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    Avançado luso em entrevista ao zerozero

    Ao nível de Lewandowski só Simone, Pizarro e… Rui Pedro: «Foi um dia perfeito»

    2022/03/10 13:13
    Análise estatística por Vasco Sousa
    E2

    Robert Lewandowski fez história na última terça-feira, com o hat-trick mais rápido da Liga dos Campeões (desde o apito inicial). Foram necessários apenas 23 minutos de jogo para o polaco superar os registos de Simone e Pizarro, mas também de… Rui Pedro, avançado português que precisou de apenas 33 minutos para marcar três golos e está empatado com Pizarro na terceira posição.

    Tudo aconteceu a 20 de novembro de 2012, na Roménia, num CFR Cluj 3x1 SC Braga. Rui Pedro abriu a contagem logo aos sete minutos, dilatou a vantagem aos 15 e consumou o 3x1 e o hat-trick aos 33. Uma noite memorável, que Rui Pedro não esquece e que recordou em conversa com o zerozero.

    «Foi um dia perfeito. Quando jogamos futebol, sonhamos sempre jogar na Liga dos Campeões e estando lá, nós avançado queremos sempre fazer golos e eu tive essa oportunidade. Foi um momento especial. Três golos em trinta minutos… E ainda teve um impacto maior por ser contra o Braga e por ser um português contra uma equipa portuguesa.», começou por recordar.

    «Lembro-me que isso aconteceu tudo na primeira parte e ao intervalo vieram colegas meus perguntarem-me se eu sabia o que tinha acontecido, mas eu estava tão focado no jogo que nem tinha noção. Só no fim do jogo é que tive noção do impacto enorme que teve.», acrescentou.

    Formado no FC Porto, Rui Pedro tinha então 24 anos e vivia a segunda época no Cluj, após passagens por Estrela da Amadora, Portimonense, Gil Vicente e Portimonense. O avançado vivia também uma das melhores fases da carreira, como nos explicou, antes de revelar que guardou a bola de jogo, mas que já não a tem consigo…

    «Eu vinha de uma boa fase, as coisas estavam a sair bem e estava a marcar muitos golos no campeonato. Portanto, a confiança que tinha naquele jogo vinha já de algumas boas exibições, não saiu do nada. Recordo-me que estava com uma motivação extra por ir jogar contra uma equipa portuguesa e por saber que tinha tido passagens fugazes por Portugal. As pessoas não me reconheciam muito e eu via ali uma boa montra para me mostrar a Portugal.», explicou.

    «Vou confidenciar isto, é mesmo verdade. Eu tinha a bola, levei para casa e um empregado do meu senhorio roubou-me a bola. Ele tinha as chaves, fazia tudo lá em casa e um dia a bola desapareceu. Mais tarde vim a saber que tinha sido ele. Portanto não tenho a bola…», garantiu.

    «Ganhámos em Old Trafford e ficámos a chorar…»

    ©Catarina Morais

    O hat-trick de Rui Pedro foi apenas um dos grandes momentos de uma campanha espetacular do Cluj na Liga dos Campeões. Os romenos arrancaram como claros outsiders num grupo com Manchester United, Galatasaray e SC Braga, mas não passaram por muito pouco, tendo terminado com 10 pontos, os mesmos que os turcos e menos dois do que os ingleses.

    «Para resumir, no último jogo, ganhámos em Old Trafford e ficámos a chorar… À partida, se nos dissessem que havia alguma chance de ganhar em Manchester… Nós conseguimos ganhar e saímos de lá a chorar. Tínhamos que ganhar esse jogo e esperar que o Galatasaray não ganhasse em Braga. Nós ganhámos mesmo a acabar, mas viemos a saber que o Galatasaray também ganhou em Braga e não passámos.», recordou.

    A campanha do Cluj e, em particular, o hat-trick foram decisivos para o que se seguiu na carreira do avançado natural de Vila Nova de Gaia, que admite ter ficado conhecido pelo feito na Liga dos Campeões.

