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    Borussia M´gladbach

    Texto por João Pedro Silveira
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    O Borussia, será juntamente com Joseph Pilates - o inventor do método seu homónimo, praticado hoje em dia por milhões em todo o mundo - o mais 
    famoso dos filhos de Mönchengladbach, uma cidade com aproximadamente um quarto de milhão de habitantes, localizada no oeste da Alemanha, muito próximo da fronteira com os Países Baixos e a Bélgica. 
     
    Ao longo da sua história centenária, o Borussia cresceu muito para além das fronteiras naturais da cidade, chegando nos anos 70 a dominar o futebol alemão, conquistando cinco Budesliga na sua década dourada. 
     
    Raízes Marianas
     
    A 17 de novembro de 1899, um grupo de jovens que fizera parte da fundação do Fussball Club Germania Mönchengladbach, abandona uma reunião no restaurante Anton Schmitz, na Alsstraße, em Eicken, Mönchengladbach. Este grupo de jovens fazia parte da Marianische Jünglings-Congregation, a Congregação da Juventude Mariana, um grupo de católico localizado em Eicken. 
     
    Os fundadores do Borussia Mönchengladbach.
    Depois de muitas reuniões e propostas, a 1 de agosto do ano seguinte, o grupo de jovens resolveu fundar o FC Borussia... com o nome a derivar da forma latinizada de Prússia, Borussia em alemão, nome do reino a que a cidade de Mönchengladbach estava politicamente ligada desde 1815. 
     
    Disputando jogos amigáveis com outros clubes da cidade, tornaram o Borussia num clube de sucesso a nível local, ao ponto dos membros do clube, em fevereiro de 1903, solicitarem a inscrição da equipa na Associação regional, com vista a disputar jogos com mais regularidade e poder competir com outros adversários.
     
    Ainda durante o decorrer de 1903, sócios insatisfeitos com o rumo do Borussia provocaram uma cisão, que levou o Borussia a desvincular-se da Congregação Mariana, tornando-se autónomo e senhor dos seus destinos. O processo de legalização só ficaria encerrado em 1910, com o Borussia M.Gladbach 1900 a ficar com o assentamento número 30 no livro de registos notariais da comarca de Mönchengladbach. 
     
    A Grande Guerra e a reestruturação
     
    Março de 1914, o clube adquiriu De Kull, o campo onde seria erigido o Bökelbergstadion. Todavia, o começo da Primeira Guerra Mundial a 28 de Julho desse ano parou por completo a construção do estádio e deixado o Borussia em estado de letargia, com os seus jovens jogadores a serem chamados a pegar em armas para lutar na Frente Ocidental ou nas planícies orientais da Frente Russa. Alguns jogos seriam disputados em 1917, mas a normalidade só seria retomada depois do armistício em 1918.
     
    Figuras de Subbuteo equipadas com o histórico equipamento do Borussia da década de 70.
    No ano seguinte, já em paz, Mönchengladbach assistiu a fusão de dois dos seus mais importantes emblemas: o Borussia e o Turnverein Germania 1899, que deram lugar ao 1899 VfTuR M.Gladbach, que logo em 1920 bateuo Kölner BC por 3x1 na final do Westdeutsche Meisterschaft, sagrando-se assim campeões regionais.
     
    Apesar do sucesso, a união durou somente um par de anos, altura em que o clube, já separado do Germania, passou a ser conhecido por Borussia VfL 1900 e.V. M.Gladbach, nome porque ainda é conhecido.
     
    O III Reich e o pós-guerra
     
    Em 1933, o clube voltou a unir-se com um vizinho, desta feita o SC Mönchengladbach, mas apenas até agosto de 1934. Curiosamente, apesar da curta união, o SC Borussia viveu um período de sucesso, qualificando-se para a Gauliga Niederreihn, uma das dezasseis divisões regionais criadas após da reorganização do futebol germânico durante o III Reich.
     
    Após o fim da fusão, o clube ainda jogou mais duas épocas debaixo da antiga denominação no primeiro escalão regional, mas acabou por ser despromovido, vivendo até 1950 nos escalões inferiores, ano em que ascendeu a Oberliga West, prova que conquistaria em 1959. 
     
    Berti Vogts e Gerd Müller, dois símbolos da rivalidade entre Borussia e Bayern.
    1959/60 seria a época do primeiro grande sucesso dos «verdes», com a conquista da Taça da Alemanha, depois de bater o Karlsruher SC por 3x2 na final.
     
    Todavia, apesar da conquista, o Borussia não estaria entre os melhores classificados da sua divisão em 1963 falhando assim a presença na primeira edição da Bundesliga (1963/64). A promoção só chegaria em 1965/66, ao lado do Bayern de Munique, que em breve dividiria com o Gladbach o domínio do panorama futebolístico alemão...
     
    Anos 60: a transformação de Weisweiler
     
    Hennes Weisweiler chegara ao leme do clube na época 1965/66 e logo nesse primeiro plantel já se encontravam três das futuras pedras chaves do grande Borussia dos anos 70: Berti Vogts, Günter Netzer e Jupp Heynckes. O defesa, o médio e o avançado seriam a espinha dorsal da grande equipa que mudaria a história do clube. 
     
