Não é minha intenção personalizar demasiado este espaço com histórias da minha vida, mas sim com textos que contribuam para o enriquecimento do leitor quanto à maravilhosa história do Boavista. Certos acontecimentos, esquecidos por muitos, nunca conhecidos por outros, mas que por qualquer motivo merecem ser relembrados, contribuíram para a formação do ADN tão característico do Boavista.
Este texto é um pouco dos dois.
É um pouco dos dois porque espera contribuir para o reconhecimento de alguém que teve muitíssima importância na história do Boavista, apesar de ter vivido longe dos holofotes, mas também porque, felizmente, tive o privilégio e a honra de ser seu amigo, pelo que não posso deixar de prestar a devida homenagem.
Faz esta semana 6 anos que faleceu Vitor Nóvoa.
Vitor Nóvoa, como todos sabemos, foi um bom guarda-redes português.
Enquanto jogador fez grande parte da sua carreira na Académica de Coimbra entre 83/84 e 89/90. Parte do seu coração ficou logo aí, por Coimbra, cidade e clube pelo qual sempre foi apaixonado.
Posteriormente, transferiu-se para o Chaves onde esteve durante três temporadas até atingir o auge da sua carreira enquanto jogador no FCP, antes de terminar a sua carreira no Vitória de Guimarães.
Enquanto treinador treinou o Boavista, o Mallorca, o Vitória de Guimarães, o Belenenses e o Al-Shabab. Em todos estes lados deixou muitos amigos.
Eu tive a felicidade de me cruzar com ele já na sua etapa de treinador-adjunto no Boavista.
Vitor Nóvoa foi treinador adjunto do Boavista, membro integrante da equipa técnica de Jaime Pacheco, e ficará na história para sempre associado aos melhores anos da nossa história.
Pese embora sempre ter sido uma pessoa reservada e que fugia do mediatismo, não resta qualquer dúvida quanto ao seu papel absolutamente fundamental na conquista do nosso título de 2000/2001.
De uma competência técnica inquestionável, fez do seu carácter benévolo uma mais-valia para os jogadores que treinou e com os quais criou fortes amizades.
Foi um treinador de grande sucesso e merece que lhe seja feita a digna homenagem.
No entanto, são as suas características enquanto ser humano que mais são dignas de serem homenageadas, porque o Vitor Nóvoa era, de facto, um homem extraordinário.
O Vitor era uma pessoa muito boa e quem o conheceu não esquece o seu amor pela vida e pelas suas coisas boas. O seu bom humor, a sua simpatia e a sua plena disponibilidade para ajudar os outros.
Por ele nutri sempre uma imensa admiração, ternura e respeito pela forma como sempre lutou pela suas paixões, inclusive pela vida.
Deixou-nos a todos nós, seus amigos, muito mais pobres.
Os jantares no “21” após os jogos do Boavista nunca mais foram iguais..
Temos todos saudades tuas, Vitor.
O Vitor foi um grande homem e, apesar de não ter nascido boavisteiro, morreu Boavisteiro.
Até já, Amigo.