A derrota no Clássico pareceu ultrapassada em Bruges, no entanto a ressaca europeia foi pesada para os dragões. No regresso às lides domésticas, num jogo que parecia bem encaminhado, o FC Porto tropeçou e empatou 1-1 na visita ao Santa Clara.
Para a receção aos portistas, Mário Silva optou por repetir a fórmula que deu frutos em Vizela. Já Sérgio Conceição, que foi substituído por Vítor Bruno no banco, apostou em Bruno Costa para fazer dupla com Matheus Uribe, em detrimento de Marko Grujic, uma vez que Stephen Eustáquio cumpre castigo.
O encontro não podia ter começado melhor para as hostes azuis e brancas. A pressão alta resultou num livre lateral, que Bruno Costa bateu diretamente para o cabeceamento eficaz de Fábio Cardoso, que assim marcou à sua antiga equipa. Este tento simplificou bastante o jogo dos dragões, que tinham iniciativa total, perante um Santa Clara demasiado expectante.
A permeabilidade da defesa açoriana e a visão de Bruno Costa e Otávio geraram situações aflitivas junto da baliza de Gabriel Batista. o guardião brasileiro teve muito trabalho, mas também contou com o desacerto de Evanilson e Wenderson Galeno.
Com segurança e sem se desequilibrarem, os portistas foram gerindo o resultado e, posteriormente, a equipa, tendo em vista o embate com o Atlético de Madrid. Quanto ao espaço no último terço açoriano, continuou a existir, só que os executantes azuis e brancos não foram capazes de o capitalizar em mais golos.
Do lado oposto, Gabriel Silva, pouco antes de sair de cena, tentou a sorte de longe, no entanto Diogo Costa respondeu com nova defesa. Sem conseguirem sentenciar o jogo, os forasteiros deram esperanças ao emblema dos Açores e... a surpresa aconteceu mesmo: na sequência de um canto batido pelo recém-entrado Xavi Quintillà, Kennedy Boateng saltou e desferiu uma cabeçada letal.
Depois da derrota no Clássico, o FC Porto voltou a perder pontos e, caso o Benfica vença o GD Chaves, a liderança pode ficar a oito pontos. Já o Santa Clara subiu provisoriamente ao 15.º posto, em igualdade pontual com o Gil Vicente, que tem menos um jogo.
Jogo tranquilo e de fácil gestão para Artur Soares Dias. O juiz portuense puxou da cartolina amarela cinco vezes, as suficientes para controlar as incidências. Sem casos polémicos, nota apenas para o tempo de compensação um pouco excessivo e para uma mão não assinalada, num cruzamento de Rodrigo Conceição.
Apesar da boa organização defensiva, o Santa Clara concedeu muitos espaços aos portistas, que tiveram várias chances para sentenciar o jogo. Sem essa machadada final a aparecer, os açorianos acreditaram, atacaram cerebralmente e acabaram por ser felizes.
Os dragões não precisaram de muito esforço para abrir a defesa contrária. Criaram espaços e várias situações de finalização, com Evanilson e Wenderson Galeno à cabeça, no entanto falharam na concretização. Acabou por custar caro.