O nervosismo da estreia e a solidez da muralha

Foi um dos grandes heróis da noite. Alexander Schlager teve uma exibição quase de sonho no relvado do Estádio da Luz. Cada remate parecia estar destinado a ser defendido. Disse «presente» em todas as possíveis ocasiões de golo dos encarnados. Inacreditável muralha.

Se na defesa houve uma muralha, no ataque houve dinamismo e teve um nome: Roko Simic. O ponta de lança de 20 anos foi dos mais interventivos nos processos ofensivos do Red Bull Salzburg em todas as vertentes. Foi um verdadeiro inferno para a defesa do Benfica e acabou por colocar o próprio nome na lista de marcadores e de assistentes com o devido mérito.

Para completar a segurança na baliza, houve a segurança na defesa. Pavlovic teve uma noite dura. Com o seu grande objetivo fixado em travar as ofensivas de Petar Musa, o central não perdoou em grande parte delas. Conseguiu colmatar a exibição um pouco mais apagada de Baidoo e deu a tranquilidade necessária à defesa do Red Bull Salzburg. Estava sempre no sítio certo.

Dos encarnados, foi o que mais se sobressaiu - pelo menos, pela positiva. João Neves jogou e tentou de tudo para fazer jogar. O «miúdo» virou graúdo e tentou ao máximo criar jogadas de possível perigo, apesar da boa noite dos adversários no relvado da Luz. Teve mérito em tudo o que tentou fazer nos 90 minutos.

Se Simic foi certeiro, Konaté foi a velocidade necessária para tal. Apesar da grande penalidade madrugadora falhada, a exibição do jovem costa-marfinense acabou por apagar esse acontecimento. A dupla de avançados da turma austríaca foi diabólica na Luz.

Foi o segundo jogo de Trubin ao serviço dos encarnados. Em Vizela, até mostrou segurança. Na Luz, e no grande palco, parece ter acusado pressão. A grande penalidade cometida logo no início do encontro tornou isso visível e as várias saídas mal temporizadas dos postes tiveram o mesmo efeito. 

O jovem central é conhecido pela sua segurança - e a dupla com Otamendi ajuda a isso. No entanto, frente ao Red Bull Salzburg, uma infantilidade virou o jogo completamente ao contrário. Em dez minutos, o jovem acabou por estragar a própria exibição e o plano de Roger Schmidt com a grande penalidade cometida num lance evitável. Ainda tem crescer, é sabido, mas há lances que, simplesmente, são inusitados.