Antes do Clássico, o Sporting cumpriu o objetivo principal e garantiu a distância de seis pontos para o FC Porto ao vencer o Famalicão, pela primeira vez desde que a formação famalicense subiu à Primeira Liga, por 2x0, mas no dia em que os adeptos leoninos festejaram o regresso de Slimani, também lamentaram o castigo de Pedro Porro. O espanhol viu amarelo e está fora do jogo no Dragão!
Antes do Clássico, mais do que garantir que os jogadores em risco não falhavam a ida ao Dragão, o Sporting tinha a obrigação de garantir que continuaria pelo menos a seis pontos do FC Porto. A vitória dos dragões em Arouca assim o obrigou e Rúben Amorim não teve problemas em escolher.
Os cinco jogadores em risco foram a jogo (Esgaio não foi titular, mas entrou na segunda parte) e o Sporting cumpriu o seu objetivo, ainda que tenha tido de pagar o preço de perder Pedro Porro, o único a ver amarelo, já na segunda parte.
E se o objetivo passava por garantir em primeiro lugar a vitória frente ao Famalicão, o melhor que podia ter acontecido ao Sporting foi entrar a marcar. Um penálti sobre Paulinho, convertido por Sarabia, deixou os leões em boa posição, mas na cabeça dos jogadores estaria inevitavelmente esse jogo com o FC Porto.
A equipa de Rúben Amorim jogou num ritmo baixo e tentou controlar o Famalicão, mas a equipa famalicense não deixou que fossem os leões a ditar o ritmo da partida. Com uma pressão alta nos momentos de saída de bola dos defesas leoninos, o Famalicão conseguiu ter momentos com bola e dificultar jogadas de perigo à equipa leonina, que chegou ao intervalo apenas com o golo de Sarabia a contar como o único remate à baliza e ainda teve um grande susto.
Apesar da pressão famalicense estar a dificultar imenso a vida à defesa leonina - Feddal teve um jogo para esquecer -, a equipa de Rui Pedro Silva não estava a criar situações de golo claras, até que teve a melhor de todas em cima do intervalo, num penálti cometido por Porro que deu a Banza a hipótese de fazer a igualdade antes do intervalo. Depois de muita confusão e de cerca de um minuto de consulta da tecnologia de vídeoárbitro, Adán fez por garantir a vantagem leonina ao defender o remate do avançado francês, que não marca há seis jogos.
Um susto que obrigou a equipa de Rúben Amorim a acordar e que o levou a tirar o marroquino Feddal para que Matheus Reis conseguisse dar mais qualidade nos momentos de saída de bola na segunda parte.
Acima de tudo, pedia-se mais intensidade a um Sporting que parecia algo retraído nos momentos defensivos. Aquele amarelo que cinco jogadores não podiam levar pesava na cabeça e sentia-se em campo. Porro cortou o mal pela raiz.
O espanhol acabou por fazer uma falta junto à linha lateral quando já tinha o lance perdido e foi o primeiro a ver amarelo, ficando fora do Clássico com o FC Porto. Coincidência ou não, foi a partir desse momento que o Sporting cresceu.
Depois de saber que Porro não ia estar disponível para o importante jogo com o FC Porto, a equipa de Rúben Amorim partiu para a sua melhor fase do jogo e foi aí que chegou ao golo, não sem antes ser o próprio espanhol a atirar uma bola ao poste. Dois minutos depois, Matheus Reis, à bomba, descansou os adeptos sportinguistas.
O Famalicão, já sem a mesma frescura, tentou reagir e colocou dois avançados lado a lado - Cádiz estreou-se, tal como já tinha acontecido com João Carlos Teixeira -, mas ao contrário do que aconteceu na primeira parte, o Sporting soube controlar as operações.
Rúben Amorim sentiu-se confiante e ainda brindou os adeptos leoninos com a estreia de Slimani, que até jogou com Paulinho ao lado. Deu para os aplausos, para os gritos de «Sli, Sli, Slimani» e para alguns momentos de frisson assim que a bola chegava perto do argelino, mas, assim que André Narciso deu o apito final, começou tudo a pensar no Clássico. A seis pontos de distância, com Sarabia, Palhinha, Esgaio, Pedro Gonçalves, mas sem Porro.
Jogo difícil, que André Narciso tentou gerir como conseguiu. Atrasou em demasia o amarelo a Pickel e acabou por assinalar dois penáltis que muitas vezes dependem do critério do árbitro, por isso acaba por sair com saldo positivo deste jogo em Alvalade. Nada a dizer no amarelo dado a Pedro Porro, uma vez que Bruno Rodrigues já ia a fugir pelo flanco.
O Sporting depois do amarelo a Pedro Porro esteve mais perto de seu habitual. A boa pressão do Famalicão merecia um destaque neste espaço, mas o impacto psicológico daquele amarelo não pode ser ignorado.
Não foi o Sporting que tem conseguido controlar jogos e criar várias oportunidades, bem pelo contrário. A cabeça no Dragão pesou e os leões acabaram a primeira parte apenas com um remate à baliza. É muito pouco.