Há quatro anos na Austrália, Fábio Ferreira já conta com mais tempo de competição no outro lado do mundo do que em Portugal, onde enquanto sénior apenas alinhou durante duas temporadas e em duas equipas dos escalões inferiores. Nada, no entanto, que tenha impedido o futebolista de 26 anos de cumprir o sonho de se tornar profissional, apesar de para isso se ter mudado para um país onde a esta hora são mais 11 horas do que em Portugal.
A história recente de Fábio Ferreira é semelhante à de qualquer outra de um jogador português que alcance o sucesso no estrangeiro. «O meu dia-a-dia é muito tranquilo. Treino de manhã, almoço e da parte da tarde faço o que quero. Estou com colegas de equipa, vou à praia, passeio, descanso...Janto e por volta das 22h30 deito-me», conta o médio português, ao zerozero.pt.
«Não vim para a Austrália para jogar, mas sim para mudar de ares. Queria tentar encontrar trabalho num país com mais oportunidades e com um melhor nível de vida. No entanto, estava a jogar numa equipa amadora [Dulwich Hill] e apareceu a oportunidade de ir fazer uns treinos de captação ao Adelaide United. Convenci-os e deram-me a oportunidade de assinar contrato», explica. Em solo australiano, Fábio Ferreira teve a sorte e o mérito de juntar o útil ao agradável.
Não fosse a mudança para o outro lado do mundo, hoje, provavelmente, Fábio Ferreira não seria futebolista profissional. Em Portugal, enquanto sénior, o atleta natural do Barreiro representou apenas o Esmoriz e o Sertanense. Um currículo modesto para quem fez a formação no Sporting, no Chelsea e para quem integrou as seleções jovens de Portugal [três internacionalizações nos sub-16, 11 nos sub-17, cinco nos sub-18 e duas nos sub-19].
Segundo um comunicado do clube de Alvalade na altura, foram três atletas ainda menores que treinaram no Chelsea sem o conhecimento dos leões. Além de Fábio Ferreira, viajaram para Londres Ricardo Fernandes [na época passada atuou no Penelense] e...Adrien Silva, hoje um dos capitães dos verdes e brancos.
O futuro próximo, esse, passa pela Austrália. «Neste momento só o futebol está a prender-me na Austrália. Tenho esta e mais uma época de contrato com o Central Coast. Estou focado em fazer duas grandes temporadas para depois ter algo ainda melhor. Seja na Austrália, ou fora», atira. E regressar a Portugal? «Sempre disse que se me aparecer uma boa proposta financeira e desportiva voltaria. Não vou dizer que nunca voltaria a jogar em Portugal».