Será tempo de redenção no Bessa? Muitas linhas de história foram escritas nas últimas semanas sobre a eventual saída de Róbert Bozeník do Boavista, mas, este sábado, foi uma das grandes figuras de um duelo intenso entre panteras e Estoril Praia. No final, foi mesmo o emblema axadrezado a vencer por 2-1.
No Estoril, Vasco Seabra promoveu apenas uma alteração: Heriberto entrou para o lugar do suspenso João Marques. Já Ricardo Paiva efetuou três alterações relativamente ao último encontro: Rodrigo Abascal, Miguel Reisinho e Bozenik entraram para os lugares de Ibrahima, Luís Santos e Martim Tavares.
A bola rolava de parte a parte, nos minutos iniciais. Sem grande intervenção das balizas, apenas era visível a forma muito diferente de abordagem ao jogo de cada uma das formações. O Boavista optou por ser mais direto na aproximação ao terço adversário, procurando a profundidade e bola nas costas da defesa canarinha. O Estoril? Muito mais calmo em campo, priorizando o jogo interior e combinações entre os mais avançados no relvado.
Quarto de hora. Canto. Golo de Vincent Sasso, central que fez autênticas piscinas durante o decorrer de toda a primeira parte, não deixando a equipa desfalecer em campo. Ora central, ora trinco, ora distribuidor de jogo. O tento inicial serviu de congratulação para a exibição que demonstrou.
Meia hora. Redenção. Foi uma das novelas do mês de janeiro, mas a cortina fechou sem um acordo entre Boavista e Sevilla. Muita tinta correu, mas, a verdade é que, depois de ficar fora do duelo frente ao Casa Pia por ser «um caso entregue à direção» do Boavista, Róbert Bozeník voltou e marcou. No festejo, disse: «Eu fico cá!». O caso, aparentemente, está mesmo encerrado.
O Estoril Praia acabou por apagar no decorrer da primeira parte. Depois do equilíbrio inicial, a motivação esvaiu ao ver o resultado fugir com dois golos sofridos.
Vasco Seabra mudou a equipa ao intervalo, substituindo Mor Ndiaye e Volnei Feltes, e notou-se alguma diferença na abordagem aos segundos 45 minutos. Uma formação mais fluída no ataque e nos momentos de transição - que o diga o golo de Alejandro Marqués aos 55 minutos, depois de uma jogada pelo flanco direito.
O teor ofensivo do jogo permaneceu e os ânimos aqueceram. Muitas picardias, muita agressividade, muitas altercações. O ambiente estava tão quente como uma tarde de sol no Algarve no verão.
No entanto, calafrios para o Estoril Praia que sai do Bessa sem qualquer ponto. O Boavista estende a toalha na areia do nono lugar.
A primeira parte que o Boavista realizou é algo que não se via há algum tempo. Fluído na transição, com muita entreajuda no ataque. Chegou à vantagem na primeira parte com verdadeiro mérito.
As jornadas passam e o problema mantém-se. A qualidade (ou falta dela) do relvado do Bessa acaba a condicionar a maneira como todos os jogos se desenrolam. Neste, foi notória a influência dos tufos levantados e mesmo da «zona de terra» na baliza sul.
Critério regular de João Pinheiro na primeira parte, mas algo inconstante no decorrer da segunda.