No grande jogo da 13ª jornada da Liga NOS (FC Porto - SL Benfica) e com a análise realizada a este jogo podemos concluir o seguinte: neste momento vemos um FC Porto mais liquido (no sentido de conseguir atravessar qualquer estrutura, qualquer superfície) e vemos um SL Benfica mais sólido, mais rígido, que ainda se tenta encontrar.
No vídeo 1 podemos ver o que é que o FC Porto fez, com bola, para “desmontar” o 1-4-3-3 do SL Benfica (e consequentemente o mesmo SL Benfica a defender) e o no vídeo 2, analisamos o que é que o SL Benfica tentou fazer, com bola, para contrariar a estratégia defensiva do FC Porto.
O FC Porto em estado líquido from Nelson Duarte on Vimeo.
O SL Benfica em estado sólido from Nelson Duarte on Vimeo.
De destacar, na minha opinião, que o SL Benfica ainda revela dificuldades para defender em 1-4-3-3 e vê-se claramente a tendência de sair na pressão sobre o adversário (no caso, o FC Porto) deixando a linha de médios muito exposta (FC Porto aproveitou isso muito bem). As coberturas ainda não são bem feitas entre jogadores, um 1-4-3-3 que continua a parecer-se mais com 1-4-4-2 (do que com 1-4-3-3) e centrais que deixam avançado adversário receber, constantemente e à vontade, entre-linhas.
Num estado quase que oposto, encontramos o FC Porto, que defende muito bem, que mantém as duas linhas defensivas muito próximas (raramente viu-se o Benfica conseguir entrar na área do FC Porto, sendo quase sempre obrigado a rematar fora de área), uma entre-ajuda muito grande por parte dos jogadores Portistas. Depois, ofensivamente, conseguiu-se perceber que o FC Porto, essencialmente, a partir dos 15 minutos, em construção curta conseguiu atrair médios do SL Benfica (ora Pizzi, ora Krovinovic) a saírem do espaço interior, abrindo espaços nas suas costas para receções de Aboubakar, Marega, Brahimi e Herrera. Daí que quando os médios do SL Benfica eram atraídos, víamos um Benfica mais em 1-4-4-2 do que no 1-4-3-3.
Nota final - Depois do clássico podemos ter uma certeza: um FC Porto bem preparado para enfrentar diferentes adversários, com diferentes organizações estruturais (bastante variabilidade no seu jogo ofensivo, conseguindo explorar os espaços que o adversário e o jogo lhe dão) e um SL Benfica com muito trabalho pela frente, quer defensivo quer ofensivo, que mais do que incertezas e dúvidas necessita de um caminho que torne líquido e fluído, aquele que hoje (ainda) é muito estático, rígido…sólido.