor clube alemao e mundial mia san mia
    MI
    Real Madrid
    2014-06-12 20h00m por miguelmam
    Agora é ele.
    Texto ZeroZero
    2013-06-28 11h25m por TelmoDininho
    Nao consigo ler o texto até ao Fim ;o
    RI
    Bayern
    2013-02-27 22h21m por Riquelme10
    Parabens à melhor equipa da actualidade :D
    . . .
    2013-02-27 19h25m por john14
    puto chato
    Bayern
    2013-02-27 10h59m por caocrodilo
    acho que lhes custou mais ter perdido a final da champions em casa no ano passado :p
    grande artigo
    2012-02-03 23h02m por goncalo1993
    Parabéns, uma historia muito interessante e muito bem escrita que conta em pormenores toda a Historia deste grande clube, grande trabalho!