Há 14 anos, boavisteiros e insulares enfrentavam-se num jogo de grande dificuldade para a Pantera. Esta é a história que recordamos no "Na Memória" desta semana. O dia em que o Boavista pôs fim a uma «maldição» recente e se lançou numa caminhada imparável até à conquista do título de campeão nacional.
À entrada para a 9.ª jornada, o Boavista era quinto classificado com 15 pontos, já com seis pontos de atraso para o FC Porto, o líder isolado, que era seguido por um surpreendente Salgueiros, que tinha 18.
Na frente da pantera seguiam também o Braga e o campeão Sporting, enquanto o Benfica arrastava-se no 9.º lugar. O adversário dos axadrezados era o Marítimo, equipa que seguia confortavelmente na 8.ª posição com 13 pontos.
Os insulares vinham numa sequência de três vitórias seguidas no Bessa. Para os comandados de Jaime Pacheco, a visita dos verde-rubros tornara-se uma das mais incómodas do calendário nacional.
A equipa de Nelo Vingada entrou no Bessa descomplexada, com Iliev, Porfírio e Lagorio apontados à baliza de Ricardo. Por sua vez, o Boavista, entrou sem medo dos visitantes, disposto a espantar os fantasmas.
O golo de Mariano - aos nove minutos - que deu vantagem ao Marítimo, pode ter assustado as bancadas, mas dentro do campo os rapazes do Bessa sempre mostraram que sabiam ao que iam. Duda empatou aos 16 e o jogo manteve-se igualado até ao intervalo.
No recomeço, António Costa expulsou o marítimista Lino e o Boavista sentiu que o caminho para a vitória estava facilitado.
Lagorio daria lugar a Shannon, numa tentativa do Marítimo segurar a vantagem, mas pouco depois, o «maestro» Erwin Sánchez deu a vantagem aos do Bessa.
Até ao fim, os axadrezados controlaram o jogo e acabaram por marcar mais um golo por intermédio de Silva (86'), que entrara para o lugar de Rui Óscar no começo da segunda parte, numa jogada arriscada de Jaime Pacheco que deu frutos.
A vitória sobre o Marítimo não marcou o ponto de não retorno da conquista do campeonato, mas abriu o caminho. Afastado o fantasma das derrotas com o Marítimo, a equipa portuense iria empatar a Alvalade e ao São Luís, antes de começar uma sequência de seis vitórias que levou a Pantera até ao topo da classificação, de onde não mais sairia até ao final da prova.
Ainda nessa época, o Marítimo regressaria ao Bessa para eliminar o Boavista na meia-final da Taça de Portugal e, na época seguinte, voltaria a vencer o Boavista no seu reduto, cimentando a condição de "perigo máximo" nas visitas ao Bessa.
Para a história ficou a única vitória boavisteira sobre os madeirenses nesses anos, uma vitória que valeu muito e que no final da época seria lembrada por todos os boavisteiros.
3-1 | ||
Duda 16' Erwin Sánchez 64' Elpídio Silva 86' | Carlos Mariano 9' |