Florence Hardouin, ex-diretora da Federação Francesa de Futebol, foi despedida em janeiro, tendo posteriormente apresentado uma queixa por assédio moral contra o ex-presidente do organismo, Noël Le Graët. Nesta terça-feira, Hardouin veio a público comentar o sucedido.
«Estava a sair de um almoço profissional, a andar na rua quando me apercebi da minha própria destituição através dos meios de comunicação. O choque emocional foi muito forte. Não entendia o que me estava a acontecer, mas senti uma dor no peito e calor», contou a antiga diretora, de 56 anos, numa entrevista ao L'Équipe
A ex-funcionária da FFF acabou por descobrir, mais tarde, nas urgências, que tinha sofrido de um enfarte: «Tive medo de morrer e imediatamente pensei nos meus filhos, na minha família, nos meus entes queridos», acrescentou ainda.
Relativamente ao assédio moral, Hardouin não poupou nas palavras: «Sofri de comportamentos e comentários inapropriados. Não os revelei ao público geral nem à imprensa, mas disse a muita gente interna e externa [à organização]».
A antiga diretora também justificou a demora na denúncia a Le Graët, com o receio de ficar sem o seu cargo e sustento financeiro: «Tinha medo. Se falas demasiado...». A ex-atleta de esgrima relatou, na queixas, que não foi a única vítima das agressões verbais.
Recorde-se que, sobre o seu despedimento, Florence Hardouin apresentou um recurso onde exige uma indemnização de mais de 2,5 milhões de euros.