Os principais destaques do jogo em Leiria, que o Benfica venceu por 0-1
Joga atrás do avançado e os seus movimentos são de extrema importância para a equipa. Sempre que tem espaço, acelera e tenta romper. Ou é travado em falta, ou o desequilíbrio no adversário é a consequência natural. Assim foi, uma vez mais. Nem sempre decidiu bem, mas sobretudo não decidiram bem depois de Rafa os servir. Na vez em que isso aconteceu, surgiu o golo, que tem muito do camisola 27 das águias. Excelente nas diagonais de dentro para fora.
Decidiu o jogo num dos poucos lances em que teve espaço... se bem que não o teve, mas sim procurou-o e encontrou-o. Disponível, combativo, o português foi dando muito trabalho à defesa contrária e dispôs de duas oportunidades: numa, João Nunes tirou em cima da linha, na outra o 88 marcou e resolveu. Num momento em que se fala muito da sua possível saída, Gonçalo Ramos mostrou que está a 100 por cento.
Viu um amarelo cedo e isso condicionou a sua margem para poder travar contra-ataques do adversário. O que fez o português? Subiu a pressão para tentar ganhar bolas mais à frente, o que fez com muito sucesso. Foram muitas dessas que permitiram os melhores lances ofensivos do Benfica até ao golo, pois apanhou o adversário descompensado. Saiu cedo, precisamente pelo risco do cartão.
O Benfica tem mostrado muita capacidade neste começo de época e o facto de este ter sido o jogo, de longe, menos produtivo da equipa de Roger Schmidt muito se deve à coordenação defensiva do Casa Pia. João Nunes foi o mais vistoso e o que mais bolas cortou, mas ficou ligado ao golo, onde se deixou antecipar, por isso a nossa distinção vai para Zolotic, rei dos roubos de bola e referência na saída com bola. Interessante central.
Foi o melhor jogador do ano para o zerozero na época passada e o público geral vai percebendo porquê. Que agitador! Partiu os rins a Gilberto na primeira parte, Otamendi também sofreu bastante e só o desgaste o travou. Percebe-se, pois muitas das suas incursões exigiram-lhe o máximo. É que não era apenas mais rápido que os benfiquistas, mas também que os próprios colegas, que chegavam de forma tardia para corresponder aos desequilíbrios que o camisola 7 criava.
Para serenar, para destruir, para construir, para cativar, para empurrar. A equipa já vive muito do argentino, que é fundamental nos equilíbrios e também nas funções com bola. Esteve muito bem com Florentino, mas não esteve pior com Weigl, numa fase em que era importante conservar a bola e ter o jogo controlado. Exibição competente, uma vez mais.
A posição de defesa direito é das mais incertas no Benfica e este jogo trouxe ainda mais condimentos para a discussão. Destacámos Godwin em cima e tal não se deve dissociar com o baixo rendimento de Gilberto, que só aguentou até ao intervalo (e não tinha amarelo, portanto não foi uma questão de prudência). Bah entrou muito bem, melhorou bastante a produção daquele lado e não pode deixar ninguém surpreendido se, contra o Dinamo Kiev, surja ele a titular.
0-1 | ||
Gonçalo Ramos 58' |