O tempo urge e tudo acontece numa questão de tempo. Não vamos introduzir o trava-línguas em que se pergunta ao tempo quanto tempo o tempo tem porque há versões diferentes do conceito de tempo.
Já falámos em tempo? Acreditamos que o leitor demorou mais tempo a ler o primeiro parágrafo do que Abel Ruiz a marcar o golo inaugural do Braga.
18 segundos. Foram precisos apenas 18 segundos para os minhotos terem vantagem no encontro. Afinal o tempo urge e os gverreiros queriam mostrar serviço e resposta à derrota frente à Fiorentina.
A partir daí, o tempo voava para o Arouca e parecia não passar para o Braga. Por isso é que dizemos que a definição de tempo é relativa.
Mesmo assim, as equipas encaixaram uma na outra. Com remates aqui e ali, Matheus e Arruabarrena não tiveram de mostrar grande esforço porque as ocasiões flagrantes não apareciam. Quem se tinha mesmo de esforçar eram os arouquenses. Afinal, corriam contra o resultado e, a meio da primeira parte, ficaram sem um dos seus pilares por lesão: Alan Ruiz.
Com uma parte inteira pela frente, o tempo não esperava e tinha de haver jogo.
O golo de Abel Ruiz foi o mais rápido da atual temporada, no campeonato, mas o Arouca não encontrou reação possível para o fazer «desvanecer». Afinal, o avançado só destronou o golo marcado aos 22 segundos… marcado pelo Braga frente ao Arouca na primeira volta.
Quem toma medidas no tempo certo, mais depressa vinga: eis o caso do Braga. No final de contas, foram mesmo os minhotos que se apresentaram em crescendo perante um Arouca amorfo que poucas vezes agia para lá da linha do meio-campo.
Para além de tempo, também podemos falar de espaço. Se há coisa que o Braga concedeu foi espaço, nos últimos minutos, para o Arouca atacar e Antony Alves foi um dos grandes impulsionares das ofensivas arouquenses.
Quem não marca, sofre - já dizia alguém e colocou toda a gente a dizê-lo. Mesmo com o Arouca a começar a crescer, Simon Banza mostrou que não havia mais tempo e parou o relógio. No sítio certo, à hora certa, o francês encostou para o segundo golo.
Não deu tempo para mais, apenas para uma resposta que Matheus e Paulo Oliveira salvaram - como poderá ler no acompanhamento ao minuto feito pelo zerozero -, e não deu para curar a ferida deixada pela goleada da primeira volta.
Os gverreiros sentenciaram os arouquenses e partirão para outra.
Precisavam disto. Depois do desaire frente à Fiorentina, o Braga não poderia ter dado melhor resposta. Quer com o golo abrir, quer com a vitória. Boa reação.
Não dizemos que estavam perdidos em campo, porque acabram por ir crescendo, mas a imobilidade demonstrada durante grande parte do tempo sacrificou o Arouca.
Sem lances de dúvida flagrante, Fábio Veríssimo acabou por gerir bem a partida. Apesar de ter sido algo benevolente em certas faltas que assinalou e não ter mostrado cartão amarelo, foi uma exibição tranquila.