    «Sou muito conhecido por isso. Eu joguei três anos na Roménia, mas continuei no leste nos anos a seguir muito devido a ser muito conhecido por isso. Aqui em Portugal pode não ter tido tanto impacto, mas lá teve muito, especialmente na Hungria. Acabei por jogar lá quatro anos porque Cluj era praticamente uma colónia húngara, toda a gente sabia o que tinha acontecido. A maior parte da minha carreira foi devido a esse jogo.», confessou.

    «Foi uma oportunidade para relembrar as pessoas do meu valor»

    ©AD Sanjoanense

    Essa foi a segunda de três épocas no Cluj. Seguiram-se Académica, CSKA Sofia, Ferrencváros, Haladás, Diósgyor e Mezokovesdi, até que, no início da presente temporada, Rui Pedro, agora com 33 anos, encontrou uma nova casa em São João da Madeira.

    «No total, estive oito anos fora, mas estes últimos quatro anos foram muito desgastantes. Tivemos agora a pandemia e eu tive dois anos sem poder vir a casa, o que foi extremamente difícil para mim. Eu queria rapidamente voltar a Portugal para dar mais estabilidade à minha família e, já no final do mercado, apareceu a possibilidade de jogar na Sanjoanense, num projeto muito bom. Não vi como um passo atrás na minha carreira, mas como uma oportunidade de poder provar e relembrar as pessoas do meu valor. Estou muito agradecido às pessoas da Sanjoanense.», contou.

    «Só esta última fase é que foi mais triste. O objetivo de subida não foi proposto no início da temporada, mas, consoante as nossas exibições, foi-se acreditando que era possível e criou-se uma expetativa enorme em volta da equipa. Por isso, acabou por ser um bocadinho desilusão neste último jogo, mas o nosso primeiro objetivo, que era a manutenção, continua em cima da mesa. Partimos com uma boa vantagem, somos favoritos e queremos conseguir esse objetivo rapidamente.», explicou.

    Ao longo da fase regular, Rui Pedro mostrou-se a bom nível – fez parte de dois onzes da jornada (20ª e 21.ª) para o zerozero – e apontou seis golos e duas assistências, em 16 jogos. Agora, é tempo de pensar na manutenção, mas, tal como comprovam os números, ainda não é altura de olhar para o fim da carreira.

    «A idade é um número, o que interessa é o que fazemos em campo. Enquanto me sentir bem fisicamente e emocionalmente, que é o mais importante, acho que a idade não conta para nada, apesar de sentir que algumas equipas olham para isso. Sinto-me bem e acredito que enquanto tiver capacidade vou continuar a jogar. Não defino uma meta, mas quero trabalhar diariamente e, neste momento, ajudar a Sanjoanense no que puder. Seja este ano ou no próximo ano a subir à Segunda Liga.», concluiu.

    Portugal
    Rui Pedro
    NomeRui Pedro Couto Ramalho
    Nascimento/Idade1988-07-02(35 anos)
    Nacionalidade
    Portugal
    Portugal
    PosiçãoAvançado (2.º avançado) / Médio (Médio Ofensivo)

    Fotografias(60)

    Comentários

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    motivo:
    Aquele Braga do Peseiro
    2022-03-10 16h32m por redlegion
    Campanha completamente desastrosa num grupo fácil onde só venceu um jogo. O jogo em casa com o Cluj é o exemplo perfeito do Braga de Peseiro: Uma equipa que só sabia atacar, mas não sabia defender. E o jogo na Roménia mostrou bem as fragilidades defensivas daquela equipa.
    Anos mais tarde o Salvador decidiu contratar outra vez este aprendiz de treinador para passarmos mais uma vergonha na Europa ao ficar em 3º na fase de grupos da UEL (algo único até hoje). Espero que as lições tenham sido aprendidas.

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