Eram cinco triunfos seguidos, 12 golos marcados, zero sofridos, enfim... razões de sobra para acreditar que o FC Porto poderia entrar com o pé direito nesta Liga dos Campeões. Os dragões, porém, foram surpreendidos em casa, caíram diante do bicampeão turco e complicaram as contas na prova desde cedo.
Sem surpresas de maior nas equipas iniciais, as equipas pareceram saltar rapidamente por cima da habitual fase de estudo tático mútuo e desde cedo tentaram explorar os espaços deixados de parte a parte. Foi do FC Porto o primeiro aviso - por Marega, à figura do guardião - mas foi do Besiktas... o primeiro golo.
Ainda não tínhamos passado a marca do quarto de hora quando uma jogada de transição da equipa turca levou a bola até ao flanco direito, o flanco de Ricardo Quaresma, aquele que tantas alegrias deu aos portistas no passado. O Mustang colocou a bola na área, direitinha à cabeça de Anderson Talisca, que não perdoou perante Casillas. E que coro de assobios tomou conta do Dragão, tanto pela surpresa do golo encaixado cedo como pelo nome que acabava de ser inscrito no marcador.
Jogava-se em velocidade, os espaços no meio-campo mantinham-se e por isso nenhuma equipa apresentava dificuldades de maior no transporte de bola até ao ataque. E aí a diferença estava na definição. O FC Porto não conseguia resolver os lances, destacando-se uma tentativa de Óliver que, em frente à baliza, acertou em cheio no poste. Seria necessária uma bola parada para que o FC Porto se relançasse na partida. A meias com Marega, Tosic colocou a bola na própria baliza na sequência de um canto de Alex Telles, oito minutos depois da bicada inicial de Talisca.
O golo colocou o FC Porto novamente apontado à luta pela vantagem e a intensidade subiu mas havia novo choque a caminho, com arte de Cenk Tosun. Na sequência de uma jogada de entendimento da equipa turca pelo centro - tantas dificuldades do FC Porto nesta zona... - o avançado turco fez um remate de longe, de levantar o estádio. Ou sê-lo-ia se tivesse acontecido na Turquia. Por cá, o silêncio foi sepulcral.
Era preciso mais futebol e mais pontaria. Que o digamos a Marega, que acertou nas malhas laterais, e a Soares, que fez a bola passar um pouco ao lado da baliza turca. Mantinha-se o perigo frequente criado pelo Besiktas no lado oposto do campo e Sérgio Conceição não esteve com meias medidas ao intervalo. Saíram Óliver e Corona, entraram André André e Otávio, para tentar por fim assumir um controlo eficaz.
Em certo ponto, funcionou. A equipa portista pareceu fortalecida na disputa dos lances, intensificou a pressão, mas mantinha-se a dificuldade na resolução. Mais uma vez na sequência de um canto houve perigo, mas o cabeceamento de Marcano encontrou Ozyakup, instalado na linha de baliza. Soares, de seguida, rematou contra uma mancha bem feita por Fabri.
Já se sentia o desespero e, assim, a definição dos lances tornou-se ainda mais errada. Definiu mal Otávio, definiu mal André André, definiu mal Brahimi...e o terceiro golo turco ainda chegou, sem piedade, com autoria de Ryan Babel. Um duro castigo perante os erros portistas que deitava em definitivo por terra a crença numa reviravolta.