Não foram os 11 de Vizela, mas nada a apontar do profissionalismo e entrega de Portugal esta terça-feira. Já apurados para o Europeu após o deslize da Grécia, os Sub-21 lusos aproveitaram as debilidades do Liechtenstein e voltaram a golear nesta fase de qualificação (0-9), com o adversário a não conseguir marcar um golo em uma dezena de partidas disputadas,
Deu para quase tudo e também para alguma reflexão. Até que ponto é benéfico estes desníveis competitivos e os poucos jogos verdadeiramente competitivos que as duas seleções tiveram neste apuramento, seja pela enorme qualidade lusa ou os poucos argumentos da equipa do principado. Criação de divisões, algo que a UEFA faz na Liga das Nações e escalões mais baixos? Fica o repto para os comentários...
De forma expectável, Rui Jorge promoveu grande rotação e apenas Rafael Rodrigues seguiu no onze, com as estreias de Gonçalo Tabuaço e Rodrigo Conceição neste escalão. A resistência adversária durou muito pouco e num canto Fábio Silva faturou cedo na partida. Boa oportunidade para o avançado recuperar confiança, após uma época de pouco brilho no seu clube.
Com mérito pelo profissionalismo apresentado, a equipa lusa seguiu ativa e dinâmica na procura de aumentar a vantagem, enquanto o Liechtenstein mal conseguiu sair do seu meio-campo. Na pior notícia desta partida, Francisco Conceição - estava bastante ativo - lesionou-se depois de uma entrada durinha de um adversário e acabou por ceder o seu lugar a Vasco Sousa, que deu nas vistas neste seu batismo nos Sub-21.
Até ao descanso, futebol de muita qualidade e de olhos na baliza. Em mais um canto, Fábio Silva bisou após desvio de Eduardo Quaresma. O médio Paulo Bernardo fez o gosto ao pé - grande passe de Vasco Sousa - e depois serviu Vitinha para o 0-4, num lance que nasceu num passe longo de David da Costa. O médio/extremo radicado em França voltou a mostrar qualidade e Rui Jorge parece ter ganho mais uma opção forte nesta geração.
Na segunda parte, o jogo não mudou de figura e o Liechtenstein continuou a mostrar muitas debilidades, mesmo nas raras oportunidades em que encontrou espaço para sair em contra-ataque. Portugal não baixou o ritmo e Fábio Silva chegou ao hat-trick, revelando mais tarde enorme sentido coletivo na assistência para Vitinha no 0-6. Tempo para as alterações de Rui Jorge.
Acabados de entrar, Fábio Carvalho, Henrique Araújo e Gonçalo Ramos colocaram também os seus nomes na lista de marcadores e aproximam o registo da dezena de golos. Segue-se a Grécia no próximo sábado, num teste mais competitivo para os jovens talentos portugueses.
As oportunidades de competir pela seleção não abundam e vários jogadores mostraram vontade de aproveitar os minutos. Com respeito pelo adversário, Portugal jogou sempre a um nível sério e de forma natural construiu mais uma goleada. Água na boca para o Europeu que esta geração pode realizar.
É este o registo do Liechtenstein no encerrar da qualificação para a equipa orientada por Michael Koller. Um caso que não é único neste escalão e que devia ser protegido de outra forma pela UEFA, que já tem tido este preocupação em idades mais baixas. Ninguém evolui a cheirar a bola durante noventa minutos...
Ficou a faltar castigo para a entrada dura que Francisco Conceição sofreu. De resto, o jogo foi calmo e de arbitragem fácil.