A_Drifter 09-05-2024, 14:16
Se o Sporting quiser vender Matheus Nunes nos próximos dias basta mostrar o vídeo dos primeiros 45 minutos do jogo contra o Braga. Uma exibição monumental nesses primeiros 45 minutos, que caiu no segundo tempo, mas foi sempre positiva. Fosse em progressão, em recuperação ou em criação, o internacional português esteve em grande na primeira parte. Para além de tudo o que fez ainda é dele o passe que descobriu Porro no 0-1 e depois aquele lance que resultou na assistência para o golo de Nuno Santos...monumental.
Se Matheus Nunes foi o dono da primeira parte, Al Musrati foi o da segunda. Sem ser tão vistoso na vertente ofensiva, o médio dos minhotos foi um verdadeiro guerreiro, mesmo jogando grande parte do jogo com um cartão amarelo. Se o meio-campo dos leões perdeu fulgor no segundo tempo, isso deve-se ao líbio. Houve momentos em que sozinho parecia fazer o trabalho de três e ainda acabou a jogar a central.
Jogou pela esquerda e percebeu-se que não é a sua praia. Obrigar Ricardo Horta a fechar o flanco, não faz muito sentido. Aos poucos foi-se libertando para o meio e apareceu nessa posição com perigo. Fez a assistência para o 1-1 e, a espaços, encontrou os locais para ferir o leão. Esteve perto de marcar várias vezes e, caso fique em Braga, vai acabar a jogar como segundo avançado.
Confirmou a veia goleadora que trazia da pré-temporada e voltou a fazer o gosto ao pé. Para além disso, foi sempre o elemento do ataque mais capaz de criar perigo e aparecer em espaços onde a povoada defesa do Braga não estava a contar. Tivesse tomado uma ou duas melhores decisões e estaríamos aqui a falar de golos e assistência para Pote.
É certo que não marcou, nem assistiu, mas foi absolutamente impressionante a forma como massacrou Gonçalo Inácio e não só. O avançado lutou em todos os lances, arrancou faltas ganhou no jogo direto e foi um verdadeiro quebra-cabeças, estando mesmo envolvido no lance do primeiro golo minhoto. Já nos descontos só os reflexos de Adán lhe negaram o 4-3.
Jogo de estreia muito positivo de Morita. Parecia um polvo pela forma como recuperava bolas, com posicionamento de corpo e entrega. Capaz também na construção, a sua saída (entrada de Ugarte) fez-se sentir e muito. Os leões perderam capacidade para segurar a bola no meio-campo. Tem intensidade, capacidade física e criatividade. Partiu atrás de Ugarte, mas agora será difícil não se manter no 11.
Era apontado à titularidade e já se percebeu a razão. A irreverência com que entrou e aquela jogada que resultou no golo do empate, apontado por Abel Ruiz, fazem o jovem avançado entrar nesta lista. Vai ser uma peça muito importante nesta temporada.
Se esta é para ser a época de afirmação de Gonçalo Inácio, não começou bem. Vitinha colocou-lhe o físico e banalizou-o. Perdeu imensos lances nessa vertente e nunca conseguiu usar o facto de ser mais rápido que o avançado do Braga para lhe ganhar lances. A titularidade não pode ser vista como segura, nem perto.
Já todos sabemos que a importância de Paulinho no Sporting vai para além dos golos e tal. Já todos ouvimos o discurso do «jogo apoiado» e do «trabalho de pressão», mas quando essas outras coisas não estão lá, a exibição torna-se mesmo muito pobre e foi o que aconteceu. Teve um lance de golo e atirou para a bancada. A questão do ponta de lança deve mesmo merecer reflexão em Alvalade.
3-3 | ||
Simon Banza 14' Sikou Niakaté 45' Abel Ruiz 88' | Pedro Gonçalves 9' Nuno Santos 18' Marcus Edwards 83' |