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    Stanley Matthews: O Feiticeiro do Drible

    Texto por João Pedro Silveira
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    Começou a jogar futebol ainda Hitler não tinha subido ao poder na Alemanha e só «pendurou as botas» depois de Neil Armstrong já ter caminhado na lua... Confuso? Como será possível uma carreira de um jogador de futebol atravessar alguns dos momentos mais marcantes do século XX, atravessando 39 anos? Não se fala de um jogador qualquer...

    A carreira do «Feiticeiro do Drible» é tudo menos comum, reveladora da excecionalidade que só está ao alcance dos eleitos. Começou no Stoke City em 1931-32, mudou de clube dezassete anos depois, para o Blackpool, onde finalmente conquistou a FA Cup.

    Terminou a carreira novamente ao serviço do Stoke City em 1965, tinha então 50 anos... De permeio, a Rainha armou-o «Cavaleiro do Reino», tornando-se o primeiro jogador a ser distinguido com tal honra durante a carreira - as más-línguas brincam que a Rainha não quis esperar mais tempo para que Matthews finalmente se decidisse a «pendurar as botas».

    Antes venceria a «Bola de ouro» da France Football (1), contava então apenas 41 anos... A Taça de Inglaterra conquistara-a três anos antes, com a camisola do Blackpool, naquela que foi a sua terceira tentativa de erguer o celebrado troféu. A sua fama saiu de Inglaterra e atravessou o mundo, em 1957, visitou o Gana, onde jogou com a camisola do Hearts of Oak, sendo coroado no final como o «rei do futebol».

    Esteve presente no famoso «jogo do século» (1953), o dia em que a maravilhosa Hungria de Puskas se tornou a primeira seleção a bater a toda-poderosa Inglaterra no seu próprio solo (3x6). Passou também por Portugal, apontado o último golo da histórica goleada por 0x10, com que a Inglaterra brindou Portugal no Jamor em 1947.

    Apesar da crítica ser impiedosa para o seu estilo que achavam ineficaz, lento e pouco corajoso, os adeptos adoravam-no. Com um futebol mágico, uma habilidade sem par, Matthews fintava como um brasileiro, inovando sempre o seu repertório, conduzindo a bola para área adversária com mestria. 

    Fez 54 jogos pela seleção dos três leões, além de dois pela seleção da Grã-Bretanha que disputou os Jogos Olímpicos de Londres em 1948. Vestiu pela última vez a camisola da seleção em 1958, numa vitória fora sobre a Dinamarca, contava então 42 anos e 104 dias...

    Depois de terminada a carreira, trocou a fria Stoke pela solarenga Malta, onde em 1970, acedeu ao convite dos dirigentes do Hibernians para ajuda-los numa eliminatória com o gigante Real Madrid. Matthews não resistiu e voltou a calçar as chuteiras, ajudando os malteses a conseguirem um histórico empate a zero que travou a armada madridista. 

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    (1) - Em 1956, Matthews tornou-se o primeiro vencedor do «Ballon d'Or» da France Football que premiava o melhor jogador europeu do ano.

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    Fotografias(4)

    Stanley Matthews
    Stanley Matthews recebe a Taça de Inglaterra 1952/53

    Comentários

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    motivo:
    MA
    Espetáculo
    2013-02-01 21h25m por Manecas3
    É pena nao lhe ter visto a jogar
    MA
    Espetáculo
    2013-02-01 21h15m por Manecas3
    Um jogador espetacular!!!!!!
    Pena é eu nunca ter ouvido falar dele
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