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    Pelé: O Rei

    Texto por João Pedro Silveira
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    E13

    Quatro letras, um mito

    São poucos os homens na história do planeta a quem se recorda o nome de batismo completo. Edson Arantes do Nascimento, universalmente conhecido como Pelé, é um dos privilegiados com esse direito.
    Pelé, como ele gosta de ser chamado, e como o mundo gosta de o tratar, nasceu em Três Corações, no interior do Estado de São Paulo, Brasil, corria o ano de 1940.
    Como algumas das grandes figuras da história, ou da mitologia, de Pelé não se sabe exatamente o dia do seu nascimento, dividindo-se a teoria entre os dias 21 e 23 de Outubro. 
    Os pais queriam chamaram-lhe de Edison em homenagem ao grande inventor Thomas Edison (1), contudo o nome acabaria abrasileirado para Edson, apesar de alguns documentos da época apresentarem no nome com «i».
    Já no ventre de sua mãe, tinha a fama de um pontapé potente. Em pequeno, começou a brilhar nas peladas de rua, jogando descalço com as outras crianças, chutando uma laranja, ou uma meia cheia de jornais. 
    Começou a jogar num clubezinho da rua chamado 7 de Setembro, seguiram-se clubes de bairro, até ao dia em que conduzido por seu pai, dondinho, ex-jogador de futebol, foi prestar provas ao Bauru Atlético Clube.
    Aí, o olho de lince de Waldemar de Brito, internacional brasileiro que jogara no mundial de Itália em 1934, rendeu-se logo ao jeito e ao génio daquele pequeno negrinho que dominava a bola com os pés de uma forma  que muitos não conseguiam fazer com as mãos. 

    São poucos os homens na história do planeta a quem se recorda o nome de batismo completo. Edson Arantes do Nascimento, universalmente conhecido como Pelé, é um dos privilegiados com esse direito. A história de Pelé é mítica, e a sua carreira fala por si. Mais de mil golos, três títulos de campeão mundial, o último dos quais conquistado apenas com 29 anos. Aos títulos e muitos títulos com o Santos , seguiu-se o sucesso em terras do Tio Sam, ao serviço do New York Cosmos. 

    No auge da sua fama, tornou-se um ícone mundial, talvez o habitante mais famoso do planeta, estrela de cinema, omnipresente nos jornais e revistas, desportivas e não só, Edson Arantes do Nascimento, Pelé, um rei, um deus, quiçá o mais completo e genial jogador da história do futebol.

    Primeiros anos

    Pelé, como ele gosta de ser chamado, e como o mundo gosta de o tratar, nasceu em Três Corações, no Estado de Minas Gerais, Brasil, corria o ano de 1940.
     
    Como algumas das grandes figuras da história, ou da mitologia, de Pelé não se sabe exatamente o dia do seu nascimento, dividindo-se a teoria entre os dias 21 e 23 de Outubro. 
     
    Os pais queriam chamaram-lhe de Edison em homenagem ao grande inventor Thomas Edison (1), contudo o nome acabaria abrasileirado para Edson, apesar de alguns documentos da época apresentarem o nome com «i».
     
    Já no ventre de sua mãe, tinha a fama de um pontapé potente. Em pequeno, começou a brilhar nas peladas de rua, jogando descalço com as outras crianças, chutando uma laranja, ou uma meia cheia de jornais. 
     
    Ainda em pequeno, Pelé trocaria os bancos da escola pelos campos de futebol, para tristeza de sua mãe, que não queria que ele repetisse os passos do pai.
     
    Foi pelos cinco anos que passou a ficar conhecido como Pelé. Reza a história que acompanhava o seu pai, Dondinho, aos treinos de futebol. E que ficava sempre atrás da baliza onde defendia o guarda-redes Bilé. 
     
    Incapaz de pronunciar o nome do goleiro, quando jogava futebol com o seu pai, trocava inadvertidamente o «b» pelo «p» e sempre que defendia um remate do progenitor, gritava: «Defende Pelé!» - o nome ficou, se bem que o pequeno Edson aceitasse a nova alcunha contrariado e a muito custo....
     
