Pouco brilhantismo, uma dose considerável de sorte, um guardião inspirado e um avançado letal. A receita para o Vitória carimbar a presença na final da Taça da Liga não foi a mais apelativa em termos estéticos, mas o triunfo por 2x0, com golos de Gonçalo Paciência e Allef, carimba um lugar sadino em mais um jogo decisivo. Para os homens de Oliveira de Azeméis ficam três bolas no poste...e um afastamento bem amargo.
Antes do jogo, muito se falou de um maior domínio sadino, até pela questão da diferença de escalões, mas o início do encontro mostrou precisamente um contrário: um Vitória nervoso, errático, com a Oliveirense a aproveitar para criar três ocasiões de golo. Riascos era a referência...
Com o decorrer do primeiro tempo, as insuficiências do Vitória foram sendo cada vez mais evidentes. A equipa de José Couceiro mostrou-se incapaz de assumir as rédeas da partida e nem mesmo a capacidade de jogar de costas para a baliza de Gonçalo Paciência foi disfarçando evidentes limitações coletivas.
Do outro lado, a vontade aliava-se à disciplina tática e criatividade atacante, mas a última foi incapaz de ser materializada em golo. Na primeira meia hora da partida, foram seis ocasiões claras, com três bolas ao poste pelo meio - numa ocasião, João Amorim e João Mendes, na mesma jogada, enviaram a bola aos ferros; Diogo Valente na sequência de uma grande penalidade, fez estremecer a barra. Mas era o Vitória quem marcava, pelo inevitável Gonçalo Paciência. Intervalo.
Pedia-se mais à equipa sadina, depois de um primeiro tempo a roçar o sofrível. Com uma alteração em relação à equipa inicial - Arnold entrou para o lugar de Patrick -, os sadinos apresentaram-se mais competentes no aspeto defensivo, ainda que a criatividade continuasse a ser pouca. Do outro lado, a mesma vontade, acompanhada agora com menos oportunidades. Apesar disso, Trigueira era o único guardião a brilhar...
Pedro Miguel mexeu na equipa, colocou gente na frente, mas a ineficácia da União matava qualquer boa intenção. É verdade que o guardião sadino mostrou inspiração ao longo dos 90 minutos, mas os homens de Oliveira de Azeméis só se podem queixar da falta de clarividência no último terço. Oliveira trouxe intensidade e criatividade, Fabian deu presença, mas o empate não chegou.
Já quando poucos acreditavam nas grandes penalidades, Gonçalo Paciência voltou a fazer das suas, inventando um lance no lado esquerdo do ataque, com Allef a finalizar sem problemas. Há dias assim...