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    A preto e branco
    Luís Cirilo Carvalho
    2018/01/15
    E0
    "A Preto e Branco” é uma coluna de opinião que procurará reflectir sobre o futebol português em todas as suas vertentes, de uma forma frontal e sem tibiezas nem equívocos, traduzindo o pensamento em liberdade do seu autor sobre todas as questões que se proponha abordar.

    Hoje, e para variar no estilo de artigo, vou deixar aqui alinhavadas quatro curtas notas sobre assuntos de relevo dos últimos dias do futebol nacional e internacional.

    Começando por cá:

    1) Com o campeonato a meio, e bastante disputado ao contrário do que acontece por exemplo em Espanha e Inglaterra, onde já se pode quase falar de campeões anunciados, o futebol português vive a centésima quadragésima sétima polémica desta época, desta vez centrada nas parecenças entre um boneco (pertencente ao filho do treinador do Porto) e o treinador do Benfica na mais que suspeita opinião de Sérgio Conceição.

    Devo dizer duas coisas sobre isto.

    Uma para referir que são polémicas que em nada engrandecem o futebol, os clubes e os próprios protagonistas, mas que por cá são uma quase constante quando os campeonatos caminham para a fase de decisões.

    A outra que, conhecendo Rui Vitória, um homem de educação esmerada, jamais uma polémica destas poderia partir dele e se algum erro nela cometeu foi em dar troco ao seu oponente, porque bem melhor seria deixá-lo a falar sozinho.

    Mas percebo que não, sendo de ferro, Rui Vitória não resistiu a defender-se.

    2) Outro assunto que merece destaque no nosso futebol, mas desta vez pela positiva, é a disputa acesa pelo titulo que envolve os candidatos do costume (é pena o leque não estar mais alargado) e que no início da segunda volta torna completamente impossível prever quem chegará em primeiro lugar ao fim da competição.

    Um Porto muito forte, muito por força do seu demolidor ataque africano (Aboubakar,Marega e Brahimi), um Sporting de alto rendimento com um banco bem melhor que na época passada e um Benfica que tem sabido resistir a alguns contratempos e se mantém na disputa do título.

    Esperemos por uma segunda volta de grande qualidade, com menos polémicas se possível, e que no fim seja campeão aquele que com respeito total pela verdade desportiva seja o melhor.

    3) Em pleno mês de Janeiro, sempre agitado em termos de mexidas nos plantéis, vive-se uma estranha acalmia em termos nacionais e internacionais no que à movimentação de jogadores concerne.

    É certo que estamos em meados do mês, e as coisas normalmente conhecem maior movimentação nos últimos dias por força das movimentações de última hora, mas mesmo assim não deixa de ser algo estranho ver o mercado tão calmo.

    Aqui contratou-se um jogador, ali emprestou-se outro, fala-se de possibilidades diversas, mas a regra parece apontar para um Janeiro menos movimentado do que nos últimos anos, o que não deixa de ser uma boa notícia para um futebol em que já se cometeram e ainda cometem “loucuras” financeiras mais que suficientes.

    4) E nessas verdadeiras loucuras insere-se a renovação do contrato de Leonel Messi com o Barcelona.

    Não está em causa o valor do genial jogador, a importância que nesta última década ele teve em tantos e tantos sucessos do seu clube nem tão pouco a importância que previsivelmente terá ainda durante os próximos quatro ou cinco anos, a manter o seu rendimento e se as lesões o pouparem.

    Não vou sequer evocar, como suporte deste raciocínio, a idade do jogador que, permitindo-lhe ainda jogar ao mais alto nível nos próximos anos, em nada indicia que ainda possa render mais do que rendeu até agora.

    As coisas são o que são.

    Mas em qualquer cenário, em qualquer idade, um salário a ultrapassar os 100 milhões de euros brutos por época é uma monstruosidade que atira o futebol em geral, e o Barcelona em particular, para caminhos muito perigosos e dos quais pode não haver retorno.

    Já para nem falar, mas isso é problema exclusivo do clube, do que pensará um balneário em que tem assento um jogador que representa sozinho quase 50 por cento da massa salarial do clube.



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