Ljubljana, 10 de fevereiro de 2018: o local e o dia em que o sonho do futsal português, tal como do futebol dois anos antes, se tornou realidade. Passado um mês desde essa conquista histórica nas quadras eslovenas, o selecionador nacional Jorge Braz concedeu uma entrevista ao zerozero e começou por abordar o carinho de que a equipa das quinas tem sido alvo por parte do povo português.
«O reconhecimento, o apoio, a receção fantástica que tivemos no aeroporto, o carinho que temos recebido de todos os portugueses, do meio desportivo em geral... tem sido fabuloso. Acho que tem sido muito reconhecido o trabalho todo que efetuámos e este título de campeões da Europa», indicou o técnico em declarações ao nosso jornal.
O treinador reconheceu ainda que o título europeu ampliou a visibilidade da modalidade no país: «É normal. Os títulos são o que mais alavanca o trabalho que se efetua. Este trabalho já tem vindo a ser desenvolvido há vários anos. Sempre disse que mais tarde ou mais cedo um título viria para Portugal. Veio agora, ainda bem, ficamos com mais anos para virem outros».
Faltam agora dois anos para que se discuta o título mundial da modalidade. Depois da primeira conquista de um Europeu, Portugal chegará à prova com um estatuto especial, mas antes disso, realça Jorge Braz, é preciso garantir a presença.
«É um novo ciclo, um ciclo de dois anos, para preparar com calma, com o mesmo rigor, no fundo, e a mesma responsabilidade. Daqui a dois anos há um Mundial, queremos qualificar-nos, queremos lá estar, isso é obrigação, e depois quando lá estivermos de certeza que vamos lutar pelos patamares superiores».
Título europeu de futsal, título europeu de futebol, título mundial de futebol de praia: os últimos tempos têm sido de glória para as modalidades tuteladas pela FPF, e o treinador não esconde a admiração pelo trabalho que tem sido realizado: «Acho que é demasiado evidente, não preciso eu de estar a realçar o que quer que seja do que tem sido o trabalho daquela casa. O trabalho da Federação tem sido tão evidente, do ponto de vista do volume, da qualidade, do rigor, da exigência, de traçar caminhos claros, estratégicos, de desenvolvimento, para tudo o que é futebol, futsal, futebol de praia, feminino e masculino... faltava a Taça do futsal e agora também já lá está a Taça do futsal».
Após a conquista do título europeu, Jorge Braz acertou com a Federação a renovação contratual até 2020, precisamente para comandar a equipa das quinas neste novo ciclo rumo ao Mundial. Uma decisão «simples» para o selecionador nacional, que realça ainda assim que a sua situação pessoal não é o fator mais importante.
«É evidente que terei as minhas responsabilidades no processo, na visão, no desenvolvimento, mas o importante é que todos juntos, a família do futsal... neste momento sou eu que estou a liderar a seleção nacional e o processo, mas o importante é percebermos que estes títulos se alcançam com o trabalho de muita gente. Continuar a fazer aquilo de que tanto gosto... foi extremamente simples».
A rematar a conversa com o zerozero, houve ainda tempo para uma pequena brincadeira: que craque do futebol gostaria Jorge Braz de ver nas quadras do futsal? O selecionador fez uma escolha quase inevitável (Cristiano Ronaldo) e realçou que seria interessante ver o craque do Real Madrid defrontar Ricardinho. E quem venceria? Jorge Braz tem poucas dúvidas, até porque falamos do melhor do mundo da modalidade: «No futsal acho que ganhava o Ricardo...».
Esperamos (ansiosos) para ver.
3-2 a.p. | ||
Ricardinho 1' Bruno Coelho 38' 49' | Marc Tolrà 18' Lin 31' |