    Começou a jogar num clubezinho da rua chamado 7 de Setembro, seguiram-se clubes de bairro, até ao dia em que, conduzido por seu pai, foi prestar provas ao Bauru Atlético Clube. Começava a nascer um mito.
     
    Paragem em Bauru, antes do salto para os grandes palcos
     
    Aí, o olho de lince de Waldemar de Brito, internacional brasileiro que jogara no Mundial de Itália em 1934, rendeu-se logo ao jeito e ao génio daquele pequeno negrinho que dominava a bola com os pés de uma forma que muitos não conseguiam fazer com as mãos. 
     
    Em Bauru tornou-se uma das referências da equipa, que surpreendeu tudo e todos, batendo o São Paulo com um impensável 21-0. Graças aos golos e assistências de Pelé, o Bauru tornava-se um caso sério nos campeonatos do Estado de São Paulo.
     
    Com apenas 16 anos deu o salto para o Santos, e dois meses depois de chegar à cidade mais portuguesa do Brasil, já era titular da primeira equipa do «Peixe». Iniciando uma ligação ao que poucos sonhariam durar tanto tempo (2) e ser tão profícua em resultados (3).
     
    Pelé marcou mais de mil golos, segundo certas contagens, e alguns dos seus golos ficaram na história pela beleza e génio da execução.
     
    Dez meses depois, já vestia a camisola da seleção, tornando-se o mais jovem jogador de sempre a vestir a mítica camisola brasileira. A história começou no dia 7 de julho de 1957, em pleno Maracanã e logo contra a rival Argentina.
     
    Quando Sílvio Pirilo o lançou no jogo ao intervalo, o Brasil perdia por 0-1, e se calhar poucos imaginavam o que aquele rapazinho significaria para história da seleção brasileira.
     
    Aos 77 minutos, Pelé marcou o seu primeiro golo pelo Brasil, empatando a partida e começando uma longa história de golos ao serviço do escrete. Esse golo valeu-lhe também ser o jogador mais jovem de sempre a marcar um golo num jogo internacional, contava apenas 16 anos e nove meses. Foi o primeiro de 77 golos, que apontaria ao longo de 92 jogos.
    Em Bauru tornou-se uma das referências da equipa, que surpreendeu tudo e todos, batendo o São Paulo com um impensável 21-0, graças aos golos e assistências de Pelé, o Bauru tornava-se um caso sério nos campeonatos do Estado de São Paulo.
    Com apenas 16 anos deu o salto para o , e dois meses depois de chegar à cidade mais portuguesa do Brasil, já era titular da primeira equipa do «Peixe».
    Dez meses depois já vestia a camisola da seleção, no dia 7 de julho de 1957, em pleno Maracanã e contra a Argentina, quando Sylvio Perillo o lançou no jogo ao intervalo, perdia o Brasil por 0x1. Aos 77 minutos, Pelé marcou o seu primeiro golo pelo Brasil, empatando a partida e começando uma longa história de golos ao serviço do escrete.

    À conquista do mundo

    Um ano depois, apesar de uma lesão no joelho, foi convocado para o Mundial da Suécia 1958, ficando de fora nos dois primeiros jogos. Só entrou para jogar no terceiro jogo, contra a União Soviética. O Brasil vencera por 2-0 e Pelé fizera a assistência para o segundo golo, autoria de Vavá.
     
    Ao lado de Garrincha, Vavá e Zito, Pelé tornou-se titular e não saiu mais do onze até ao final da prova. Nos quartos, o Brasil sofreu para bater o ultra defensivo País de Gales por 1x0, golo de Pelé, o primeiro num Campeonato do Mundo. O pequeno «negrinho» começava a tornar-se indispensável na equipa brasileira.
     
    Dias depois, contra a França, nas meias-finais, naquela que era a final antecipada, o Brasil venceu por 5-2, graças a um hattrick de Pelé. A 29 de junho, no Estádio Rasunda em Estocolmo, na grande final, defrontando a anfitriã, o Brasil tinha um encontro marcado com a história, e a possibilidade de esquecer 28 anos de desilusões.
     
    Pelé e a Taça Jules Rimet, uma relação de intimidade como não há igual na história do futebol.
     
