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      Raúl González: Raúl Madrid

      Texto por Vasco Sousa
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      Com mais de 700 jogos disputados ao serviço do Real Madrid, Raúl González é um dos maiores símbolos do clube merengue, pelo qual conquistou 17 títulos, ao longo de 16 épocas. E tudo podia ter sido diferente, se no início da década de 90 o presidente do Atlético Madrid não tivesse decidido fechar as camadas jovens do clube...

      Os primeiros passos

      Nascido no verão de 1977, num modesto bairro da capital espanhol, o gosto (e o jeito) pelo futebol desde cedo esteve presente na sua vida. Aos 10 anos, começou a jogar no clube do seu bairro, o Club Deportivo San Cristóbal de los Ángeles, onde rapidamente deu nas vistas, acabando por se transferir para o Atlético Madrid, clube do qual a sua família era adepta. Teve enorme sucesso na passagem de dois anos que passou pelas as camadas jovens dos Colchoneros, com títulos e golos. Contudo, o então presidente do Atleti, o carismático e polémico Gil y Gil, decidiu encerrar as camadas jovens do clube, alegando razões financeiras.

      Lenda merengue

      Quem se aproveitou foi o rival citadino. O Real Madrid percebeu o enorme talento de Raúl e, em 1992, o jovem com 15 anos chegou aos merengues. Rapidamente brilhou nas camadas jovens do gigante madrileno, tanto que em 1994/95 foi lançado na equipa principal por Jorge Valdano, com apenas 17 anos.

      Na sua estreia pela equipa principal, o Real Madrid foi derrotado pelo Zaragoza. Valdano manteve a aposta no jovem avançado, que assim se estreou no Santiago Bernabéu, no sempre escaldante dérbi da cidade de Madrid. Os merengues venceram por 4x2, com Raúl a marcar um dos golos. Aos 60 minutos, foi substituído, ouvindo uma enorme ovação da afición do Real Madrid. É, ainda hoje, o jogador mais jovem a marcar no dérbi da capital espanhola. A partir daí, não mais saiu da equipa principal, terminando a época com 9 golos marcados e com o título de campeão espanhol – interrompendo um jejum de cinco anos sem o Real Madrid se sagrar campeão.

      Começou, assim, em 1994/95, a história de sucesso de Raúl no Real Madrid, clube onde permaneceu até 2010. Formou ataque com jogadores como Zamorano, Morientes, Suker, Mijatovic, Anelka, Ronaldo, Owen, van Nistelrooy, Higuain, Benzema ou Cristiano Ronaldo, sagrando-se campeão espanhol por 6 vezes, e vencendo a Liga dos Campeões por 3 ocasiões, tendo marcado em duas dessas finais.

      Pelo Real Madrid fez um total de 741 jogos – o jogador com mais jogos pelo clube – e marcou um total de 323 golos (Cristiano Ronaldo entretanto ultrapassou-o como o maior goleador da história do clube).

      O pós- Real Madrid

      Em 2009/10 começou a perder alguma influência na equipa e optou por abandonar o seu clube do coração, rumando à Alemanha para representar o Schalke 04. Juntamente com jogadores como Neuer, Howedes, Rakitic ou Huntelaar, ajudou o clube a atingir as meias-finais da Champions e a conquistar a Taça da Alemanha.

      Após dois anos no Schalke, experimentou o futebol asiático (Catar) e o norte-americano, até terminar a carreira, em 2015.

      Uma desilusão chamada Roja

      Tendo ganho tudo a nível de clubes, Raúl foi a bandeira da seleção espanhola durante uma década. Passou por todos os escalões de formação, participando num Mundial Sub 20, num Europeu Sub 21 e nos Jogos Olímpicos de Atlanta, até se estrear pela seleção espanhola em 1996, com 19 anos. Apesar da juventude, a sua exclusão da fase final do Euro 96 motivou muitas críticas ao então selecionador espanhol Clemente.

      Pela Espanha, marcou nos três Mundiais que participou, alinhando ainda em dois Europeus. Contudo, a sua carreira na Seleção Espanhola deixou alguma desilusão. Chegou a ouvir críticas que não apresentava o mesmo registo na seleção que no Real Madrid (o facto de ter apontado 44 golos parece desmentir esta ideia), e para sempre fica a grande penalidade desperdiçada no último minuto frente à França, nos quartos de final do Euro 2000.

      Com Aragonés, Raúl começou a perder protagonismo em La Roja, principalmente devido ao surgimento de Fernando Torres e David Villa. Após duas derrotas na fase de qualificação para o Euro 2008, frente à Irlanda do Norte e à Suécia, deixou de ser convocado e não mais representou a seleção.

      Ironia do destino: após a sua saída da seleção, a Espanha tornou-se uma enorme potência, vivendo os melhores anos da sua história, conquistando o título de campeão do Mundo em 2010 e dois títulos de campeão europeu.

      Um dos melhores jogadores espanhóis

      A história de Raúl confunde-se com a do Real Madrid. É um dos maiores símbolos do clube e considerado um dos maiores jogadores espanhóis de todos os tempos. Para alguns, Raúl foi injustiçado por nunca ter sido considerado o melhor jogador do Mundo (foi contemporâneo de Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, Zidane ou Figo...), mas o seu lugar na história do futebol é garantido.

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      Raúl González (ESP)
      Raúl González (ESP)

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