Na sequência do episódio de racismo de um adepto do Farense para com Chiquinho, no duelo entre os algarvios e o Famalicão, ambos os clubes já reagiram ao incidente, em notas oficiais emitidas nas suas plataformas sociais.
No seu comunicado, o emblema minhoto «demonstra a sua solidariedade com o jogador Chiquinho, visado por um adepto com conteúdos racistas e xenófobos», ressalvando que não confunde «as gentes de Faro e os adeptos do SC Farense com um adepto que, tendo em conta o referido comportamento, não demonstra saber estar na sociedade e, por via disso, não merece lugar num qualquer espetáculo desportivo.»
«Seremos voz ativa para que este adepto – tal como outros que adotem este tipo de atitudes e comportamentos – não seja parte integrante do nosso futebol», pode ler-se ainda.
Já o clube algarvio «demarca-se de qualquer comportamento menos próprio que possa ter ocorrido durante o jogo de hoje», referindo que, desde a sua fundação, o Farense prima «pela defesa e valorização dos mais elevados princípios de humanismo, civismo e não discriminação.»
Além disso, os Leões de Faro garantiram cooperação «em conjunto com as autoridades competentes para apurar o que realmente se passou», com o intuito de, ser for o caso, punir «exemplarmente» o comportamento do adepto.
No final da partida, também José Mota e João Pedro Sousa comentaram o incidente. O técnico dos algarvios garantiu não se ter apercebido, enquanto o técnico dos famalicenses comentou o estado de espírito do extremo português.
«Não me apercebi absolutamente de nada. Estou longe, sentei-me no banco, estávamos a perder e queria que o jogo fosse rapidamente recomeçado. São coisas que ando há tantos anos no futebol e não entendo muito bem se existem, porquê, não sei se existiram. Nem quero opinar sobre isso. Se realmente existiu alguma coisa nesse sentido, tem de ser penalizado, como é óbvio. Mas vocês conhecem o São Luís, as pessoas de Faro são respeitadoras, boas e gostam, adoram futebol. Não vamos tornar um caso, que não sei se existiu, num caso que, se calhar vocês vão realçar mais um caso, no meu ponto de vista, sem grande significado, do que o caso do nosso golo [anulado]», comentou o timoneiro algarvio.
«Ainda não falei com ele, mas está um pouco alterado. Deixe me só dizer que me parece inacreditável que isto aconteça nos estádios portugueses. Vimos de duas semanas consecutivas em que ouvi coisas que acho inacreditáveis. Por um lado e por outro lado não, é o espelho do nosso futebol e não admira que a Liga portuguesa, tirando os jogos dos grandes, tenham assistências ridículas», dissertou João Pedro Sousa.