Estou indignado. Estou indignado! Esta semana estou mesmo indignado.
17 chicotadas, 17 mudanças de treinador este ano. Só quatro clubes não tiveram mudanças de coach: os três grandes e o V. Guimarães.
Até o Inácio, que ganhou a histórica Taça da Liga, passou de bestial a besta. Em dois meses!
O que se passa em Portugal? Ser treinador é ter que ganhar os jogos todos?
Já não se admite fases menos boas a quem comanda uma equipa. Ser treinador começa, isso sim, a ser descartável. Estou a ver que por esta velocidade e não havendo travão, mais cedo ou mais tarde os presidentes contratam um treinador diferente para cada jogo! Se a moda pega os presidentes astutos adequam o perfil do treinador semana a semana, conforme as necessidades da equipa perante o próximo adversário.
Não se riam com esse ar de “Ei, que exagero, pá”. É que já esteve mais longe. Não se admirem de um dia destes o treinador ser não mais do que alguém que presta um serviço a um clube, recebe por cada jornada e pode andar a saltar de clube em clube, semana após semana.
O diabo esfrega um olho e um treinador muda de clube.
Estou indignado! Então em ano de Papa e do Centenário das aparições não é o Fátima que lidera a sua série rumo à Segunda Liga? Não está certo. Se havia forma de promover e aumentar ainda mais o momento histórico da visita do Papa e o comércio à volta de Fátima era mostrar que também no desporto há milagres e que o clube subiria à Segunda Liga.
E afinal como está este Fátima, alguns anos após andar pelos campeonatos profissionais, com a obra e graça da mão divina de Rui Vitória?
Este ano terminou no primeiro lugar da Série E, o que é um bom prenúncio. Tem oito nacionalidades além da portuguesa, sendo por isso multi cultural e multi religioso.
Para começar, tem três brasileiros, um russo de nome Dzhamal, um tunisino chamado Hamza Jouini, dois senegaleses - tendo um deles 20 anos, o Mamadou Thiaw, goleador a manter debaixo de olho. Até um italiano, coisa rara em Portugal, pois na baliza têm um tal de Valerio Vimercati, titular da baliza dos “crentes”.
E ainda... Um costa marfinense, um nigeriano e um ucraniano. Uma autêntica reunião de nações aquilo que ocorre nos treinos diários neste clube.
Ora, sendo o presidente da SAD o senhor Abdulmouti Kaaki, e sendo o diretor geral de futebol de nacionalidade tunisina, facilmente Fátima vira um autêntico centro espiritual de diferentes nações. O que não combina é o Fátima ser presidido na SAD por um árabe. No futebol pode de facto acontecer de tudo.
Estou indignado. Estou indignado! O Sporting, o clube português...eclético... abrangente... com história de dirigentes bem burgueses e bem portugueses... Que defende, e bem, a nação ao mais alto nível. Mas logo no seu principal nome, a principal marca do clube, a primeira palavra nem é portuguesa. Sporting?! Sporting é um nome português? No meu dicionário não vem lá a palavra.
Proponho, por isso, uma nova ordem de trabalhos numa próxima AG leonina: mudar o nome do Sporting Clube de Portugal para “A Fazer Desporto Clube de Portugal”.
E é isto, pronto, agora já me passou a indignação. Escrever faz mesmo bem!