Nada separava estas duas equipas na tabela da Liga Bwin, e assim continuará a ser depois da divisão de pontos na capital do móvel. O Boavista registou o resultado de 1x1 pelo quarto jogo consecutivo, num duelo em que teve de lutar até ao fim para conseguir aquilo que durante muito tempo mereceu: o golo.
O Paços de Ferreira, também em ascensão com o novo treinador, esteve perto de inverter a história recente e vencer após nove jogos sem o fazer frente aos axadrezados, mas um golpe final da equipa visitante ditou uma dezena de jogos sem uma vitória neste confronto.
Mesmo com Gorré de regresso aos convocados após isolamento, o Boavista apareceu com o mesmo onze que conseguiu um empate frente ao Gil Vicente e a resposta foi positiva. Os axadrezados mostraram conforto no jogo e foram, de longe, a equipa com mais oportunidades, ainda que estas não se traduzissem em golo.
O jovem guarda-redes de apenas 20 anos, que teve uma oportunidade dourada na ausência de Jordi e André Ferreira, resumiu a sua equipa por ser capaz do melhor e do pior. Tanto revelou nervosismo e alguma precipitação como fez grandes defesas, da mesma forma que os castores, que criaram poucos problemas, conseguiram marcar de grande penalidade e chegar à vantagem.
Foi já depois de uma intervenção decisiva do VAR, que impediu a expulsão de Abascal, que o Paços de Ferreira chegou à vantagem numa grande penalidade convertida por Antunes. A equipa da casa levou o 1x0 para o intervalo, mas não era mais do que um sorriso amarelo, forçado, porque as debilidades foram evidentes e a segunda parte seria uma continuação da história que se contou nos primeiros 45 minutos, com o Boavista a ameaçar o golo em inúmeras ocasiões.
O internacional por Curaçao tinha vindo a causar muitos problemas, mas ainda não se evidenciara ao ponto de ser indiscutivelmente o homem do jogo. Isso foi só depois de decidir o jogo, num lance em que conduz para dentro, ao jeito do seu pé direito, e curvou a bola de forma deliciosa para roubar um ponto... e o espetáculo.
Futebol atrativo a espaços, mesmo que noutros momentos as equipas tenham tentado ceder a bola ao adversário com sucesso questionável. O que se leva desta partida é a emoção da mesma, que durou até ao fim e até deixou espaço para um golo de classe mundial já na reta final. Momentos que valem o preço do bilhete.
Foi um bom jogo de futebol, disso não há dúvida, mas foi também uma partida marcada por alguns erros. Nenhum decisivo, felizmente, mas tanto a nível ofensivo, com algum desperdício na cara da baliza, como em fase de construção as equipas registaram momentos menos felizes.
Ficam algumas questões em relação à grande penalidade que deu a vantagem ao Paços de Ferreira, mas de resto não há nada a apontar ao juiz da partida.