Sem treinar desde o final da época 2020/2021, Zinédine Zidane abriu o coração sobre a necessidade de estar algum tempo afastado dos relvados e a vontade de, no futuro, assumir o papel de selecionador francês. Em entrevista à versão gaulesa da revista GQ, Zizou reconheceu o enorme desgaste sentido nos anos como treinador.
«Jogador e treinador são duas profissões que não têm nada a ver. Quando sais de uma época no banco, estás mais cansado do que um jogador. Chega-te tudo de todos os lados: todas as informações voltam para ti e tu és o responsável pela tomada de decisões. De vez em quando, a tua energia esgota-se. Quando chegava a casa, a minha cabeça ainda estava lá. Amo o que faço e posso trabalhar muito, mas, por vezes, e já aconteceu comigo duas vezes, preciso de desligar.»
Zinédine Zidane 11 títulos oficiais |
«Hoje só aproveito a vida, tenho tempo para ir ver os meus pais se quiser, para almoçar com a minha mulher e filhos quando estou em Madrid, para sair com os meus amigos. Tudo isso só é possível dando um passo para trás», reconheceu Zidane, três vezes campeão europeu no comando do Real Madrid.
Nos últimos anos, o treinador tem sido constantemente apontado como sucessor de Didier Deschamps na seleção francesa e admite sentir-se aliciado por esse desafio, apesar de este não ser o momento para assumir o caro.
«Sempre disse que, quando conheces a seleção da França como jogador e te tornas treinador, é lógico pensar nisso. Mas agora não é o momento (...) Quando estava no Cannes, queria ir para o Bordéus. Depois, quis jogar na Juventus e em Madrid, porque era uma experiência diferente e cada vez mais forte. É a isso que chamamos ambição. Sempre fui ambicioso e sempre acreditei em mim. Eu vou em frente», afirmou.