    Garrincha, Pelé, Vavá, Djalma , Bellini, Didi, Mário Zagallo, Zito, uma equipa de sonho não perdeu a sua oportunidade e apesar do golo inaugural dos suecos, os brasileiros deram a volta e o escrete venceu por 5-2,  com dois golos de Pelé, o último dos quais, o quinto, uma verdadeira obra-prima que ficou para a história do futebol. 

    Glória no «Peixe»

    O seu primeiro grande troféu ao serviço do Santos foi o campeonato Paulista de 1958. Em 1959 ganhou a Copa Rio-São Paulo e um ano depois voltou a saborear a conquista do Paulista. A conquista de troféus tornava-se um hábito.

    Em 1962, o Santos conquistou a sua primeira Taça Libertadores e no fim do ano defrontou o Benfica na conquista da Taça Intercontinental. Na 1ª mão na Vila Belmiro, os santistas venceram os portugueses por 3-2. Mas na 2ª mão, em Lisboa, Pelé, com uma exibição de sonho, liderou o Santos para uma goleada de 2-5, que espantou a Europa e o Mundo e deixou o campeão europeu rendido a supremacia brasileira.
     
    Com o amigo e colega de seleção Garrincha, durante um Botafogo x , um confronto entre o campeão carioca e o campeão paulista.
     
    Seguiu-se uma tournée pela Europa, que deixou os europeus de queixo caído, e os grandes clubes do continente a tentarem a sua contratação. Talvez por isso, e assustado com a repercussão da fama de Pelé no estrangeiro, e do estatuto e significado que tinha para o povo brasileiro, já um ano antes, o Presidente Brasileiro Janio Quadros resolvera considerar Pelé um tesouro nacional, impedindo assim o Rei de sair do país e assinar por um clube estrangeiro.

    Na época seguinte, o Santos bateu o Botafogo na final da Libertadores e voltou a conquistar a Taça Intercontinental, confirmando então, para quem tinha dúvidas, que era claramente a melhor equipa do mundo.

    Além da glória internacional, o Santos sagrava-se pentacampeão brasileiro (entre 1961 e 1965), enquanto no Campeonato Paulista conquistava nove títulos entre 1958 e 1969, num domínio sem igual na história do futebol brasileiro.

    A 19 de novembro de 1969, deu mais um passo para a imortalidade, apontando o golo mil, em pleno estádio do Maracanã, na marcação de uma grande penalidade contra o Vasco da Gama. Oito anos antes, no mesmo estádio, contra o Fluminense, tinha marcado o golo mais famoso de sempre, o «Golo de Placa», um golo tão fabuloso que merecia a honra de uma placa a destacá-lo. 

    Tricampeão do mundo

    Além do domínio do Santos no futebol brasileiro, Pelé também foi fundamental no domínio brasileiro no futebol mundial. Entre 1958 e 1970, o Brasil conquistou três campeonatos do mundo, em quatro possíveis, falhando apenas o Mundial de 1966, onde um Pelé lesionado e muito castigado foi incapaz de ajudar o Brasil a superar Portugal e a Hungria, e a canarinha caiu com estrondo na primeira fase do Mundial, pela última vez na sua história.

    Quatro anos antes, no Chile, Pelé também se encontrava lesionado, e o Mundial de 1962 foi o grande palco do futebol de outro enorme génio do futebol brasileiro: Garrincha.

    Mas em 1970, recuperado e em grande forma, Pelé conduziu aquela que ficou conhecida como a melhor seleção de sempre ao tricampeonato mundial, depois de bater a Itália por 4x1 no jogo decisivo, no Estádio Asteca na Cidade do México.

    Estrela americana

    qAjoelhou-se no centro do campo, ergueu os braços para as gerais lotadas (umas 20 mil pessoas) e depois saiu de campo, chorando...
    Jornal da Tarde
    A 2 de outubro de 1974, algo debilitado, fez o último jogo pelo seu clube do coração para mais tarde abraçar o desafio dos ambiciosos donos do New York Cosmos. Mesmo numa fase descendente da carreira, Pelé mostrou aos norte-americanos o soccer e desde logo conquistou o coração dos crentes e não crentes, adeptos e rivais.

