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Johan Cruyff: Nummer 14

Texto por João Pedro Silveira
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Hendrik Johannes "Johan" Cruijff nasceu em Amesterdão a 25 de Abril de 1947. Fez parte da grande revolução do futebol moderno que foi o Ajax dos anos 70 e da selecção holandesa de 1974 que ficou conhecida como a Laranja Mecânica.

Foram essas equipas, de que Cruijff fez parte, que quebraram por completo o estaticismo em que o futebol tacticamente se encontrava. Um sistema de jogo apelidado de futebol total, onde as peças se moviam sem as limitações de outros tempos. Rinus Michel no banco e Cruijff no relvado foram os responsáveis por essa revolução.
 
Futebol Total
 
Cruijff estreou-se no Ajax em 1964 e no ano seguinte seria logo campeão. Dotado de boa técnica e velocidade, a sua intuição e inteligência tornaram-no num líder natural dentro do campo.
 
Em 1969, o Ajax, até aí um pequeno clube em parâmetros europeus, teve uma campanha de sonho e chegou à final com o AC Milan depois de já ter eliminado o Benfica. No ano seguinte, o grande rival de Roterdão, o Feyenoord, tornou-se o primeiro clube holandês a ganhar a Taça dos Campeões, mas o Ajax não se perturbou com o sucesso do rival e no ano seguinte voltou à final e desta vez contra os gregos do Panathinakos finalmente venceu.
 
Seguiram-se vitórias sobre o Inter (1972) e a Juventus (1973) para o Ajax poder reclamar o tricampeonato europeu. A nível interno, a juntar ao título de 1966, o Ajax tinha vencido os campeonatos de 1967, 1968, 1970, 1972 e 1973, e as Taças de 1967, 1970, 1971 e 1972.
 
Laranja Mecânica
 
Com os resultados de Ajax e Feyenoord, a Holanda tornava-se uma das óbvias favoritas ao mundial de 1974, mesmo tendo em conta que os Países Baixos regressavam à grande competição depois de uma ausência que remontava a 1938 e a apenas para a sua terceira participação.
 
Depois de vencer o grupo da primeira fase cedendo só um empate, os Países Baixos venceram o segundo grupo com três vitórias em três jogos: Argentina, R.D.A. e o campeão do mundo Brasil, sentiram na pele a força do futebol total.
 
@Getty / Getty Images
Cruijff teve um campeonato de sonho, sendo o maestro da laranja mecânica, jogando e fazendo jogar, e apontando ainda três golos decisivos contra argentinos e brasileiros.
 
Na final contra os anfitriões da Alemanha Ocidental, Cruijff começou o jogo fintando meia equipa alemã e foi derrubado dentro de área. O árbitro apontou para a marca de grande penalidade e Neeskens fez o 1x0.
 
A R.F.A. não desarmou e Breitner -  e depois Müller - ainda na primeira parte, deram a volta ao resultado, consumando a primeira e única derrota dos holandeses na competição, precisamente no jogo em que não se pode perder.
 
Barcelona
 
Uma ano antes do mundial já se tinha mudado para Espanha e para o Barça. Naquela que era a transferência mais cara do futebol até então: cinco milhões de florins. O governo espanhol criou entraves a contratação devido ao elevado valor, mas Cruijff acabou por ser apresentado em Nou Camp.
 
Cedo criou empatia com a causa catalã e assumiu ter preferido o Barça ao Real Madrid por não conseguir jogar num clube que estivesse ligado ao ditador Franco. Pela mesma razão não participaria no Mundial da Argentina em 1978, porque o país sul-americano era controlado por uma ditadura militar.
 
O ano de estreia foi uma época de sonho. O Barcelona ganhou o primeiro campeonato desde 1960 e Cruijff foi magistral na forma como os catalães esmagaram os rivais no Santiago Bernabéu por 0x5!
 
Como corolário da época em Espanha e do Mundial da Alemanha, recebeu o Ballon d´Or prémio do France Football para o Melhor Jogador do Ano.
 
Fim da carreira
 
Infelizmente para Cruijff e para o Barcelona, o resto da sua carreira na cidade condal só renderia mais uma Taça do Rei em 1978. Os seus tempos em Barcelona chegaram ao fim e em 1979 partiu para os E.U.A. para jogar em clubes de Los Angeles e Washington.
 
Em 1981 voltou a Espanha para jogar no Levante, apenas 10 jogos, e depois voltou a casa para jogar no Ajax e no Feyenoord, onde terminou a carreira em 1984.
 
Dream Team
 
Dois anos depois tornou-se treinador do seu Ajax, onde encontrou uma geração de jogadores notavéis que comandou: Van Basten, Rijkaard ou o jovem Dennis Bergkamp. Foi com eles que conquistou a Taça das Taças em 1987. Tal como o Cruijff jogador, o Cruijff treinador, depois do sucesso em Amesterdão, mudou-se para Barcelona.
 
Cruijff levou para La Masia o paradigma da escola do Ajax. O Barça passou a investir na cantera, cultivando a ideia de que além da vitória o clube tinha de praticar bom futebol.
 
Aos espanhóis Andoni Zubizarreta, Albert Ferrer, Miguel Ángel Nadal, Sergi Barjuan, Josep Guardiola, Guillermo Amor, juntaram-se as vedetas internacionais Michael Laudrup, Ronald Koeman e Hristo Stoichkov. Entre 1991 e 1994, o Barça conquistou o tetracampeonato e, em 1992, em Wembley, frente à Sampdoria, com um golo de Koeman no prolongamento, venceu a Taça dos Campeões que trazia más memórias desde 1961, quando os culés foram derrotados na final pelo Benfica...
 
Essa equipa que ficou na história do futebol como o dream team ainda chegaria à final da Liga dos Campeões em 1994, mas perdeu de forma inequívoca com o AC Milan por 0x4 e sentiu o fim cada vez mais próximo.
 
Dois anos depois, Cruijff abandonou o Barça para não treinar mais nenhum clube. Desde então tornou-se um comentador consagrado e uma eminência parda do clube blaugrana, sendo considerado como um putativo presidente. Vítima de doença prolongada, o holandês viria a falecer no dia 24 de março de 2016.
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Comentários (4)
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motivo:
Cruijff
2022-06-22 02h30m por jorge1995martins
Para mim foi e será o melhor jogador de sempre do futebol e a importância que ele teve no futebol em geral tanto jogador como treinador
XO
jonay7
2016-04-08 02h45m por xorisso
porque o zz é estúpido e só diz asneiras!
25 de Abril
2013-04-25 11h38m por micomiguel99
Parabéns Sr. Cruijff
JO
O Holandês Voador
2012-04-25 21h01m por jonay7
Porque é que ele é conhecido como o "Holandês Voador"?
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