    Enquanto Vogts e Netzer se tornaram logo fundamentais na equipa, Heynckes seria emprestado uns anos ao Hannover 96, onde limou as suas qualidades, para regressar absolutamente demolidor em 1970/71, enquanto para o meio campo chegava Schäffer.
     
    Fim dos anos 60,  máquina do Borussia afinava-se para os gloriosos anos 70.
    Enquanto a máquina do Borussia se afinava, o Bayern ganhava a sua primeira Bundesliga em 1968/69, adiantando-se na luta a dois que encantaria o país e a Europa nos anos setenta. 
     
    Um ano depois da vitória dos bávaros, a «máquina de Weisweiler» conquistava a sua primeira Bundesliga. Um ano depois, já com Heynckes, conquistava novamente o campeonato, tornado-se a primeira equipa alemã a conseguir revalidar o título desde o começo da Bundesliga.
     
    Anos 70: a era dourada
     
    Com Gerd Müller goleador e Beckenbauer imperial, o Bayern conquistaria os três títulos seguintes, batendo o recorde do Borussia, mas Weisweiler continuava a limar a sua equipa, que entretanto contava já com Kleff na baliza, mais Stielike, Köppel, a genialidade do dinamarquês Simonsen, conhecido como o dinamarquês elétrico, tal era a sua velocidade e capacidade de se manter sempre em movimento. Na frente, Jensen, outro natural da Dinamarca, fazia dupla letal com Heynckes. Weisweiler tinha finalmente a sua máquina afinada.
     
    Em 1974/75, o Gladbach recuperou a liderança do futebol alemão, conquistando de uma assentada a Bundesliga e a Taça UEFA, coroada com uma goleada por 5x1 na segunda mão contra os holandeses do Twente, por culpa de uma exibição inspirada de Heynckes, autor de um hattrick, que assim desfez o nulo do primeiro jogo em Mönchengladbach. A força imparável da equipa do Borussia, valeu a alcunha de Der Fohlen, os garanhões, aos seus jogadores.

    Já dois anos antes, o emblema verde chegara à sua primeira final europeia. Uma vitória no Bökelbergstadion, por 2x0, com dois golos de Heyckes, não chegara, porque o Borussia soçobraria duas semanas depois, em Anfield, no jogo da segunda mão, contra o Liverpool por 3x0.
     
    Jupp Heynckes, a grande estrela dos «verdes» durante a era dourada.
    A Weisweler, sucederia Udo Lattek que seria o responsável pela vitória nos campeonatos de 1976 e 1977, que permitiu aos Gladbach igualar o Bayern conquistando também um tri, mas falhando no objetivo supremo da Taça dos Campeões Europeus, perdendo a final de 1977, em Roma, novamente com o Liverpool (3x1), na primeira de três finais disputadas em quatro anos.
     
    Em 1979 conquistaria a UEFA pela segunda vez, batendo o Estrela Vermelha de Belgrado, antes de ser batido pelo Eintracht de Frankfurt na final da mesma competição, na época seguinte. 
     
    Anos 80: o suave declínio 
     
    Sem Weisweler e Lattek, o Borussia não voltou a conseguir levantar a Meisterschale, o troféu de campeão da Bundesliga. Contudo, manteve-se sempre entre as melhores equipas do campeonato, pois entre 1980 e 1989, apenas por uma vez a equipa desceu abaixo do 7º lugar. Na Taça, o Borussia acabou por perder a final de 1984, no desempate pela marca de grandes penalidades contra o velho rival Bayern. Nesse mesmo ano, a jovem e promissora estrela Lothar Matthäus, que falhara um penálti, trocava o Borussia, precisamente pelo rival bávaro.
     
    Martin Dahlin com a Taça da Alemanha, a última grande equipa do Borussia que fez sonhar os adeptos com altos voos.
    Na Europa, durante grande parte da década, o Gladbach sofria eliminações precoces, apenas dando nas vistas em 1987, ano em que voltou às meias-finais da UEFA, sendo eliminado pelos escoceses do Dundee United, que perderiam a final para os suecos do Gotemburgo.
     
    Anos 90: a queda
     
    Apesar de um 4º e de um 5º lugar, além de uma Taça conquistada, entre 1994 e 1995, o Borussia há muito que deixara de ser uma das grandes equipas da Alemanha. A década de 90 foi um acumular de maus resultados que culminou com a despromoção em 1999/00.
     
    O clube voltaria dois anos depois, mas raramente ficou acima do 10º lugar, sendo despromovido inclusivamente mais uma vez em 2007. Apesar do investimento no novo estádio e até da contratação de treinadores de renome, como o holandês Dick Advocaat em 2004, a verdade é que os Der Fohlen nunca mais voltaram a brilhar no firmamento do futebol teutão.

    Comentários

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    motivo:
    Grande da Alemanha
    2013-09-05 19h36m por Thirteenth
    Campeão no ano em que nasci. . .