Os principais destaques da vitória do Sporting na Reboleira por 1-2
Mais do que trocadilhos, discurso claro e conciso. Mais do que somatório de fintas e ações individuais, uma objetividade que lhe conferem toda a diferença. Trincão pode ser o que quiser. Por vezes, quer ser artista (porque tem arte inata). Por vezes, é, repleto de técnica, um operário determinante. Como esta noite, em que deixou as pantufas, calçou as botas biqueira de aço para inverter, a tempo e horas, um cenário que ameaçava ficar turvo. Esteve nos dois golos, colecionou vários momentos de brilhantismo e nem o facto de ter pecado na finalização lhe tira o protagonismo deste jogo. Foi chamado à seleção, uma lesão tirou-lhe a hipótese de se mostrar, mas por esta amostra...
Para escalar Daniel Bragança com a braçadeira de capitão, são precisas um sem-número de peripécias. Todas aconteceram e, esta noite, foi ele o primeiro do Sporting ao subir ao relvado. Pois bem, provavelmente motivado por isso, começou muito bem com bola e, contrariando algumas avaliações que lhe fazem, cresceu ao longo do jogo nos momentos em que a teve de tirar ao adversário. Está cada vez mais válido.
Muito badalada foi a história dos jogadores em risco, por número de amarelos, de falharem o jogo contra o Benfica na próxima jornada. Rúben Amorim desvalorizou nas palavras, mas mostrou total condicionamento pelos atos que teve. Com exceção de Nuno Santos, o único dos que estavam em risco que foi para jogo. Em boa hora aconteceu. Nuno Santos foi o primeiro a criar perigo e foi o último a marcar, operando a reviravolta. Claro que também teve os habituais atritos, mas foi com nervo que mais ajudou o Sporting a manter o comando.
Com as várias limitações ofensivas nesta fase da temporada, o melhor que Rúben Amorim pode ter é um Paulinho em versão super. Já tinha bisado contra o Boavista, neste jogo voltou a molhar a sopa e ajudou a equipa de forma decisiva, numa noite em que Gyökeres (sim, é notícia) não conseguiu marcar. Teve também pormenores interessantes, como aquela receção orientada que tirou meia equipa da frente e permitiu o contra-ataque. No fim, o susto, quando se agarrou ao pé num lance sozinho. Por fim, o alívio ao se perceber que era falso alarme.
Para o melhor jogador deste campeonato, só um grande central para ser capaz de o parar. Claro que não parou sempre, mas as vezes em que Gyökeres se desmarcou e visou a baliza foram sempre por fora, nunca em zona central. É o elogio que se pode fazer ao central angolano, capaz de estancar o poderio do sueco. E não só... Também foi à frente ter a melhor oportunidade dos amadorenses, a seguir ao golo.
Nunca tinha começado de início, nunca tinha marcado... fez ambos. Por isso, mesmo com a derrota, o jogo será sempre muito marcante para Bucca, que teve uma primeira parte de muito bom nível e na qual foi o elemento ofensivo mais interventivo na equipa de Sérgio Vieira. Depois, quebrou fisicamente, o que era expectável.
...Em jogos ganhos. Mas (e convém frisar este «mas») os erros devem ser estancados. Franco Israel ficou muito mal no golo, depois redimiu-se com duas ótimas defesas, só que nem sempre as coisas correm desta forma. Está a crescer, está a colecionar responsabilidade, precisa agora de estabilizar o nível exibicional sem falhas.
1-2 | ||
Leonel Bucca 17' | Paulinho 23' Nuno Santos 41' |