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    Mete lá Pra Cima
    Bruno Matias
    2018/11/01
    E0
    "Mete Lá Pra Cima" é um espaço de opinião livre e direto , acompanhado de uma visão critica do futebol, do desporto e das decisões que o influenciam diariamente.

    O percurso de José Peseiro no Sporting chegou ao fim no momento certo. José Peseiro, que é um homem determinado e respeitável, tem tido uma carreira carregada de insucessos, alguns azares e também apetrechada de más opções profissionais.

    Apesar de ter tido a coragem de assumir a equipa numa das crises mais graves da história do Sporting, o certo é que a sua escolha nunca foi do agrado da massa associativa, acabando por não ter o efeito que uma escolha para treinador no momento a que nos referimos – 1 de julho, com Sousa Cintra na liderança da SAD – necessitava. Era necessário um perfil carismático, aglutinador e com um passado que lhe desse alguma margem de manobra. Ora, José Peseiro não reunia essas condições, Sousa Cintra sabia disso mas as opções, num contexto particularmente difícil, não abundaram e a escolha oficial acabou por ser uma das últimas preferências de Cintra.

    Essa foi, desde logo, a primeira “pedra no sapato” de José Peseiro. Era uma escolha de recurso, olhado com desconfiança por grande parte dos sócios e, precisamente por isso, nunca teria uma verdadeira oportunidade no Sporting. É por isso que não se compreende, à luz da sua carreira como treinador, a opção de ter aceitado o desafio. Correu mal a experiência e agora são já 5 clubes desde 2015 que optaram pela sua saída precoce.

    Quanto ao Sporting, a decisão parece ser a mais correta. Se o clube está hoje a dois pontos de liderança e a lutar em todas as competições, o certo é que a equipa não produz, não tem demonstrado sinais de evolução e não tem estado à altura da qualidade existente no plantel.

    A opção da saída não é, contudo, totalmente consensual e nem o poderia ser. O despedimento de um treinador tem um conjunto de riscos que devem ser devidamente ponderados, nomeadamente no contexto que em que a Direção de Varandas vive – um clube ainda dividido, a sarar as feridas de uma guerra interna longa e traumatizante, pouco crente e com uma falange de saudosistas de Bruno de Carvalho suficientemente ruidosa.

    Todavia, a opção da saída de Peseiro teria de ser tomada mais tarde ou mais cedo. E se é verdade que o título e as restantes competições continuam a ser possíveis para o Sporting, seria um erro tremendo a Direção de Frederico Varandas ficar à espera que a equipa fosse afastada do título e de outras competições para tomar uma atitude.

    Varandas tomou a decisão certa e teve a coragem de seguir um caminho que, caso a opção encontrada não tenha sucesso, até o pode vir a prejudicar. Mas as lideranças fazem-se de determinação, de coragem, de competência e de algum risco. Pelo que vimos nos primeiros 50 dias de liderança, há coragem e determinação em Varandas. Esperemos que haja também competência (que já tem vindo a demonstrar) e sorte para levar o Sporting e os adeptos ao lugar que merecem.



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