De reviravolta em reviravolta, o FC Porto segue imparável! A equipa de Conceição, que continua a ver jogos desde a bancada, esteve a perder em Vila do Conde, mas conseguiu dar a volta ao marcador com dois golos nos descontos e bateu o Rio Ave por 1-2.
Marcano voltou a ser o herói portista e a esconder as exibições pouco conseguidas da equipa azul e branca, num jogo em que o Rio Ave também não foi capaz de ser um adversário tão complicado como a marcha do marcador sugere.
Aqui e ali, o arranque do campeonato português tem-nos brindado com excelentes partidas de futebol. Quem não tivesse visto nenhuma até então, ficaria com uma péssima ideia do nosso futebol.
45 minutos sem remates à baliza, com uma péssima arbitragem e sem direito a bancada (e adeptos) na transmissão televisiva. Se é isto o «futebol com talento», então o cenário não é bonito.
Com Pepê a fazer de Otávio de forma evidente - recuou para ter bola, tentou o último passe e ocupou espaços centrais -, o FC Porto procurou resgatar uma fórmula de sucesso dos últimos anos.
À primeira vista ate parecia ter resultado, mas o VAR detetou um fora de jogo de Taremi por sete centímetros. Discutível, mas a não ser que exista um comunicado a dizer o contrário há que confiar na tecnologia. O iraniano, que nas últimas semanas tem sido mais tema de conversa por causa do mercado e do AC Milan do que pelas boas exibições, chegou a fazer o golo frente à antiga equipa no melhor lance do FC Porto em todo o primeiro tempo.
Pressionante, o Rio Ave tentou chegar-se à frente, mas também não conseguiu trazer coisas positivas à partida. A equipa de Luís Freire precipitou-se nas saídas com bola e abriu espaço às transições portistas.
Pepê desperdiçou oportunidade flagrante e assim o FC Porto voltava a chegar ao intervalo sem golos marcados, o que aconteceu em 75 por cento das partidas disputadas esta época. Um sinal da pouca produção ofensiva dos portistas.
Houve golos. Os primeiros dois de penálti, porque só desta forma (sem defesas pela frente e sem obrigação de fazer um passe) as equipas conseguiriam ter oportunidade para marcar.
O Rio Ave marcou primeiro, depois de um desvio de Guga ao poste e de uma falta evidente de Galeno. Costinha não desperdiçou a oportunidade de rematar à baliza (foi o primeiro em campo a fazê-lo) e abriu o marcador.
Uma vez mais, o FC Porto estava obrigado a correr contra um prejuízo ao qual, também uma vez mais, se colocou a jeito. Uma hora com poucas ideias e pouco rasgo. Até que o banco portista acabou por mudar a partida.
As entradas de Namaso (primeiro jogador dos azuis e brancos a rematar à baliza) e de Gonçalo Borges trouxeram coisas novas à equipa, mas foi mesmo o penálti de Costinha sobre Borges que relançou o jogo.
Galeno não vacilou e a partir daí foi ver um dragão de alma renovada à procura dos três pontos. Nos Arcos como no Dragão, Marcano, a passe do também suplente André Franco, voltou a ser o herói portista.
Feitas as contas, apesar do sofrimento, já são nove pontos em nove possíveis.
Benifício da dúvida no golo anulado pelo VAR (a tecnologia aponta aos 7 centímetros, mas as imagens não dão certezas), ficou cartão vermelho por mostrar a Eustaquio, por entrada duríssima no início da partida. A partir do estádio, ficam também dúvidas sobre o penálti assinalado a Costinha, uma vez que Gonçalo Borges parece forçar o contacto com o lateral vilacondense.
Namaso faz o primeiro remate, Borges sofre o penálti e André Franco assiste. À partida, os três nomes não entusiasmam, mas foram suficientes para mudar o jogo a favor do FC Porto.
Não duvidamos que o objetivo das duas equipas passava por vencer a partida, mas é difícil ganhar jogos quando não se remata à baliza. Os vilacondenses fizeram o primeiro remate no lance do penálti, já na segunda parte. O FC Porto visou a baliza adversária apenas ao minuto 70. Assim é complicado.