O Gil Vicente está nos quartos de final da Taça de Portugal (3-1). Frente a um destemido e até então invicto Amarante, os Galos precisaram de apanhar um susto enorme já nos últimos dez minutos para fechar a eliminatória em definitivo. Miro estreou o marcador, Leandro Santos - Mika - levou os adeptos visitantes à loucura, com Rúben Fernandes e Martim Neto a descansarem de vez os adeptos minhotos.
As vozes dos muitos amarantinos ainda estremeciam no massivo apoio à equipa que se fez sentir no pré-jogo, quando os Galos obrigaram o seu público a saltar da bancada. Marlon e Leonardo Buta ligaram o jogo à esquerda, deixando para Maxime Dominguez a decisão de definir entre o cruzamento e o remate. Nada egoísta, o suíço descobriu a grande surpresa de Vítor Campelos para a partida, Miro, e este encostou para o 1-0.
Surpreendido pelo traquejo dos primodivisionários, o Amarante arrepiou caminho em busca da reação, apesar da diferença de valores que se começava espelhar, sobretudo na forma como os gilistas conseguiram controlar a maior parte dos momentos de jogo.
Ainda assim, os amarantinos foram capazes de criar incómodo junto da baliza de Andrew, com Ká Semedo a dispor da melhor ocasião nas barbas do guardião brasileiro dos minhotos.
Até perto do intervalo, o Gil controlou o desafio e não foi em busca de duplicar a vantagem de forma muito vincada. Mantinha-se notória a diferença de escalões, mas com o aproximar do descanso, o Amarante tornou-se cada vez mais destemido. Mesmo sem grande perigo, a turma de Renato Coimbra foi capaz de ocupar espaços mais adiantados, fruto das ações com bola dos homens do miolo - Toquinho e Zangré -, bem como pela pressão dos seus avançados em cima da defensiva gilista.
Na segunda parte, o filme da partida não mudou muito, o Gil manteve a gestão levada a cabo nos 45' iniciais e o Amarante aproveitou para intranquilizar a equipa minhota.
Algumas recuperações no meio-campo defensivo gilista iam galvanizando jogadores e adeptos amarantinos, mas o momento da definição no último terço foi sempre traiçoeiro para os forasteiros.
Sem muitas ocasiões de golo flagrante - o remate de Murilo foi exceção -, o Amarante viria a chegar ao empate já dentro dos últimos dez minutos do tempo regulamentar. Né Lopes perdeu a bola de forma displicente em cima da área gilista e Leandro Santos não se fez de rogado. O tiro em arco do avançado luso teve tanto de perfeito como mágico, terminou no ângulo da baliza de Andrew e espoletou a loucura no talvez milhar e meio de adeptos da equipa do Campeonato de Portugal.
Contudo, como se de um pesadelo acordasse, os Galos partiram rumo à baliza visitante e selaram a eliminatória. Rúben Fernandes fez o 2-1 no primeiro toque na bola e Martim Neto fechou em beleza com um vistoso pontapé de bicicleta que deitou por terra o sonho do Amarante.
Apesar de competir no Campeonato de Portugal, o Amarante demonstrou num dos principais palcos do futebol português que não viaja só por este país fora. Além da excelente atitude dentro das quatro linhas demonstrada pelos jogadores, os adeptos amarantinos foram incansáveis no apoio à equipa. É caso para dizer: adeptos de primeira!
Na receção a um adversário claramente inferior, o Gil Vicente até chegou à vantagem nos primeiros cinco minutos, mas cedo demonstrou que não ia à procura de resolver a questão de forma imediata. Face a tal postura, o Amarante ainda chegou ao empate e obrigou os pupilos de Campelos a arrepiar caminho nos instantes finais, sob pena de arrastar o jogo para prolongamento.
Numa partida entre equipas com três escalões de diferença, Bruno Vieira não teve de ajuizar lances de muita polémica ou de elevado grau de dificuldade. Sem ter evidenciado um critério largo, foi consistente na forma como assinalou infrações para qualquer uma das equipas.