Há dias de trabalho assim, em que temos momentos brilhantes e depois podemos gerir os louros e os lucros disso. O Sporting fez isto este domingo na vitória (0x2) na casa do Vizela. Não teve 90 minutos de igual domínio, mas teve 25 minutos que chegaram para encantar e para ganhar.
Rúben Amorim optou por lançar Bragança e Matheus Reis no 11 e podemos dizer que bateu tudo certo com essas opções. Não só Bragança foi um dos, senão o melhor em campo, como o defesa (depois de um início mais adormecido) fez uma exibição muito importante, ajudando a esgotar a profundidade do Vizela.
Já o Vizela ainda vai sofrendo pelo surto de Covid que afetou a equipa na última semana. Peças importantes como Samú, Bruno Wilson ou Marcos Paulo não estiveram disponíveis e isso obrigou Kiki Afonso a voltar a jogar como central.
Só que esse problema foi sendo resolvido, muito por culpa de um puxão de orelhas de Amorim a Matheus Reis que, depois disso, encostou melhor no extremo dos minhotos e secou essa arma. Esse ajuste resultou no fim da melhor fase do Vizela e, depois dos primeiros 20 minutos terem sido complicados para o leão (Adán segurou o nulo com uma grande defesa nessa fase), viram-se 25 minutos de luxo da equipa leonina.
Com Pedro Gonçalves a jogar mais perto de Paulinho, a equipa verde e branca começou a empurrar o Vizela para a sua área e fazia-o muito por culpa da dupla Esgaio/Sarabia. Mesmo com alguns lances falhados, o lateral e o extremo iam conseguindo encontrar sempre espaços já bem perto da área e não é surpresa que os dois golos venham daquele lado.
Os golos, esses, foram duas obras de arte. Primeiro Pote regressou aos golos numa tabela com Sarabia e depois Bragança fez um belo golo após mais uma bela jogada. É destas jogadas que temos de falar. Vamos começar por dizer que este Vizela também já teve momentos destes esta temporada, não especificamente neste jogo. Mas, por vezes, chega a ser impressionante a forma como os jogadores da frente dos leões combinam entre si. Desde passes de primeira, simulaçõesm calcanhares, vemos de tudo quando o campeão nacional está em noite sim.
Essas duas vontades no jogo deram-nos 10/15 minutos bem interessantes, com algumas oportunidades de golo que poderiam ter fechado o jogo ou lançado a possível recuperação da equipa da casa. Destaque para o falhanço incrível de Ricardo Esgaio que mostrou novamente que não atravessa um grande momento.
Com o passar dos minutos ficou a ideia que o Sporting se «cansou» de discutir o jogo e baixou o ritmo com bola. É verdade que o Vizela teve alguns momentos em que animou o jogo, mas ficou sempre a ideia que os visitantes estavam bem confortáveis no jogo e até, por vezes, perto de aumentar.
Finalizar apenas com uma nota. Normalmente fechamos com uma ideia geral para o que aconteceu no campo e para as implicações que isso tem no campeonato, mas desta vez vamos só terminar com uma nota negativa para a confusão que se gerou por uma atitude sem nexo de Nuno Santos...
Falamos disto em cima, mas temos de destacar novamente. Quando o Sporting consegue ter as peças ofensivas em dia sim é impressionante. Nesta partida vimos várias combinações ao primeiro toque, em profundidade e bem trabalhadas. Nota ainda para o facto de Daniel Bragança ter ajudado muito a isso.
A ganhar por 0x2, perto dos descontos alguém consegue explicar a razão para Nuno Santos se ter pegado com adeptos, tendo até atirado água para os adeptos do Vizela? Isso foi o gatilho para expulsões, confusões e problemas na bancada entre adeptos dos dois clubes. Devia ter sido expulso, nem que fosse pela estupidez.