Recital fogaceiro em tarde de desastre encarnado

Filme de ação com contornos dramáticos para o Benfica B, esta tarde de domingo no Seixal. A equipa secundária dos encarnados teve uma entrada de sonho, munida de uma dupla vantagem madrugadora, que acabou por ser anulada pela cabal reação do Feirense. Contas feitas, 3-6 favorável aos fogaceiros e muito trabalho a realizar por Luís Castro, sobretudo no capítulo defensivo da sua equipa.

Perante a defesa menos batida da II Liga, as jovens águias sabiam que inaugurar o marcador cedo seria um importante argumento para reter os três pontos no Seixal. Face às rígidas linhas de defesa e meio-campo que os fogaceiros tradicionalmente apresentam, o plano até começou por ser executado na íntegra e, logo aos 8', Henrique Pereira descobriu o cabeceamento preciso de Gerson Sousa ao segundo poste. Era o culminar de um início prometedor.

Por essa altura, Jardel já tinha testado a atenção de Samuel Soares, algo que acabou por ser infrutífero para a turma fogaceira, que viria a encaixar novo tento, alguns minutos depois. Henrique Pereira estava com a corda toda e voltou a tirar novo cruzamento com destinatário bem definido. Gerson Sousa quis manter o estado de graça da equipa encarnada e voltou a corresponder de cabeça, desta vez numa espécie de chapéu a Arthur Augusto, dobrando a vantagem das jovens águias.

Com graves sinais de apatia, o Feirense finalmente procurou reagir e não precisou de muito para reduzir a margem de conforto dos encarnados: Tiago Dias aproveitou um livre sobre a direita para mostrar o caminho que os seus companheiros seguiriam à risca na segunda etapa, o da eficácia. Antes disso, Jardel Silva foi traído pelos punhos pouco calibrados de Arthur Augusto, aumentando de forma infeliz a desvantagem da sua equipa.

Arriscar enquanto é tempo

No regresso das cabines, Rui Ferreira não demorou a mexer e lançou Lucas Silva, João Paulo e Oche, alterou o esquema tático e os efeitos não tardaram a chegar. Inicialmente, os encarnados voltaram balanceados para o ataque, mas o instinto de Luís Semedo não estava em dia sim. O avançado encarnado permitiu a defesa de Arthur Augusto desde a marca dos onze metros e André Rodrigues descobriu a brecha para brilhar.

O extremo fogaceiro reatou a reação do Feirense com uma grande jogada que dinamitou o lado direito da defesa encarnada, deixando tudo igual, logo após o desperdício de Semedo. João Tomé voltou a ser demasiado passivo a defender e André Rodrigues deixou tudo na estaca zero com um forte remate cruzado.

Esse momento acabou por ser fatal para os anfitriões, que nunca mais se encontraram na partida. Muito balanceados no ataque, os pupilos de Luís Castro descompensaram demasiado a retaguarda e os fogaceiros responderam... com poder de fogo. João Paulo confirmou a reviravolta épica com um cabeceamento oportuno ao segundo poste, Jorge Teixeira trocou as voltas a Ricardo Teixeira e atirou para o quinto, pertencendo a André Rodrigues o carimbo final, após belo passe de Oche Ochowechi.