Um, dois, três, quatro Alto lá! É certo que, parafraseando Jorge Jesus, isto não é como começa, mas como acaba, mas, até prova em contrário, a nação benfiquista tem razões para estar apreensiva com a debandada de jogadores do plantel do futebol encarnado. Rodrigo foi o primeiro a sair e, qual efeito-dominó, seguiram-se Siqueira (fim do empréstimo), Garay, Markovic, Oblak, entre outros.
E as saídas podem não ficar por aqui. Gaitán e Enzo Pérez agradam a meia Europa e, apesar de estarem blindados por cláusulas de rescisão elevadas, isso não significa que a administração do clube não aceite negociá-los (como está mais do que provado) por valores mais baixos.
Os benfiquistas tem razões para exigir respostas a Luís Filipe Vieira. O que motivou esta brusca alteração de política desportiva? Por que é que Garay saiu por metade do valor pelo qual Otamendi rumou ao Valencia? Por que é que o clube tem sido tão macio nas negociações para as vendas de jogadores? Por que é que um clube com um passivo consolidado (cito Vieira) tem agora necessidade de hipotecar o futuro a curto/médio prazo da equipa de futebol?
De equipa que fez o pleno a nível interno na temporada passada, o Benfica arrisca-se agora a ser superado não apenas pelo FC Porto mas também pelo Sporting, cujo orçamento é substancialmente inferior. Certo é que as prestações da equipa nesta pré-temporada estão longe de ser satisfatórias. Este Benfica não parte da pole-position.
Jorge Jesus até pode ter tentado tranquilizar os adeptos dos encarnados, pedindo-lhes que não se assustassem com as saídas, mas arrisco dizer que nem a sua personalidade narcísica lhe permitirá ter total confiança nas suas capacidades em arrumar uma casa com as vigas à mostra.