Da última vez que a Seleção Nacional teve de ver um Mundial pela televisão, o culpado e inimigo público dos portugueses chamou-se Marc Batta.
Para os mais novos, vale a pena lembrar que o monsieur Batta foi o árbitro do polémico Alemanha-Portugal, realizado a 6 de setembro de 1997 e o penúltimo jogo dessa fase de qualificação.
Numa das mais brilhantes exibições portuguesas na década de 90, Pedro Barbosa colocou a equipa treinada por Artur Jorge na frente. Depois, enfim, é o que se sabe. Rui Costa, que já tinha um cartão amarelo, ia ser substituído por Sérgio Conceição e o intrépido juiz francês considerou que o atual presidente do Benfica não foi suficientemente lesto a dar o lugar ao agora treinador do FC Porto.
Rui Costa viu o segundo amarelo, chorou de desespero e a Alemanha empatou por Ulf Kirsten aos 80 minutos.
De nada valeria, assim, a vitória sobre a Irlanda do Norte no último jogo (1-0, golo de Sérgio Conceição). A Alemanha e a Ucrânia venceram os respetivos jogos e Portugal acabou em terceiro.
Agora, a 90 minutos de marcar presença no mais belo torneio do mundo pela sexta vez consecutiva, não pode haver Batta ou outras desculpas. Em casa, com o Dragão cheio e contra uma seleção inferior em todos os aspetos - objetivos e de opinião - o Mundial tem de ser um sentido obrigatório.
A prudência não diminui a responsabilidade e o favoritismo. Sim, Fernando Santos pode e deve lembrar as vitórias da Macedónia do Norte nas visitas à Alemanha e a Itália, sem nunca perder o fio à realidade. Dificilmente um cenário com o rótulo de decisivo poderia ter um contexto mais favorável.
Portugal terá quase 50 mil almas de verde e vermelho, contra uma equipa que ocupa o 67º lugar no ranking FIFA - atrás, por exemplo, de Jamaica, Panamá e Rep. Dem. Congo.
Se Portugal não passar por estes macedónios, não merece o privilégio de jogar a prova que junta os melhores do mundo.
Cristiano Ronaldo, o maior dos maiores, não respondeu esta segunda-feira aos jornalistas se o Catar será o seu último Mundial. Não é difícil prever que sim, será. Em 2026, ano em que a prova andará pela América do Norte, o melhor português de sempre terá 41 anos. Todos sabemos que o corpo de Cristiano é uma máquina perfeita, mas mesmo um motor fiável tem o seu fim.
No Portugal-Turquia foi evidente a dificuldade da dupla de centrais. José Fonte e Danilo foram demasiado expostos aos momentos de jogo que menos dominam e a Turquia assustou, fez um golo e desperdiçou um penálti no fim. Parte desses problemas poderão ser resolvidos, ou pelo menos atenuados, com as entradas de João Cancelo e Pepe na equipa.
Apesar da veterania, o central do FC Porto é ainda um central rápido e exímio a fazer o controlo da profundidade - muito forte a cobrir o espaço entre a defesa e o guarda-redes. Uma excelente notícia.
Fernando Santos não mexerá muito mais. O momento aconselha estabilidade. A surpresa Diogo Costa respondeu bem e será o dono da baliza, Raphael Guerreiro fez um bom jogo na esquerda e José Fonte (ou Danilo) estará ao lado de Pepe, com o meio-campo a manter o cérebro de João Moutinho, devidamente acompanhado por Bruno Fernandes e o bom vagabundo Bernardo Silva.
Otávio jogará entre o meio e a direita, Diogo Jota mais no centro-esquerda e Cristiano Ronaldo será o ponta-de-lança. Argumentos mais suficientes para bater os nobres macedónios.
O Mundial espera por nós.
Internacionalizações: 185
Golos: 115
Jogo de estreia: Portugal-Cazaquistão, 20 de agosto de 2003
Internacionalizações: 74
Golos: 20
Jogo de estreia: Azerbaijão-Macedónia, 10 de agosto de 2011
EQUIPASA Macedónia do Norte procura fazer história: os macedónios nunca estiveram presentes num Campeonato do Mundo |
EQUIPASA Macedónia do Norte soma um total de oito vitórias fora de casa em fases de qualificação para o Mundial - seis foram obtidas nos nove últimos jogos |
EQUIPASFora de casa, a Macedónia do Norte só perdeu um dos nove últimos jogos (3-2 frente à Roménia) |
EQUIPASNos cinco últimos jogos realizados fora de casa, a Macedónia do Norte somou quatro vitórias e um empate |
EQUIPASNos oito últimos jogos, a Macedónia do Norte só perdeu um |
EQUIPASA Macedónia do Norte soma três vitórias consecutivas |
EQUIPASPortugal procura a 6.ª presença consecutiva no Campeonato do Mundo, a 11.ª se juntarmos Campeonato da Europa e do Mundo |
EQUIPASPortugal venceu os dois play-off de qualificação para o Campeonato do Mundo que disputou, em 2010 (frente à Bósnia) e 2014 (diante da Suécia) |
EQUIPASNos 21 últimos jogos realizados em casa em fases de qualificação para o Mundial, Portugal só perdeu um |
EQUIPASEm casa, Portugal marca em jogos a contar para a fase de qualificação para o Mundial há 19 anos - a última vez que ficou em branco há precisamente 13 anos, também no Estádio do Dragão, frente à Suécia (0-0) |
EQUIPASPortugal só perdeu um dos oito últimos jogos |
CONFRONTOSFoi há 10 anos o último jogo entre Portugal e Macedónia do Norte: em Leiria, registou-se um nulo |
CONFRONTOSO primeiro jogo entre as duas equipas foi em 2003: na Suíça, Portugal venceu por 1-0, com um golo de Figo |
CONFRONTOSEste é o primeiro jogo em competições oficiais entre as duas seleções - os dois anteriores foram jogos de preparação |
CONFRONTOSNos dois jogos realizados frente a Portugal, a Macedónia do Norte não marcou qualquer golo |
CONFRONTOSPortugal e Macedónia do Norte defrontaram-se por duas vezes, com a Seleção Nacional invicta: soma uma vitória e um empate |