Portugal despediu-se da principal divisão da Liga das Nações da forma mais dramática possível. Na receção à França, a equipa lusa mostrou vontade, qualidade, mas demonstrou-se demasiado perdulária para matar uma das melhores seleções do mundo e acabou por perder (0-1), já depois de um golo limpo ter sido anulado a Telma Encarnação. A falta que o VAR faz...
Cientes da importância da partida para aspirar à potencial manutenção na Divisão A da Liga das Nações, as jogadoras lusas depressa procuraram assumir o controlo do desafio. Frente a uma seleção francesa que rodou dez das onze titulares apresentadas frente à Áustria, pertenceram a Portugal as primeiras aproximações de relevo.
Quase sempre no recurso à profundidade, após temporização de jogo na retaguarda, Telma Encarnação obrigou Karchaoui e Cascarino a trabalhos redobrados, tendo escancarado as portas do golo a Ana Capeta. No frente a frente com Durand, a avançado do Sporting cedeu e permitiu uma grande defesa à guardiã gaulesa.
Do outro lado, a pressão alta do miolo da seleção francesa fazia-se sentir e, fruto disso, assistiram-se a algumas perdas de bola que podiam ter sido comprometedoras para a equipa das Quinas. Dentro dessa lógica, Viviane Asseyi deu o primeiro aviso que Patrícia Morais resolveu, seguindo-se algumas investidas perigosas que, com maior ou menor dificuldade, a linha defensiva portuguesa resolveu.
Até ao descanso, os ânimos resfriaram. A iniciativa portuguesa continuou a ser uma evidência, mas as dificuldades para jogar por espaços interiores não permitiu lances de maior perigo junto da baliza gaulesa.
No regresso dos balneários, a equipa portuguesa não baixou os braços e voltou a encostar a França atrás. A rondar a baliza de Durand com frequência, a vantagem até acabou por se concretizar, mas um erro grosseiro da equipa de arbitragem impediu que o golo de Telma Encarnação contasse, por pretenso fora de jogo de Tatiana Pinto.
Algo amorfa no quarto de hora inicial da etapa complementar, a França sacudiu o adormecimento e, por duas vezes no mesmo lance, ficou perto da vantagem. Patrícia Morais negou o golo de fora da área a Julie Dufour, tendo o poste impedido os festejos de Becho na recarga.
Até ao fim, Francisco Neto refrescou a equipa com as entradas de Catarina Amado, Joana Marchão ou Ana Dias e o poder de fogo luso revitalizou-se. Antes de sair, Ana Capeta voltou a desperdiçar na sequência de uma carambola defensiva e o perdão saiu caro às Navegadoras.
Já depois de ter visto Melvine Malard e Becho acertar consecutivamente na barra da baliza lusa, a França viria mesmo a sair vencedora da partida: Grace Geyoro tornou-se a vilã das cores nacionais ao corresponder da melhor forma ao centro de Becho.
0-1 | ||
Grace Geyoro 90' |