    Símbolo mais fora dos relvados e com presenças marcantes por todo o globo, o Rei foi ainda a tempo de fazer o gosto ao pé por várias ocasiões e de liderar o New York Cosmos ao topo do campeonato. 

    Desde a saída do Vila Belmiro passaram-se quase três anos certos até ao adeus. Até a idade não perdoar e as pernas não corresponderem à vontade. A 1 de outubro de 1977, o mundo correu para assistir ao ponto final da carreira daquele que muitos consideram com o melhor da história. Foi num jogo amigável contra o seu Santos, que nem as maiores celebridades quiseram perder...

    A 29 de dezembro de 2022, com 82 anos, após infeção respiratória e a lutar contra um cancro nos intestinos, o Rei Pelé faleceu.

    D

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    O dia do funeral do Rei Pelé

    Comentários

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    motivo:
    O melhor?
    2020-04-23 19h37m por ruisantos600
    Nos tempos de hoje era apenas mais um jogador. . . no tempo dele sabia um pouco mais q os outros e o futebol nao tem nada a ver com o de agora. . . messi e ronaldo sim os melhores de sempre sem duvidas nenhumas. . . e atenção a mbappe. .
    DA
    Pele 1000 Golos?
    2017-07-22 16h29m por damc
    Quase 500 golos desses 1284 golos foram em amigáveis!

    Uma mentira contada muitas vezes torna-se verdade!
    DA
    Pele 1000 Golos?
    2017-07-22 16h24m por damc
    Quase 500 golos dos tal 1284 foram em amigáveis!

    Uma mentira contada muitas vezes torna-se verdade!
    XO
    Rei há só um
    2016-04-08 02h45m por xorisso
    Eusébio e mais nenhum!
    The World's Greatest
    2016-01-08 01h27m por BlackCondor
    Sem contestação possível. A todos os outros resta-lhes lutar pelo honroso 2o lugar.
    BR
    o futebol só tem um rei!
    2014-10-23 16h55m por Brasnord
    péle não é somente o melhor futebolista da história, ele é também o melhor atleta do século xx, um exemplo de esportista para várias gerações, ninguém fará mais gols do que ele, com a idade do cr7 ele já tinha mais de mil gols, maradona foi grande, porém por um curto período, infelizmente ele não é exemplo de nada para ninguém, não passa de um drogado e técnico frustrado.
    ????
    2013-10-22 12h45m por Nikosousa
    Não existe comparação, Pelé está a frente anos luz do Maradona. Com 1300 gols equiparados com a perna esquerda e direita, e de cabeça. Portanto, muito completo. Vários títulos internacionais, Tri campeão mundial, enfim não dá para comparar.
    O Rei é o melhor de sempre
    2013-10-22 12h42m por Nikosousa
    Muitos que agoram escrevem neste espaço, nunca viram ou sequer viu alguma imagem deste fenômeno do futebol. Maradona nada se compara com os quase 1300 gols, com a perna direita, com a esquerda e de cabeça quase se euiparam, Tri-campeão mundial, e o primeiro com apenas 17 anos, vários títulos nacionais, intercontinentais, Libertadores com o Santos FC, quem é que na época não queria assistir o Santos para ver o Pelé e companhia, para dar sempre de goleada. Na época, o SantosFC era con...ler comentário completo »
    ID
    O rei
    2012-10-21 17h34m por IDanielGarrido
    é o Peyroteo, o principe mais velho é o Luis Figo e o mais novo o Cristiano Ronaldo.
    Parabéns Pele
    2012-10-21 17h23m por rfpr22
    Na minha opinião o 2º melhor jogador de sempre, apenas o Maradona ta a sua frente.
    Ja repararam nesta estranha coincidência?
    O 1º golo do Pele foi aos 77 min. , e ele ao todo marcou 77 golos.
    DO
    Correção
    2012-10-21 13h33m por dougseth
    A cidade de 3 corações, fica no estado de Minas Gerais.
    MA
    O Rei
    2012-10-21 12h18m por Martinezhue
    Simplesmente o melhor!
    AF
    zerozero
    2012-10-21 10h00m por afonsocfel
    "Durante os 67 jogos que fez pelo escrete, o Brasil venceu 67 vezes, empatou 14 e perdeu apenas 11. " erro
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