O Benfica respondeu à vitória do FC Porto e saiu de Paços de Ferreira com os três pontos, mantendo os dragões na mira do confronto direto. Numa partida que não teve história até aos 20 minutos, a expulsão de Stephen Eustáquio acabou por precipitar os acontecimentos na Capital do Móvel.
As águias aproveitaram a superioridade numérica e resolveram a questão até ao intervalo, com três golos sem resposta, gerindo e fechando as contas em 0x5 no último quarto de hora do encontro.
Quando o internacional canadiano do Paços de Ferreira entrou de «sola» sobre Julian Weigl aos 22 minutos, Hugo Miguel viu um lance para cartão amarelo. O VAR interpretou de forma diferente e «convidou» o árbitro da partida a reavaliar a situação no monitor. Aí, a admoestação virou de amarelo para vermelho direto e, com isso, o jogo passou a ser de sentido único.
O desbloqueador seria Diogo Gonçalves, ainda que com a colaboração infeliz de Luiz Carlos. O médio brasileiro dos castores falhou um passe em zona absolutamente fatal e o lateral encarnado aceitou o brinde, «fuzilando» Jordi para a vantagem encarnada, aos 38 minutos.
Aberto o famoso «ketchup», o Benfica continuou a espalhar vermelho no tapete verde da antiga Mata Real. Haris Seferovic foi, nesse período, a personificação da superioridade emocional das águias, com dois golos e duas assistências, que o isolam, para já, como melhor marcador da Liga NOS, com 16 golos.
A noite de gala do internacional helvético acabou com nova assistência, agora para o «renascido» Darwin Nuñez. Acabado de entrar, o uruguaio só teve de encostar para o quinto golo encarnado, isto porque Seferovic fez o trabalho praticamente todo no momento da preparação.
Com o resultado em 0x3 à hora do descanso, a expetativa de uma segunda parte com grandes volte-faces era reduzida, atendendo também às dificuldades que o Paços de Ferreira teve ao longo de todo o jogo, amarrado pela inferioridade numérica. Brilhou, por isso, Jordi Martins, que aproveitou a noite de trabalho redobrado para se destacar na baliza pacense.
O guarda-redes brasileiro foi voando para defesas vistosas e eficazes, como aos 65' a remate de Everton ou aos 68' a travar um livre de Grimaldo. Feita a soma, Jordi sofreu quatro golos mas evitou, pelo menos, outros tantos. Uma distinção que pouca irá interessar ao próprio e a Pepa, enquanto o Benfica somou mais um jogo sem ver Helton Leite batido; já lá vão sete, igualando o registo de Júlio César de há seis anos.
Noite difícil para Hugo Miguel. Bem ao não assinalar grande penalidade sobre Waldschmidt, aos quatro minutos; bem também (o auxiliar) a invalidar um golo de Seferovic por fora de jogo, perto do intervalo, assim como num lance de possível falta de Jordi às portas da grande área. Aos 22' teve o momento do jogo. A expulsão de Eustáquio, com recurso ao VAR, é aceitável, tendo em conta que o canadiano colocou em risco a integridade física de Weigl.
O suíço é uma espécie de «patinho feio» desde que chegou à Luz, mas a verdade é que atualmente é o garante de golos no universo benfiquista. Esta noite, não só somou mais dois à conta pessoal, como ainda serviu primorosamente Rafa e Darwin Nuñez para outros golos do Benfica. Noite perfeita.
Não pela decisão em si, mas por aquilo que fez ao jogo. O Paços de Ferreira, habitualmente disposto a jogar futebol de ataque, ficou muito cedo «amputado» de um dos seus melhores atores. A partida passou a ser de sentido único, sem que os castores conseguissem oferecer resistência ao amasso encarnado.