Round 1: vantagem FC Porto. Tal como no campeonato, vantagem também na Taça de Portugal. No primeiro jogo das meias-finais, a equipa de Sérgio Conceição arrancou uma reviravolta (1x2) e uma vantagem importantíssima para sonhar com a final.
Num jogo bem mais calmo do que o Clássico no Dragão, mas nem por isso bem jogado, um grande golo de Sarabia adiantou os leões no marcador, mas a reação azul e branca não podia ter sido melhor. Taremi e Evanilson dão uma vantagem importante para o jogo no Dragão, onde o Sporting sabe que precisa de marcar pelo menos dois golos.
Pelo que se passou no último Clássico, esperava-se que este fosse mais um jogo de faca no dente, muito físico, pouco tático e pouco técnico. Não se pode dizer que tenha sido totalmente diferente, mas os primeiros 45 minutos em Alvalade apresentaram o pacto de não-agressão entre leões e dragões.
As balizas andaram distantes da vista, especialmente a de Adán, que no resumo da primeira parte não aparece uma única vez. A de Marchesin, titular no lugar de Diogo Costa, aparece mais vezes, mas com a bola a passar-lhe ao lado, nos raros momentos em que o Sporting conseguiu ultrapassar a defesa portista.
Sérgio Conceição fez alterações para travar o adversário e a verdade é que o plano resultou na perfeição. Uribe foi a sombra de Paulinho, mas até foi nos pés do internacional português que começou uma das jogadas do primeiro tempo, finalizada por Matheus Nunes, num remate que serviu para animar as bancadas de Alvalade.
Não estava a ser um encontro particularmente bem jogado, mas no limite da agressividade as duas equipas souberam respeitar-se. No fundo, o tal pacto de não-agressão que quase caiu quando Pedro Porro apareceu a rematar de pé esquerdo já na pequena área portista, após erro de Marchesin na reposição de bola.
Claro que, num pacto de não-agressão, a primeira parte tinha de acabar sem golos. Sporting mais perigoso, sim, mas a vacilar nos momentos decisivos. Os portistas sabiam que ainda tinham o jogo no Dragão, mas com a importância dos golos fora (sim, a Taça de Portugal mantém essa regra que desapareceu quase por toda a parte) esperava-se muito mais ação na segunda parte. E assim foi!
No que mais importa, as tréguas entre leões e dragões continuaram de pé. Na segunda parte, a agressividade baixou, até porque era difícil manter aquele ritmo intenso durante todo o jogo, mas os golos, apesar das poucas ocasiões, estavam à porta.
A superioridade na primeira parte justificava que o primeiro golo viesse do lado sportinguista. Lance de laboratório a contar com o talento superlativo de Sarabia, a receber do compatriota espanhol e a rematar num jeito banana para acabar com o pacto junto às balizas.
A resposta portista não se fez esperar.
Conceição foi rápido a chamar Otávio, Pepê e João Mário, que assistiram ao golo de Sarabia desde a zona de aquecimento, mas mesmo sem fazer substituições já se via muito mais FC Porto.
Matheus Reis e Neto festejaram cortes importantantes, pois sentiam a importância de um momento onde qualquer erro pode ser fatal. E foi mesmo.
Num lance aparentemente inofensivo, Porro foi com demasiada sede ao pote e acabou por cometer grande penalidade. A conversão certeira de Taremi não mudou as ideias do seu treinador e os três nomes supracitados acabaram por entrar. Era a melhor fase do FC Porto e a pior do Sporting. Resultado: reviravolta orquestrada na perfeição pelo precioso toque de Taremi, que tanto marca como assiste.
Os golos foram golpes dos quais o leão teve muitas dificuldades a recuperar. O risco foi assumido e o FC Porto acabou por ter várias boas para fechar a eliminatória, enquanto a equipa de Rúben Amorim começou cedo a apostar num chuveirinho desmedido. A entrada de Slimani procurou responder a esta pronta urgência sportinguista, mas só a cabeça de Coates chegou para ameaçar e obrigar Marchesin a uma intervenção milagrosa.
Ainda não está fechado, mas o caminho para o Jamor já começou a ser traçado e é o Dragão que parte na frente.
Logo depois de sofrer, Sérgio Conceição chamou três jogadores dos exercícios de aquecimento, mas até chegou à igualdade antes de fazer as alterações. A equipa azul e branca reagiu muito bem ao golo de Sarabia e mesmo a jogar fora de casa conseguiu alcançar a reviravolta.
Uns gostarão mais do que outros e não é isso que está em discussão, mas atirar tochas e petardos para dentro do relvado não é um bonito espetáculo, pelo contrário. Interrompe o jogo e quebra o ritmo de forma desnecessária. Há melhores formas de apoiar.