Uma quadra de luxo

O artigo de hoje começa, com toda a justiça, pelo futsal e pela quadra de luxo que em Braga tem proporcionado excelentes espetáculos. Falo do recinto e da envolvência do público braguista, mas, especialmente, pela qualidade que a equipa do SC Braga tem apresentado e que a conduziu à liderança da Liga Placard da presente temporada na última jornada.

A força arsenalista, reforçada pelo ambiente criado pelos seus adeptos na Arena bracarense, ficou bem demonstrada nas vitórias esclarecedoras conseguidas frente ao Benfica e Sporting num curto espaço de tempo. A equipa parece estar preparada para as curvas que uma época engloba, onde as dificuldades são sempre elevadas, e em Braga não tem derrapado frente a nenhum adversário. Nos jogos realizados na qualidade de visitante apenas há a lamentar um empate na abertura da competição no reduto do leão e, recentemente, na visita às Caxinas.

Na passada segunda-feira o pavilhão brácaro foi o palco de um dos melhores jogos da atual edição, com o SC Braga a vencer o Sporting CP por 5x3, o que permitiu a chegada à liderança. Ainda faltam muitos jogos nesta fase regular, mas os sinais dados até aqui sublinham positivamente a qualidade do trabalho de Joel Rocha, que tem um plantel cuja postura nos jogos mais parece uma família que se junta em busca de algo maior. Os meus parabéns a todo o grupo de trabalho, sem destacar hoje individualmente algum jogador, privilegiando o coletivo que tem feito uma época espetacular, nada ficando a dever a nenhum adversário até ao momento presente.

Ao nível do relvado há a lamentar um empate nefasto consentido no dérbi, transformado em clássico, frente ao Vitória SC, numa partida que teve tudo para ser vencida com uma facilidade rara, em comparação com os últimos anos, mas que terminou num empate que teve sabor a derrota para os Gverreiros do Minho e a conquista para os vimaranenses. O futebol é assim e até João Pinheiro se associou à festa ao estender o tempo de jogo para além do razoável, num item em que a disparidade de critérios é gritante.

A Taça de Portugal deixou de ser um objetivo para o SC Braga, depois da derrota consentida no estádio da Luz (3x2), num dos grandes jogos da atual temporada, onde Zalazar merecia menos que os restantes esta eliminação dolorosa, numa exibição que mostra que a equipa de Artur Jorge ainda tem muito para vencer na temporada, se conseguir manter o nível apresentado ou mesmo subir algum patamar. Foram os detalhes que definiram o resultado, como referiu o “menino” João Moutinho, que voltou a realizar uma exibição que sublinha a carreira consistente que tem conseguido fazer. Nesta partida há a lamentar a falta de isenção nas imagens de televisão apresentadas, em que os lances que pediam as repetições que não aconteceram, de modo a esclarecer determinadas jogadas e a ajudar o trabalho do árbitro, num uso positivo desejável da tecnologia. Claro que a culpa não foi de nenhuma das partes envolvidas, a ver pela forma hábil como ninguém assumiu essa situação.

A exibição frente às águias voltou a não ter correspondência no resultado obtido, tal como sucedera na liga portuguesa recentemente. Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe, pelo que o ditado popular permite que os braguistas continuem a ter motivos para pensar que a esperança não seja uma palavra vã. Obviamente que os resultados nos jogos de maior dificuldade têm prejudicado bastante a equipa e colocado bem longe alguns dos objetivos que ela definira em devido tempo.

O mês de janeiro não dá tréguas e nos próximos dias há jogos no Dragão e Famalicão, para a liga portuguesa, e em Leiria, frente ao Sporting, na meia-final da Taça da Liga. O grau de dificuldade dos dias correntes exige competência na resposta e a indisponibilidade de alguns jogadores fundamentais na temporada não ajuda nada. Esperemos que o sorriso volte aos rostos da legião em breve. Haja fé.